Dama de Copas: Novas Decisões
Eva e eu tínhamos muito para conversar, fomos para a sala e peguei a garrafa de vinho que ainda estava sobre a mesa de centro e me servi e também servi uma taça para Eva. Então começamos a conversar.
- Danielle, antes de qualquer coisa, porque Conde Frostyn insiste em chamá-la de Condessa?
Contei a Eva resumidamente minha história, falando pra ela minha origem e quem eu deveria ter sido se não tivesse sido transformada.
- Nossa, então você viveu realmente na Inglaterra do século XIX?
- Sim, e tive tudo o que qualquer garota naquela época poderia sonhar, tive a sorte de nascer em uma família rica e tradicional, e iria me casar com um conde de muita influencia também o que me asseguraria uma vida tranquila e feliz.
- E os bailes e as festas, as roupas, como eram?
- Eram incríveis, os vestidos todos feitos apenas pra mim, nos bailes podíamos paquerar e assim encontrar um bom marido, os bailes duravam muitas vezes a noite toda, dançavamos muito e haviam os jogos, tudo o que queríamos estava bem alí ao nosso alcance.
- Deveriam ser incríveis..
- Eram sim Eva.
- Gostaria de poder ter vivido nessa época ou poder ver algumas dessas roupas...
- Se você quiser, eu te mostro alguns vestidos que eu ainda guardo.
- Sério mesmo?
- Sim, tenho dois vestidos que foram muito especiais pra mim.
- Depois te cobro, quero vê-los sim.
- Tudo bem então, mais agora me fale o que tanto Conde Frostyn e você conversaram.
Eva me disse que Conde Frostyn lhe contou que essa guerra vinha de muitos anos atrás, que havia começado por volta de 1800, quando um grupo de vampiros puro sangue, decidiram que os híbridos não deveriam mais existir, que por causa deles os vampiros estavam ficando muito visíveis aos seres humanos. Então esse grupo composto por quinze vampiros decidiram por um fim à existencia dos híbridos, e de outras criaturas mesmo puro sangue que apoiavam os híbridos, essa guerra começou especificamente no Egito, e foi se espalhando por todo o continente e chegou até a Inglaterra por volta do ano 1850, e foi quando alguns desses vampiros que eram perseguidos resolveram sair do continente e vieram para o novo mundo, a procura de abrigo e de paz. Essa paz durou bastante tempo então eles souberam que algumas criaturas desse gurpo havia vindo para cá também e estavam em seu encalço, esse grupo se entitulou como "O Circulo Negro", eles se achavam no direito de eliminar e caçar qualquer híbrido e qualquer um que apoiasse os híbridos. Eva me falou também que quando Lord Damien os enfrentou em seu próprio esconderijo, alguns já estavam começando a duvidar da sua própria causa, mas ainda haviam os motivados a continuar com a guerra, mas com a chegada de Lord Damien, aquela determinação desapareceu, os que sobreviveram agora temian por suas vidas.
Conde Frostyn contou a Eva que dos vampiros orginais do Circulo Negro agora retavam apenas Agatha e Lestat, os outros todos haviam sido mortos, de Lestat não se tinham notícias dele já a muitos anos, e Agatha desapareceu após o encontro com Lord Damien.
- Eva, mais porque Conde Frostyn necessita de nossa ajuda?
- Ele me disse que com sua ajuda podemos localizar esses dois vampiros restantes e assim acbar com a guerra de uma vez por toda.
- Mas e quanto aos seus lacaios?
- Conde Frostyn, me disse que os lacaios deles são criaturas que sempre estiveram sob a sua influencia e que seriam destruidos juntamente com eles.
- Como assim Eva?
- Ele não me disse os detalhes, mas falou que se você havia aceitado seu legado como wicca, você saberia como fazer isso.
- Mas isso é impossível Eva, eu não tenho como fazer isso.
- Bom Danielle, Conde Frostyn me disse que você teria as suas respostas em seus livros.
- Mas eu precisaria de muito tempo para poder aprender tudo o que fosse necessário.
- Eu não sei, mais ele falou que precisaria de nossa ajuda.
- Eu tenho muito o que pensar ainda.
- Eu compreendo Danielle, mas eu já tomei a minha decisão e vou ajudar Conde Frostyn nisso.
Foi então que reparei que Eva estava usando um anel diferente
- Eva, que anel é esse?
- Foi Conde Frostyn quem me deu, ele também usava um parecido e me disse que provavelmente você também teria um igual a esse.
