- Zumbis -
Você acorda atordoado em uma calçada fria, um sono de segundos que pareceram uma eternidade, visão embaçada sobre o que seria uma avenida que uma vez se tornou caótica pelos carros abandonados que agora habitam ali. Tenta se levantar como pode ao que uma rápida olhada em volta te destrai sobre a grande mancha de sangue em sua camisa, mas não liga pois está muito confuso para imaginar o por quê de estar ali.
Começa a caminhar em meio a cidade que aparenta estar abandonada, passando por entre vultos ali e aqui que parecem te acompanhar em um coro de grunidos animais, não existe mais motivo para continuar, apenas tende a seguir em frente, esperando o doce calor de seu lar em troca daquele gélido vento das ruas escuras.
Aos poucos acaba se separando daquele grupo de vultos que o observava em quanto caminhava, está sozinho... Sorria quando via uma loja que lhe parecia familiar, onde comprará algumas coisas com amigos um dia antes- Pessoas!? Finalmente!!!
Parecia ser um grupo de 6 pessoas, correndo pra lá e pra cá. Porque estão atirando contra eles mesmos? Bem, não pode contar a alegria, não é? Aquela companhia tão familiar que esperou, já se cansou de estar aqui, seus passos começam acelerar em direção aos estranhos...
Porque parecem tão assustados? Não posso entender, sou um deles, não é? Então... Porq~ O Barulho de um tiro parecia ecoar por toda a cidade naquele momento, se recuperando ao que percebe estar caído no chão, Oh... Aquela mesma calçada fria. Só consegue enxergar aquele mesmo grupo sorrindo, atirando para todos os lados. Não entende o quão mau o ser humano pode ser. “ Eu só queria voltar pra casa “ – Pensa em quanto por instinto se levanta apoiando as mãos na calçada.
O Tiro que levou incapacitou seu corpo de certa forma, mas não o impede de buscar vingança. “ Só... Queria... Voltar... Para Casa “ – Lhe faltam palavras ao que não consegue mais pensar, erguendo seus braços em frente ao corpo, buscava apenas cravar os dentes em alguns daqueles seres, mereciam ser punidos, não... Comidos. Um instinto assassino te domina quando se vê tão perto daqueles que o feriram.
A Única coisa que se ouvia alem dos gritos das pessoas tendo sua carne rasgada, eram de um breve coro vindo dos mesmos vultos que te acompanhavam. E todos eles soavam como um único desejo: “ Comer... Cérebros ”
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Essa é minha Homenagem a nossa sociedade, coberta de corpos sem vida, sem alma e sem coração.