As travessuras de Aninha (23): O presente
Por Ramon Bacelar
-Tá, tá bom amor, não precisa ficar amuada. Pode escolher um presente.
Silêncio.
-Um presentão.
Outro silêncio.
-Não vai responder querida?
Mais silêncio.
-Pode escolher o que você quiser ... Bem caro e bonito; o que você quiser ... Pode escolher querida.
-Você.
O silêncio do silêncio.
FIM
Posfácio:
Alguns leitores gostam, outros não, alguns ficam indiferentes enquanto outros não sabem do que se trata... Nem eu.
Não saberia precisar com exatidão o que a série de textos As Travessuras de Aninha realmente é, mas talvez saiba o que não é (pelo menos, de minha parte, não houve nenhum planejamento prévio nesse sentido): não é um romance episódico ou em capítulos, muito menos monólogos; não são mini nem nano contos.
Talvez seja um mosaico psicológico de situações, impressões, desejos, sonhos, decepções, frustrações, sentimentos, humores e sensações de uma criança tentando interagir com o mundo, colegas e pais; ou uma série de tentativas frustradas de pais despreparados tentando penetrar no prismático, porém secreto e misterioso universo infantil, ou um mero devaneio auto-indulgente deste que vos escreve, ou nada disso... ou...
As indicações numéricas não se referem a algum senso de continuidade cronológica ou narrativa; podem ser lidos e rearranjados, como em um lego, em qualquer ordem que desejarem, criando assim (quem sabe?) novos significados e interpretações.
Obrigado a todos os colegas que têm lido meus textos: comentando, perguntando, incentivando, criticando e elogiando.
Té mais.