Então examinando o anel com mais detalhes reconheci aquele anel como sendo o anel de minha bisavó Nola, o anel que eu havia ganhado quando fiz dezesseis anos, então outra coisa fez sentido, corri até o meu quarto e pequei o anel e voltei para a sala e peguei o livro de que havia deixado em cima de uma das poltronas, fui folheando ele até achar o conjuro que eu queria.
- É isso, é esse o simbolo de proteção...
- Que símbolo Danielle?
- Este, este que está no anel e está também aqui no livro.
Eva se aproximou e comparou o desenho que estava no livro com o anel que agora ela usava.
- Sim, é o mesmo desenho Danielle, mas o que isso quer dizer?
- Só um momento Eva, tenho que ler o conjuro todo para poder te falar com certeza.
Li com calma o conjuro, que estava em gaélico escocês, e conforme fui lendo ia descobrindo que aquele conjuro era uma proteção contra o sol, ele protegia o portador daquele símbolo contra os efeitos nocívos do sol. Mas não conseguia entender o motivo de minha bisavó ter criado aquele conjuro, não fazia sentido nenhum, já que os vampiros eram até certo ponto inimigos das wiccas, não conseguia entender o motivo de Nola ter feito aquele conjuro para poder proteger uma criatura da noite. Continuei lendo o conjuro e vi que apenas a primeira criatura que usasse o anel, estaria protegida.
- Eva, esse anel que Conde Frostyn lhe deu, ele falou alguma coisa?
- Sim, ele me disse que apenas eu poderia usá-lo e ninguém mais.
- Ele falou o motivo?
- Ele apenas disse que como eu era a primeira a usá-lo ele serviria apenas pra mim, e disse que você poderia me dar maiores explicações.
- Bom Eva, pelo que eu li aqui, esse anel, esse conjuro, pode proteger uma criatura contra o sol.
- Como assim?
- Aqui está dizendo que a primeira criatura que usar esse simbolo que está no anel após ser feito o conjuro fica protegido contra os efeitos nocívos do sol.
- Quer dizer que esse é um protetor solar fator três mil?
- É basicamente isso.
- Danielle, como você quer que eu acredite nisso?
- Você pode não acreditar, mais eu quero testar.
Coloquei o meu anel, e como no livro dizia que haviam apenas tres daqueles símbolos e Conde Frostyn tinha um e havia dado um para Eva então o meu só poderia ser o terceiro. Um pouco temerosa me aproximei de uma das janelas e afastei apenas um pouco a cortina os raios do sol invandiram o ambiente, Eva correu para o outro lado da sala, respirei fundo e aproximei minha mão da fresta aberta da cortina, quando minha mão ficou sob os raios solares esperei sentir a mesma dor que já havia sentido uma outra vez mas nada aconteceu, deixei minha mão ali mais algum tempo mas nada de diferente, apenas sentia o calor do sol em minha mão, como a muito tempo eu não sentia.
- Eva, olhe, funciona. Venha ver.
- Não, obrigada Danielle, prefiro ficar aqui mesmo e se você não se importa, poderia fechar a cortina por favor?
Fiz que não a tinha escutado e fui em sua direção e a peguei pelo braço e a levei até a cortina aberta. E coloquei sua mão sob os raios do sol, Eva se debatia, mas segurei firme seu braço até ela perceber que nada havia acontecido.
- Mas como isso é possível?
- Não sei Eva, mais o conjuro é verdadeiro.
Então resolvi abrir as cortinas de uma vez por todas e deixar o sol entrar com toda a sua magnitude na sala iluminando completamente o ambiente. Eva e eu ficamos ali paradas com os olhos fechados, sentindo o calor dos raios solares em nossa pele, parecíamos duas crianças alí bobas por sentir o sol novamente em nossa pele após tanto tempo.
- Eva, se isso é verdade então quer dizer que eu posso te dar mais um presente e assim poderíamos entrar nessa guerra realmente preparadas.
- Do que você está falando Danielle?
- Me acompanhe.
Eva me seguiu até a adega sem entender muito bem o motivo, chegando lá fui até um pequeno armário e o abri, ali haviam somente quatro garrafas, uma era do vinho que havia sido servido no meu aniversário de quinze anos, a outra era uma garrafa de vinho do que havia sido servido para celebrar meu noivado, e as outras duas uma estava escrito o nome de Lorde de Copas, e na ultima que era a mais nova estava escrito o nome de Evra. Eva pegou essa ultima com curiosidade.
- Evra?
- Sim, esse era um presente pra ele.
- Mas...
- Eu separei essa garrafa antes de Lord Damien matá-lo. Mas não é essa a garrafa que eu tinha em mente, a que eu quero é essa.
