A noiva que ficou viúva

Vou contar pra vocês uma lenda bem verdadeira. Eu mesma quem escutei da minha avó, Dona Maria. Ela mora numa cidadezinha chamada Nossa Senhora da Glória, que fica perto de Curvelo. Lá é muito calmo e tranquilo, é uma cidadezinha pequena mesmo. As ruas são de terra, tem uma única praça que concentra todas as festas locais. E como aquele povo de lá gosta de uma festa, viu?

Diz a minha avó, que certa vez, estava para acontecer um casamento na cidade. Casamento de gente muito importante por lá, se não me engano, era o casamento da filha do prefeito, que naquela época era conhecido como coronel.

Então, filha do coronel ia se casar com um moço que tinha ido de Belo Horizonte pra lá, pra trabalhar como pesquisador de grutas da região.

Acontece que o moço, antes do casamento, não se sabe o porquê, bateu as botas.

Ou seja, morreu, Isso mesmo. Morreu pouco antes das horas do casório.

Porém, a noiva, que ainda não sabia de nada, junto com sua família, que também não sabia de nada, foi para a igreja esperar pelo noivo.

Ela ficou na porta, dentro de uma charrete, durante várias horas. Após muito esperar, alguns falastrões da cidade decidiram contar pra ela que o noivo havia morrido.

Diz a minha avó que foi um chororó danado da moça. Ela ficou inconsolável. Descia e subia a rua, com aquele vestidão de noiva, gritando pelo nome do noivo. Depois de chorar muito e ser seguida pela família, a noiva caiu no chão mortinha da Silva. Verdade. Mas isso ainda não é nada.

A verdade é que na cidade, durante o mês de maio, a moça, todo santo dia, com o vestidão branco, sobe e desce a rua da praça, chamando pelo nome do noivo dela.

Minha avó, que não é boba nem nada, diz que assim que o mês de maio começa, ela logo não sai mais quando escurece.

Se você não tem medo, é porque nunca viu uma mulher desfigurada com um vestidão branco de noiva subindo e descendo a rua, arrancando os cabelos e gritando pelo nome de Clemêncioooooooo!