Dama de Copas: Descobertas Intrigantes

Aquela noite havia sido mais longa do que eu havia previsto, com muitas surpresas e muitas revelações, precisava descansar e me preparar, a guerra realmente agora estava a alguns passos de mim, e eu precisava estar preparada para tudo. Mais e quando eu realmente precisasse lutar, com criaturas mais fortes e mais esperimentadas do que eu, não poderia sempre me valer da magia, ainda mais porque talvez não tivesse muito tempo para treinar e ser rapida o suficiente.

As últimas criaturas que havia enfrentado eram criaturas novas, e até mesmo inesperientes, havia lutado bem contra elas, mais haviam criaturas mais fortes e mais ágeis do que eu, criaturas que estavam acostumadas a lutar e a vencer. Como eu poderia enfrenta-las sem ao menos ter noção do que eu poderia realmente fazer, se Damien estivesse por perto... Não, não poderia deixar meus pensamentos vagarem nessa direção, não poderia contar com Damien, teria que me preparar sozinha.

Peguei novamente o livro de minha ancestral e voltei a folhea-lo, tinha que encontrar alguma coisa que me ajudasse a me preparar para aquela batalha eminente. Fui olhando detalhadamente cada conjuro, haviam muitos e muitos deles eu não fazia idéia se haviam realmente sido usados, eram algumas coisas que para mim eram incompreensiveis. Como gostaria de ter alguém ali comigo para poder me auxiliar, me explicar tudo aquilo, como dizia a carta de minha amiga Sheela, nenhuma wicca confiaria em mim, não o suficiente para poder me explicar tudo o que eu teria que aprender. Continuei folheando o livro até que me deparei com um conjuro muito estranho, não sabia identificar o que era parecia um simbolo antigo, mais pelo que pude ler era uma proteção, mais uma proteção especial, mas parece que era necessario ter aquele simbolo em específico para poder se realizar aquela proteção.

Bom aquele conjuro em especial não me adiantaria de nada naquele momento, continuei a folhear o livro e encontrei um retrato de minha bisavó, ela fora retratada jovem, parecia-se muito comigo, e aquela foto marcava um outro conjuro especial, era um conjuro para acalmar as emoções, mais funcionava apenas com humanos, podia sentir que Eva estava agitada no outro quarto, mais não conseguia acalmá-la já que eu mesma estava muito perturbada. Voltei ao livro e finalmente encontrei algo que talvez pudesse me ajudar, era um conjuro de localização, mais pelo que pude entender era bem mais forte do que o que eu estava acostumada a usar, tentei usá-lo, me concentrei em Marco, o rapaz que havia conhecido no bar na noite em que encontrei Evra, me concentrei em sua imagem e repeti o conjuro duas vezes antes de deixar meus sentidos vagarem pela cidade à procura dele, alguns instantes se passaram e eu o localizei, ele estava longe dali, parecia uma cidade litoranea, e estava acompanhado da mesma garota do bar, estavam juntos na mesma cama, sorri com aquela imagem, apesar de tudo ainda era possivel ser feliz e ser esperança, me deixei voltar ao meus aposentos, e continuei a folhear o livro, haviam muitos outros conjuros que eu poderia testar, mais não queria testá-los dentro de casa, precisava de um lugar aberto, já que muitos deles envolviam fogo.

Percebi que o sol já ia alto, estava cansada e empolgada ao mesmo tempo, haviam tantas coisas que se pudesse gostaria de saber com uma wicca, comecei a desejar que nunca tivesse sido transformada em uma criatura da noite e que tivesse tido a oportunidade de ter recebido meu legado e treinamento para me tronar uma wicca de verdade assim como minha querida bisavó Nola. Resolvi ir me deitar, precisava descansar, precisara repor as minhas energias para poder estar preparada para o que quer que me aguardasse na noite seguinte.

Parecia que havia acabado de me deitar quando olhei mais atentamente em volta e percebi que não estava mais em minha casa, olhei mais detalhadamente e vi que estava em uma casa simples, com todas as janelas abertas, por onde entrava muito sol, por reflexo tentei me esconder nas sombras, mas para onde quer que eu olhasse só encontrava mais janelas de onde entravam mais raios de sol, mas por mais estranho que fosse eu não sentia os efeitos do sol em meu corpo, então vi surgirem duas silhuetas femininas pela porta da casa, conforme elas iam se aproximando pude identificar apenas uma delas como sendo Sheela, mais a outra apesar de suas feições serem familiares, não sabia quem era. Sheela, se aproximou de mim e me abraçou, sorrindo.

- Minha menina, que bom que resolveu aceitar o seu legado.

- Sim, Sheela, aceitei, mais agora não sei como prosseguir, não sei o que fazer e não tenho ninguém para me ajudar.

- Não fique com medo minha criança, por isso estamos aqui.

- Estão?

- Sim, Danielle, Nola e eu estamos aqui para te ajudar.

Me virei então para a outra mulher que estava na sala e só então reconheci era a mesma mulher do retrato, minha bisavó. Estava muito emocionada, e corri ao encontro dela, que me abraçou com ternura como eu me lembrava que ela fazia sempre.

