A lenda da Suindara a Rasga Mortalha

Há muito tempo atrás em um vilarejo de um grande reino e bem próximo do castelo do então administrador da vila, o Duque Vastar de Figueroa e de sua linda e cruel esposa a Duquesa Leonoura Alves Figueroa.

Morava uma jovem de não mais de 20 anos, possuidora de uma beleza incomum, com seus cabelos longos e negros, olhos claros e pele pálida, chamada Suindara.

A jovem era muito pobre porem era muito inteligente e culta, por isso ganhou o apelido carinhoso de coruja branca. Suindara vivia com seu pai um senhor de estatura avantajada, barba longa e a cima de tudo um homem muito feio o oposto de sua filha, eles moravam em uma cabana afastada do vilarejo, diziam que ele era um feiticeiro rancoroso e que sempre se vingava de quem fizesse mal a sua filha.

A jovem tinha adquirido um estranho habito dez da morte de sua mãe, participava de todos os velórios e enterros da vila.

O estranho hábito, da jovem nunca foi incomodo para os moradores do local, como profissão as Carpideiras (profissional feminina cuja função consiste em chorar para um defunto alheio. É feito um acordo monetário entre a carpideira e os familiares do defunto, a carpideira chorava e mostrava seus prantos sem nenhum sentimento, grau de parentesco ou amizade). A profissão já existia a mais de 2000 anos, e pela vila já haviam passado algumas dessas senhoras, mas a jovem Suindara não pedia nada em troca para acompanhar e chorar nos velórios e enterros.

O hábito não era incomodo até o dia em que a jovem passou a se envolver com Fernandes o0 único filho dos Duques Figueiroa. O Duque não deu muita importância ao namorico de seu filho, mas sua esposa a Duquesa Leonoura, já mais permitiria que seu único filho relaciona-se com a filha de um bruxo ainda mais Suindara dos mortos como era chamada a jovem por alguns poucos que não gostavam dela.

A Duquesa tinha outros planos para seu filho, queria casalo com alguém da realeza, e a jovem atrapalharia tudo.

Foi então que a Duquesa planejou sem nenhum remorso a morte de uma inocente por seus caprichos e ambições.

Depois de mais um enterro, uma empregada de confiança da Duquesa entregou um recado a jovem Suindara, dizendo ser de Fernandes.

O recado pedia para que ela fosse tarde da noite até o cemitério e o encontra-se atrás de uma cripta azul, que ficava no local mais afastado e escuro do cemitério.

Quando Suindara chegou ao local combinado, foi atacada por outro empregado da Duquesa. Seu corpo foi encontrado já sem vida no dia seguinte pelo coveiro. Foi uma tristeza geral na vila, Suindara era muito querida e nunca fizera mal a ninguém, por isso toda população se comoveu com sua morte.

Ela foi enterrada em um mausoléu luxuoso, no meio da sua tumba foi esculpida em sua homenagem uma enorme coruja branca, diziam que o filho dos Duques Figueiroa que pagara todos os custos.

Eliael o velho bruxo jurou sobre a tumba de sua filha descobrir o culpado por sua morte e vingar-se crueldade cometida a ela. Após vários dias procurando em suas Runas descobriu o assassino e a mandante do crime, a Duquesa Leonoura.

Como havia jurado vingança o bruxo reunião vários objetos e foi até a cripta onde sua filha e executou um ritual muito antigo e poderoso. Não demorou e o espirito de Suindara saiu de sua cova, rodou pelo teto do mausoléu, e parou a frente de seu pai o ódio em seus olhos vermelhos era visível, ele falou para a alma atormentada da filha o nome da mandante e os seus comparsas. Então o espírito da moça penetrou para dentro da enorme estátua de coruja branca que criou vida, tornando-se uma imensa criatura ardendo de ódio e fúria, muito diferente da doce Suindara.

A noite escura escondeu o animal, que procurou sua primeira vitima pelas casas do vilarejo até encontra-la em uma casa próxima ao castelo.

O homem estava em sua cama, ao seu lado restos de garrafas de vinho quebradas denunciavam a bebedeira antes de apagar. A Suindara arrombou a janela de madeira o barulho foi tão alto que fez com que o homem desse um pulo de sua cama.

Assustado só teve tempo de dizer. — “Suindara dos mortos”.

Ela saiu rumo ao castelo da Duquesa Leonoura, la encontraria a empegada de confiança e a Duquesa e terminaria sua vingança.

A empregada ainda estava acordada quando a Suindara entrou pela janela ainda aberta de seu quarto que ficava aos fundos do castelo longe dos aposentos dos donos. A suindara entrou e encontrou a mulher sentada em frente ao antigo espelho penteando os longos cabelos ruivos preparando-se para deitar. A mulher olhou bem a criatura que batia suas imensas asas dentro do pequeno quarto derrubando alguns objetos das paredes. A criatura olhava bem para mulher ali congelada já sabendo quem era a criatura e o porquê de sua visita.

Os gritos da mulher são abafados pela chuva que começa a cair com força juntamente com raios e trovões.

Já no quarto da Duquesa ela dormia sossegada, porem sozinha, seu marido o Duque Vastar de Figueroa viajara a negocias juntamente com seu filho Fernandes.

O relato de alguns guardas e empregados do castelo foi ter escutado em meio à chuva o som estranho um barulho estridente parecendo que alguém estava rasgando alguma roupa de seda. Assim nessa noite toda a aldeia ficou assustada com aquele som que vinha de uma das janelas do castelo.

No dia seguinte, descobriram que a condessa e dois empregados dela estavam mortos, e que todas suas roupas estavam rasgadas até mesmo as que estavam guardadas nos seus armários.

A partir dessas estranhas mortes, um fato estranho passou a acontecer naquele vilarejo: sempre guando alguém estava prestes a falecer, uma coruja branca pousava em frente à janela da vitima e piava aquele mesmo som estranho de rasgar roupas como se estivesse avisando que a pessoa iria falecer brevemente.

Por causa desta lenda, este animal recebeu o apelido de Rasga Mortalha.

Diz à lenda que se uma coruja Rasga Mortalha pousar no telhado, ou na sacada da sua casa e piar um som semelhante ao de um rasgo de seda é sinal de que alguém na sua residência falecerá em breve.

Alguns especialistas em linguística afirmam que Suindara significa coruja branca da morte em um dialeto africano.

Essa estoria é fragmento de um capitulo do livro o Sétimo Dom que publicarei em breve, algumas paginas estão disponíveis para leitura.http://www.bookess.com/read/9631-o-setimo-dom/

O Sétimo Dom

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O que você faria se tivesse o dom de prever o futuro, se soubesse que Lucifer ir...

Vagner Silva Penna
Enviado por Vagner Silva Penna em 21/11/2011
Reeditado em 23/11/2011
Código do texto: T3348455
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