- A que está escrito o nome de Lorde de Copas?
- Sim Eva, essa mesmo.
- Mas porque?
- Porque Eva, nessa garrafa contém o sangue de uma wicca.
- Danielle não estou compreendendo.
Explique para Eva que a algum tempo atras uma wicca havia me concedido uma parte de seus poderes através de seu sangue, mas me falou que eu não poderia usá-lo em meu benefício, apenas poderia dá-la para outra pessoa, passei anos tentando conseguir tudo o que era necessário para poder fazer esse conjuro de transferência, mas apenas duas noites antes de Lorde de Copas morrer eu havia conseguido a última coisa necessaria para poder realizar o conjuro.
- Agora eu tenho tudo o que eu preciso Eva, por isso que queria saber se você aceita esse presente.
- Você está me oferecendo o que exatamente Danielle?
- Eu estou lhe oferecendo a oportunidade de ser parte wicca.
- Mas isso é possível?
- Sim, mas apenas se você quiser.
Eva estava parada diante de mim, olhando a garrafa que eu tinha nas mãos, podia sentir que ela estava muito confusa, seus sentimentos eram uma mistura de alegria com medo, ansiedade e desejo.
- E como isso seria possível?
Expliquei rapidamente o processo para Eva e lhe disse que apenas ela poderia decidir se aceitaria ou não, mas lhe disse que se fossêmos aceitar o convite de Conde Frostyn, seria bom termos mais uma surpresa contra nossos inimigos, Podia sentir que Eva ainda estáva confusa, parecia não querer acreditar muito em tudo aquilo.
- Eva, eu entendo se não quiser..
- Eu quero.
- Você tem certeza?
- Sim.
- Então se você quiser podemos começar agora.
- Por mim tudo bem.
Peguei a garrafa contendo o sangue de Sheela e saímos da adega voltando para a sala, fui até meu antigo quarto e peguei tudo o que era necessário para o conjuro e por último um frasco pequeno contendo mais sangue. Voltamos para a sala e voltei a fechar as cortinas, ainda sntia meus olhos incomodados com tanta claridade.
Arrumei todos os cristais de forma que completassem um círculo, Lápis-lazulli (azul) representando a água, o Rubi (vermelho) representando o fogo, o Diamante (branco) representando o ar e o ônix marron representando a terra, ao lado de cada pedra coloquei uma vasilha de cerâmica contendo o seu elemento representante.
- Está pronta Eva?
- Sim.
- Então por favor, fique no centro do círculo e repita essas palavras duas vezes.
Eva fez o que eu lhe falei e pegou o papel que estava em minhas mãos e recitou as palavras alí escritas, quando ela terminou eu entreguei a garrafa contendo o sangue de Sheela, e a instrui a tomar metade do sangue e recitar mais uma vez as mesmas palavras, ela assim o fez, então lhe disse para tomar o restante do sangue e recitar mais uma vez as mesmas palavras, assim que ela terminou eu lhe entreguei o frasco menor que se encontrava em minha mãos.
- Eva beba esse sangue e recite comigo as seguintes palavras, para selar meu compromisso como uma wicca tomo o sangue de um vampiro ancestral e me comprometo a somente usar minhas habilidades para o bem.
Assim que Eva terminou de recitar as palavras pequenas chamas saíram das pontas de seus dedos, e assustada Eva saiu do circulo quase caindo em cima de uma das poltronas, não resisti em rir. Eva me olhou brava, mas mesmo assim não conseguia deixar de rir.
- Fui eu quem fiz isso?
- Sim, Eva. Agora você só precisa treinar pra não terminar queimada.
- Mas como eu pude fazer isso?
- Simples Eva você aceitou ser uma wicca e como o fogo é um dos conjuros mais básicos e você provavelmente estava pensando em fogo ele se materializou.
- Mais isso vai acontecer sempre?
- Não Eva, por isso nós precisamos treinar, pra você ser capaz de controlar essa nova habilidade sua.
Eva parecia mais relaxada agora, mas mesmo assim um pouco tensa, então sugeria a ela que fôssemos ao parque para poder treinar um pouco.
- Mas podemos esperar a noite chegar?
- Concordo com você, não sei ainda se podemos confiar muito nessa proteção.
- Mas e se Conde Frostyn vier para conversar conosco?
- Ele nos acha no parque não se preocupe.
Como ainda faltava algum tempo para o sol se por fui mostrar a Eva algumas das roupas que ainda conservava da época em que fui transformada e passei o restante do dia contanto a ela tudo o que ela queria saber.
(Continua...)