A cruz e o canino - Capítulo 2: Júlia (Continuação)
Antônio chegou na escola segunda pensando no que tinha acontecido no fim de semana. Estaria ele namorando Júlia? Foi verdade o que aconteceu na festa? A dança? O beijo? Essas perguntas assombraram os pensamentos de Antônio desde o portão de entrada até a sala, mas Júlia não estava lá. Antônio sentou em seu lugar habitual, e assistiu à aula normalmente. No segundo horário, Júlia entrou na sala e sentou em uma cadeira ao lado da de Antônio. Ele olhou para ela com uma cara preocupada, e ela escreveu, numa folha de papel:
“Estava no médico, fui para uma consulta. Estou bem. No recreio conversamos.”
Antônio leu o bilhete e abriu um sorriso para a menina, enquanto respondia o bilhete.
“Te espero no banco do jardim.”
A menina corou e piscou para ele, sorrindo. Estava escrevendo uma resposta, mas o professor tomou o bilhete de suas mãos e o jogou na lixeira. Antônio, que sentira um frio na espinha quando o professor tomou o bilhete, mas ficou aliviado quando ele o jogou fora.
No Recreio, Júlia foi ao banheiro e Antônio foi direto para o banco e ficou esperando-a. Ela não se demorou e, enfim, sentou-se no banco a seu lado.
-Você foi ao médico? Está tudo bem? - perguntou Antônio, com uma preocupação evidente.
-Está tudo bem. Estou resfriada, mas não é nada. Acho que tomei muita friagem na minha festa.
-Ah! Sobre a festa, estamos namorando? Por que você falou que estávamos namorando?
-Não gostou? Se quiser, eu posso lhe dizer que tudo não passou de um engano,
-Não! Claro que eu gostei – consertou logo Antônio. - Só queria saber o porquê de você ter dito aquilo.
-Eu gosto de você, você dise que gosta de mim, achei que não haveria problema em dizê-lo.
-Então estamos namorando?
-Se você não tiver nada contra. - provocou a menina.
-Não tenho.
-Então estamos.
E sorriram os dois.