Lupanar diabólico

Naquela auto estrada as madrugadas eram silenciosas,
e depois que se contornavam dois ou tres montes em descida, poderia se avistar ao longe numa curva longa, as luzes coloridas e a musica que abafada naquele antro, parecia agitar uma perfeita filial do inferno...
Não é a toa que na antiga Roma lupanar era o nome dado aos prostibulos, definindo no latim "covil de lobas", um lugar de sexo, violência e morte...
E alí reunia-se a nata suja da estrada, toda a escória que tinha na mão um volante durante o dia, na escuridão da noite, eram lobos seduzidos, pelo alcool farto e pelas beldades, demônios travestidos de mulheres, lobas no cio
como convém para qualificar o nome antigo destes lugares de baixo meretrício...
E por da cá aquela palha, iluminado por um luar misterioso, estacionou em frente ao lupanar um onibus de barulhentos estudantes em viagem de formatura.
Recendia o alcool consumido dentro daquela pocilga, era um bafio profético, espalhados entre as poltronas, latinhas, litros e pequenas garrafas, o arquiinimigo
da paz fizera ali sua parada e por certo recrutou inocentes para seu propósito.
Endiabrados, desceram e pela larga porta do bordel adentraram, com sede de baderna...
Duas horas depois, na imensidão do vale, ao invés de luzes coloridas, ardia agora uma imensa fogueira, queimando o prostíbulo, com meia duzia de mortos dentro, não houve contenda, os alunos narcotizados e bêbados, arrasaram tudo e depois incêndiaram, estavam livres em sua viagem, e a previsível tragédia era apenas
questão de tempo...
Seguiram... E exatamente as 4 horas da madrugada um riso estranho encheu o ar, dentro do ônibus...De onde viria aquele riso...? Todos entreolharam-se, perguntaram-se, e quando novamente ouviram, tinham uma certeza, vinha da ultima poltrona, vazia porque entre a meia duzia de mortos no lupanar, estava quem ocupava o lugar solitariamante, um jovem de 17 anos, vitima das brincadeiras maldosas de todos, magrinho, e que desgraçadamente morreu a tiros e dpois foi degolado,
talvez pela mão dos próprios amigos...
Olhando de sua cabine, o motorista quando olhava a retaguarda, via entre as poltronas, a sombra de alguém em pé, a mesma meia luz que proporcionava esta visão ao motorista, atiçava todos os passageiros a tentar enxergarem quem estava na última poltrona...
Mas era em vão, e percorreu na espinha do motorista um raio gelado, pois viu perfeitamente na mão da sombra uma longa espada reluzir.
Assistiu com desespero, a um massacre colossal, a sombra ia e vinha no corredor, num frenético manejar da espada, podia-se ver as cabeças decepadas baterem na porta de vidro que o separava dos demais, apenas um detalhe era estranho, não havia gritos, no silencio da noite a morte estava alí, do outro lado...Esmiuçando corpos e pintando com o vermelho do sangue, tudo na solidão do olhar do condutor do onibus.
No salão dos passageiros, cessaram os risos, um silencio mórbido encheu a todos de pavor, e 15 minutos depois, um efeito narcotizante fez a todos dormirem, então um punhal veio de trás para frente, perfurando as poltronas, indo alojar seu fio mortal direto no coração de todos...
O festim diabólico continuou, quando os alunos na agonia da morte levantavam-se e iam para o corredor, e eram degolados por alguém parado, mas quem...?
No crepúsculo do amanhecer o motorista do ônibus, em transe viu-se diante de uma longa avenida, o brilho
vermelho vindo do horizonte, não parecia o sol, e quão estreita era aquela via, ladeada de construções
estranhas...Mausoléus...O cheiro adocicado da morte transpassava para a cabine, por baixo da porta...
Estacionou naquela dimensão estranha, levantou de sua poltrona lentamente, ergueu seu braço direito e apertou a maçaneta da porta...Abriu-a...O cheiro de enxofre penetrou-lhe fundo nas narinas, caiu em si quando viu uma longa garra metálica envolver-lhe o pescoço, seus olhos percorreram os esqueletos espalhados por todos os lados...
Até que a garra o colocou há 5 cm do rosto da besta que o segurava...
Tudo lembrava o garoto morto...
___ Olhe...Aquele esqueleto, maldito, alí pendurado na porta do banheiro...
___ Aquele era você...
___ Lembra de mim...? Meus olhos de terror quando você apertou o gatilho naquele inferno do sexo...?
___ Você e todos estão mortos há mais de 50 anos, mas só agora você chegou aqui no inferno...Muito prazer.
___ Seja bem vindo...
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Malgaxe.
 


 
  

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 11/12/2011
Código do texto: T3383257
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