Medieval

Frank nunca vira uma paisagem mais paradisíaca, as longas planícies que rodeavam aquela rodovia lhe davam uma institigante vontade de trair a sua esposa, há 200 km de distancia dele.
Pequenas depressões no terreno, escondiam mais e mais a imensidão, e foi depois de um pequenino vale que ele a avistou, entre um pequeno aglomerado de árvores cercado de flores, Frank não acreditou, mas era sim uma mulher, uma linda mulher.

Baixou uma, duas, tres vezes a cabeça, esfregou os olhos, mudou o olhar de direção, pois não acreditava, mas ela estava ali, diante de seus olhos, linda, num longo branco,que mostrava a beleza eslava da jovem em meio as flores, e vez ou outra, sentido o seu perfume ao aproxima-las do belo nariz arrebitado.
Aproximou-se, estacionou ao lado da estradinha, desceu e a cumprimentou, e não deixou de notar por baixo do tecido branco, fino as bem torneadas pernas e a pele de seda perfeita, o convidando para a sedução...
De sua boca fluíam sussurros, e a cada palavra, Frank vislumbrou a língua da jovem passear de um lado a outro em sua boca, sentindo-a no próprio corpo...
Um troca de olhares, e a jovem, de pele perfeita lhe estendeu uma flor, aproximando-se mais dele, até que o hálito de ambos dividisse o mesmo espaço, e ofegantes se beijassem...
Lenta e silenciosamente, ela pegou sua mão e o convidou a ir a sua casa...
A estrada contornou o aglomerado de árvores e logo adiante entre a neblina seca de primavera ele divisou o castelo, cercado de um pequeno espelho d`água, o silencio reinante, apenas foi quebrado pela surpresa de Frank, que olhou de todos os lados, e agora so via a linda jovem, e diante de si baixar a enorme porta, por onde a mão fria da jovem o conduziu para o interior do castelo num irresistivel convite...
Embriagado pelo perfume sedutor, imaginou enlaçado naquele corpo esguio e o apelo sensual
foi mais forte...Atrás de si a porta fechou-se, a nem mesmo o silencio da ausencia humana
foi percebido no enorme páteo vazio, onde se viam correntes penduradas, ferramentas, e alguns cranios, que o tesão aparente de Frank não se deu conta.
A mão alva da jovem, levantou lentamente e apontou o alto de uma torre, e num sussurro angelical convidou...
___ Vamos...
Assentiu e seguiu incontinenti, num deslumbre hipinótico.
Depois de 6 lanços de escada, o salão arredondado no alto da torre, era povoado de objetos medievais, oxidados e carcomidos pelo tempo, mas que trouxe Frank para a consciencia e para o desejo, pois as argolas, a cama com a cabeceira alta, de um ébano negro, talhado com motivos lúgubres e o perfume do ar, o convidavam para a orgia, cada vez mais instigante, no olhar sedutor da jovem.
Ao fundo , uma especie de pano, cobria uma plataforma, onde se punha a pessoa presa na cabeceira por argolas com trinco para imobilizar... Devagar, com a lingua dentro da boca de Frank, ela o conduziu ate a plataforma, o deitou, prendendo seus braços, e o desnudando, beijou ávidamente seu corpo, e o levou ao paraíso, num enlouquecido tesão, quase ao gozo, na fronteira da demência...
Depois roçando os seios nos lábios do rapaz, o soltou, e girando os corpos ela se pôs em seu lugar exibindo ao desejos insanos de Frank, o corpo dos sonhos...
O cérebro do rapaz foi tomado por uma vontade fúnebre de sangue, sua boca sentiu o gosto ocre do hálito dos assassinos, e mesmo sendo flagrante em seus olhos vermelhos este desejo, a moça, livida, não esboçava medo, e insinuante o convidava...
__ Vem... A voz soava no quarto como ecos em uma catedral...
As mãos de Frank envolveram seu pescoço, apertaram, e ao inves de terror, um leve sorriso
cobriu os lábos da jovem... Ele não entendia... Sua mão fechada então desceu como um bólido em meio a face dela, tudo intacto, como se aquela agressão para estravasar o instinto assassino, fossem carícias...
Um frio correu pela sua espinha, quando pela primeira vez sentiu que a pele antes morna da moça, estava gelada...
Apoiando-se na cama, lentamente ergueu-se, mirou a porta e quando correu para ela, e sentiu o trinco travado, acordou do transe erótico...
Sentiu entao, enlaçada em seu pescoço uma pesada corrente, o puxando de volta para a cama, para os urros antes sussurros...
Quase desfalecido, viu um filme passar em sua frente...Sempre se repetindo a visão dos cranios lá embaixo...
O horror indescritível, sufocado por uma picareta que entrou em seu abdomem de lado, o fez
acordar de vez, diante daquela figura...
A linda moça tinha agora 2 metros de altura, o corpo coberto de farrapos, os olhos vermelhos brilhantes, numa mão uma corrente e na outra uma espada negra...
O ser aproximou de Frank, segurou com firmeza sua cabeça, encostou sua boca na dele, e com a língua oxidando ferro antigo, introduziu goela adentro do infeliz, indo aparecer banhada de sangue na nuca, o delírio da dor insuportável, amenizou a dor que sentiria logo a seguir, quando do seu ventre o ser, retirou o coração ainda pulsante e o degustou soltando longos e tenebrosos ruídos...
Lá fora na planície, dissipada a neblina, a tarde maravilhosa mostrava a quem quisesse ver, tocar e amar uma linda jovem entre as flores...

Malgaxe

 

 

 

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 15/10/2011
Reeditado em 15/10/2011
Código do texto: T3278129
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