O assassino e a vendedora de flores
Estou desde as 3:40 acordado. Já andei pela casa toda e sai para a rua para ver se encontrava alguém que pudesse me ajudar.
Ninguém. Só a lua a me vigiar e a penumbra a me seguir.
O sentimento de ódio me consome a cada dia.
Preciso fazer alguma coisa. O sol me incomoda.
Me arde a pele e me cega os olhos.
Preciso de ajuda.
Preciso de alguém. Alguma pessoa que eu possa cortar, sentir a lâmina da faca entrando e rasgando a carne.
Sentir o medo estampado nos olhos. Ver o sangue correndo.
O cheiro da morte. O barulho dos ossos sendo quebrados.
Tem sido assim desde há muitos anos. Desde que matei minha prima.
Ela era muito linda, mas não havia mais ninguém em casa.
E eu precisava muito satisfazer meu ego.
Sim. Foi uma pena, ela era lida, sim, muito linda.
E eu sabia como ela gostava de mim.
Depois disso nunca mais parei.
Sempre tive cobertura para meus atos. É bom quando se tem muito dinheiro.
Mas hoje estou aqui. Sozinho. E meus instintos me matando. Trocadilho infame.
Vou me retirar para meu quarto. Escuro e frio.
Vou fechar as janelas.
Mas olha só. O que vejo vindo em direção à minha humilde casa.
Uma jovem vendedora de flores.
Acho que o dia não está de todo perdido.
Está batendo. Vou descer atendê-la.
Entre querida. Flores?
Que maravilha. Vieram mesmo a calhar.
Vou ficar com todas elas. Entre. Entre.
Quando seus olhares se cruzaram e ela tirou do meio das flores um punhal afiado, ele soube que seria seu fim e que realmente as flores vieram realmente a calhar.
Logo depois a vendedora de flores, saiu e foi caminhando pela rua.
Ela tinha outros cliente para visitar.
E muitas flores ainda para entregar.