A fonte de sangue
Eu tinha acabado de me mudar pra uma escola, ela era bonita, grande e tinha uma fonte bem no meio. Os alunos dessa escola eram todos muito legais, fiz amizade rapidamente.
Bate o sinal para o intervalo, eu já com fome desço rápido para lanchar, comprei meu lanche e me sentei em um banco, olhei a fonte jorrando uma água muito límpida, dei uma mordida no pão e olhei novamente a fonte, dela jorrava um líquido vermelho escuro, me assustei, achei que se tratava apenas da minha mente me pregando uma peça, voltei para a sala e falei com meu amigo do ocorrido, ele riu e disse que eu estava ficando louco, antes de voltar para casa tornei a dar outra olhada na fonte, a mesma estava jorrando a pura água, então voltei para casa, mas com a ideia da fonte de sangue. No outro dia, o mesmo aconteceu, mas olhei bem e vi ao fundo um garoto com uma faca na mão e com a roupa da escola toda ensanguentada, procurei saber de algum boato de um aluno que havia matado alguém ou se matado, mas nada.
Voltei no outro dia e conversei com o diretor, ele estranhou e disse não saber de nada, mesmo estando na escola a um bom tempo, durante o recreio procurei o zelador, me disseram que o zelador era o funcionário mais antigo da escola, contei a ele o que eu tinha visto, então ele disse que a muito tempo um garoto tinha sido vítima de bullying, ele trouxe uma faca para matar os garotos que fizeram bully com ele, então os garotos se aproximaram e empurraram o garoto, o mesmo caiu no chão, então ele puxou a faca e foi na direção dos alunos, matou todos os três garotos e logo depois ele se matou, cortando o próprio pescoço, junto a sua mão esquerda ele encontraram um bilhete que dizia: " Fiz isso porque não aguentava mais o que esses ordinários faziam comigo, eles, todos os dias, me batiam e roubavam meu dinheiro do lanche, me ameaçavam na sala e na saída, então tive de tomar uma atitude, ou continuava sendo perseguido ou matava a todos e em seguida me matava também, então estou escrevendo essa carta para mostrar-lhes que isso não é nenhuma brincadeira, mas sim uma coisa séria, que pode levar ao suicídio...". Então o zelador mostrou-me uma foto do garoto, eu confirmei falando que aquele era o garoto das visões que tive na fonte.
Então eu procurei em livros e com pessoas que sabiam lhe dar com coisas desse tipo e pedi que eles me ajudassem a descobrir o que o garoto queria, uma cigana me sugeriu que comprasse o tabuleiro de Ouija, ele poderia me ajudar.
Comprei o tabuleiro e o levei a escola, mas não sai com ele no intervalo. Fui à sala do zelador e consegui uma cópia da chave da escola. Às 22 horas lá estava eu na porta da escola, com o tabuleiro de Ouija, a cópia da chave, uma lanterna e muita coragem. Cheguei à fonte, a mesma estava desligada, tratei de colocar logo o tabuleiro e começar o famoso jogo do copo, comecei perguntando se tinha alguém lá, o copo se moveu para o "Sim", na mesma hora senti um gelo na espinha, meu coração disparou, então fiz outra pergunta "Você é homem ou mulher?" o copo se moveu, formando a palavra "H.O.M.E.M", no mesmo instante eu estava quase desistindo de continuar, pois o medo havia tomado meu corpo, mas continuei, "Como você se chama?", o copo moveu-se e formou a palavra "P.E.D.R.O", minhas mãos estavam totalmente tremulas, "O que você quer?" perguntei, o garoto respondeu "Quero me livrar dessa prisão que me impede de ir embora deste mundo", eu perguntei o que eu poderia fazer, ele disse "Você deve procurar, dentro da escola, o lugar onde colocaram meu corpo e deve queima-lo", arrumei minhas coisas e fui embora. No dia seguinte voltei no mesmo horário mas com uma pá, comecei a fazer vários buracos, procurando o corpo do garoto, mas não encontrei nada. Durante o intervalo perguntei ao zelador onde tinham enterrado o corpo do garoto, ele me disse que não enterraram ele, mas sim o cremaram, perguntei a ele se ele não tinha visto se o corpo do garoto estava sem alguma parte, como dedos, pés, mãos ou algo assim, ele disse que não, mas disse que o garoto não podia fechar os olhos.
Voltei ao local 22h com a pá, lembrei-me do que o zelador disse, que o garoto não podia fechar os olhos, então pensei e conclui que devem ter arrancado as pálpebras do garoto, então continuei procurando se haviam enterrado as pálpebras em algum lugar, dentro de uma caixa ou algo do tipo, procurei nas salas todas, mas nada, então voltei a fonte e me sentei, o espírito do garoto estava ao meu lado e me causava arrepios, me levantei para continuar a procurar, então bati em um pedaço de pedra no chão, iluminei o local com a lanterna e percebi um tijolo solto, retirei-o e encontrei uma caixa no fundo, peguei ela e abri, encontrei as pálpebras, as unhas e uma mecha do cabelo do garoto morto. Levei a caixinha para casa, no outro dia voltei à escola, às meia noite, levando comigo, álcool, esqueiro e a caixinha, joguei tudo no chão e coloquei fogo, de repente o espírito do garoto começou a ficar mais transparente, até sumir completamente. No outro dia voltei à escola e coloquei a chave de volta na sala do zelador, ninguém deu falta de nada e nem percebeu o que eu havia feito, o espírito do garoto nunca mais apareceu para mim.