- Que linda mulher você se tornou, Danielle.

Não consegui responder nada, as lágrimas me fecharam a garganta e não me deixaram responder, minha bisavó me abraçou novamente e secou as minhas lagrimas.

- Bom minha criança, temos pouco tempo para poder esclarecer as suas dúvidas, e não vamos perde-lo com lágrimas.

Então Nola e Sheela, foram me explicando os conjuros mais importantes e os que eu mais usaria, escutava as palavras delas absorvendo todo o seu conhecimento e toda a sua sabedoria, não poderia desperdiçar nada teria que aproveitar tudo o que fosse possível, e prender o maximo que pudesse. Então as duas se aproximaram de mim e me envolveram em um grande abraço.

- Agora minha filha, volte ao seu mundo, ao seu tempo e use o que você aprendeu com sabedoria, com coragem e principalmente com o coração.

- Não deixe nunca que as trevas prevaleçam, mesmo sendo uma criatura da noite, mantenha sua alma e seu coração puros, pois eles serão seus guias.

Abracei apertado aquelas duas mulheres, e quando me dei conta estava novamente em meu quarto, a noite já havia começado, percebi que Eva já havia acordado e estava caminhando pela casa, parecia inquieta, fiquei mais um tempo deitada, não havia dormido muito tempo, mais parece que havia recuperado as minhas forças e as minhas esperanças.

Resolvi me levantar e me arrumei, Eva provavelmente iria querer sair para encontrar Damien, e eu estava de certa forma anciosa por reencontra-lo, mas deveria ser apenas reflexo da anciedade de Eva. Sai do quarto e já fui comprimentada por Eva.

- Boa noite Danielle...

- Boa noite Eva

- Descansada?

- Sim..

- Mas porque toda essa inquietação?

- Está óbvio assim?

- Estampado em seu rosto.

Eva deu um sorriso, como que querendo dizer, você realmente me pegou. Percebi que ela estava irriquieta para poder ir ao encontro de Lord Damien, estava concentrando-me para poder saber a razão de sua preocupação quando ela me perguntou.

- Confiaria sua existencia ao desconhecido, Danielle?

- Não..

- Confiei em Lord Damien...

- E ainda confio...

- Mas em tempos difíceis...

- É preciso fazer o que for preciso para que a tempestade cesse.

- Eva, não compreendo suas palavras...

- Não precisa compreender Danielle.

Não conseguia entender totalmente o que Eva queria dizer, a ligação dela com Damien era algo que talvez nunca compreendese, pois minha ligação com Lord de Copas era muito diferente, Havia uma cumplicidade, e eramos ligados de forma diferente, eramos unidos por laços de sangue, e isso era uma ligação muito forte. Enquanto tentava entender, fui preparar algo para podermos comer, fiz chá com algumas torradas com uma especialidade minha, geléia de sangue. Assim, poderíamos recuperar nossas forças mesmo que não como se tivessemos tomando sangue puro, mais pelo menos já era uma ajuda, terminamos o café da manhã e saimos em seguida.

Mas havia algo de estranho na cidade, não haviam quase seres humanos nas ruas e a noite apenas estava começando, e também não conseguia sentir a presença de outras criaturas, não conseguia entender o porque, assim que chegamos em frente á residencia da Condessa Negra havia algo mais estranho ainda. E apenas pensando auto murmurei

- Imagino que exista algo de errado acontecendo...

- Não compreendi...

- Não sentiu, não há sequer uma criatura vagando...

- E a Condessa Negra, não está em sua residencia.

- Para onde terá ido?

Eva não falou nada apenas me acompanhava com os olhos enquanto andava pela sala da casa da Condessa Negra, tinha alguma coisa errada, eu tinha deixado passar alguma coisa, mais não conseguia saber o que era, foi então que senti um cheiro familiar, era o mais fraco, mais estava ali, é claro, como não tinha percebido isso antes.

- Christine...

Eva me olhou um tanto confusa, então lhe falei que sempre me pareceu que alguma coisa não fazia sentido, a Condessa Negra não se envolvia em nada que ela não pudesse ter alguma vantagem, e Christine sozinha, pelo menos não a Christine que eu conhecia, não teria capacidade de fazer um plano tão elaborado sem ajuda e teria que ser ajuda de uma criatura ancestral. Então Eva murmurou

- Condessa Negra!

- Sim.

Chegamos a conclusão de que a havia apenas uma ligação entre tudo aquilo, Condessa Negra, e também ela seria a unica que sairia ganhando com aquela guerra. Nos apressamos em direção à casa de Christine, que certamente poderia nos dar mais respostas, mas precisavamos alertar Lord Damien sobre aquela conspiração que já não se tratava apenas de uma guerra entre criaturas da noite...

Havia chegado a hora, de as coisas se acertarem e isso significaria sangue e morte...

Dani Moranguinho
Enviado por Dani Moranguinho em 22/11/2011
Código do texto: T3350163
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