O cemitério do medo - parte I

Conta-se, tradicionalmente que cemitérios são lugares silenciosos e muito calmos, de imensa paz. Alguns causam mal estar nas pessoas, principalmente pelo tipo de arquitetura dos túmulos.

Há muitos anos, em um pequeno vilarejo do interior havia um pequeno e muito antigo cemitério. Nele estavam enterradas praticamente todas as pessoas que nasceram e viveram naquele lugar. Fazendeiros, padres, tropeiros, enfim, todas as classes.

Um certo dia chegou ao povoado um visitante misterioso. Tal visitante estava interessado na compra de uma imensa área para a construção de um clube de campo, pois apesar de ser um local com poucos moradores, a região abrigava um grande balneário, com agradáveis águas quentes e terapêuticas. Impressionados, alguns moradores questionavam, em cada esquina, em cada roda de bar quem seria tal comprador misterioso.

Os dias se passaram, até que todos souberam que naquela mesma semana chegariam as máquinas e os operários para iniciarem seus trabalhos. O ninguém sabia era exatamente qual espaço compreendia a área comprada por tal visitante e nem mesmo que a teria vendido.

Para surpresa de todos, a área não era tão imensa assim. Era um espaço com aproximadamente três mil metros quadrados. O mais estranho de tudo é que nesta área estava o cemitério do vilarejo.

Dias depois as máquinas chegaram e começaram a trabalhar. Na mesma manhã, um grupo de moradores seguiu para o lugar da obra, tentando impedi-la a qualquer preço, mas, ao chegar, as máquinas já haviam iniciado, removendo toda a terra no local do cemitério. A cena era aterrorizante. Partes de corpos, misturadas a lápides e pedaços de caixões empilhados como entulho.

Alguns dos moradores caíram em prantos com tal cena de desrespeito a seus antepassados, enquanto outros correram para encontrar o misterioso comprador e seus funcionários, mas ninguém encontraram.

Todos haviam sumido misteriosamente. Estavam ali apenas, máquinas, alguns materiais de construção e ferramentas.

Os dias se passaram. O mistério estava presente no lugar. Onde estariam estas pessoas que feriram a história e a memória do pequeno vilarejo?

Continua...

Paulo Farias
Enviado por Paulo Farias em 05/11/2011
Código do texto: T3319505
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