Litoral dos Mortos - Cap.9 (Penultimo) - A Morte Espreita

Me desculpem pela demora, mas é que eu tava meio sem tempo, só entrava aqui no Recanto como leitor.

Aquela foi uma noite mal dormida, todos estavam eufóricos com a possibilidade de escaparem do Rio, de fugirem dos mortos e dos vivos. Após o jantar ficaram uma boa parte da madrugada elaborando o plano de fuga, que era arriscado de mais e por vezes uma puta idéia jerico, mas naquela altura, com tudo que acontece a mente pregava peças e quilo parecia a coisa mais perfeita que elaboraram.

O sol nem havia nascido, e já estavam dentro do Hummer prontos pra sair. Sabrina não se preocupava muito com o que poderia acontecer a partir dali, acelerando a 150Kmpor hora e escutando no ultimo volume Back in Black do AC/DC. Passaram pelas lindas paisagens litorâneas, o sol agora estava com um fiapo de seu brilho, o que deixava tudo mais lindo. Mas o mesmo sol fazia a não enxergar um palmo a frente, a luz ofuscava tudo e volta e meia atropelava um zumbi sem ver de onde ele surgia.

- Em uns 20 minutos estamos lá, todos estão prontos? – perguntara Olhos Verdes que estava no banco do passageiro na frente.

- Nasci pronto pra esse dia – respondeu Bruno todo animado, como se aquilo fosse um videogame.

- Isso é bom, precisaremos de nossas mentes focadas e de... – O barulho ecoou pela rua, o para brisa se trincou e Olhos Verdes fora acertada na mão por um tiro. – Mas que porra! – gritou ela. Mas barulhos de tiros foram escutados e de repente Sabrina perdera o controle do carro, que virou pra esquerda subitamente e bateu violentamente contra um muro, os airbags se abriram e diminuo o impacto. Fernanda desceu rapidamente do carro, Ale gritou pra ela ficar lá dentro, mas ela não queria ouvir, atirou em direção da onde vinham os tiros, ficou parada por uns instantes e começou a dar risada.

- Inacreditável, eu achando que era alguma ameaça, é uma simples biscate armada. Vá se foder vadia loira. – Colocou a arma em punho novamente, mas Ale já estava do seu lado e lhe segurou a mão.

- Calma Fernanda, talvez ela poderá nos ajudar, é só uma moça perdida nesse inferno. – disse Ale.

Quando todos desceram do carro viram que era só uma mulher loira, toda vestida de branco, ela tinha uma metralhadora que estava apontada para o grupo, mas eles também estavam lhe apontando as armas.

- Quem é você? – perguntou Sabrina se aproximando.

- Diga primeiro que são vocês, e não se aproximem de mim. – mas

Sabrina ignorou e continuo indo até a garota, que parecia muito assustada, começou a gritar com Sabrina para se afastar, que ia atirar nela, Ale começou a se aproximar também, a garota lhe apontou a arma gritando ameaças.

-Cale a boca! -disse Sabrina que já estava perto o bastante pra lhe dar um coronhada com o cabo da M16, a garota desmaio na mesma hora.

Ale já estava acabando de trocar o pneu furado do carro e Sara de fazer o curativo na mão de Olhos Verdes quando a garota voltou a si. Mas Sabrina e Bruno estavam ali com suas armas apontadas bem em meio a sua cara, assim como Killer rodava a moça e rosnava sem parar.

- Você nos atrasou, e por quê? Não é do maldito exército, ta toda de branco, tem um cordão do hospital no seu pescoço. – Quis saber Sabrina.

- Eu achei que vocês fossem do exercito, aquele carro... Eu atirei, não dava pra ver direito...

- Zumbis! Um monte deles – gritou Sara. Os zumbis vinham pela rua em bando.

Ale largou o macaco e pegou sua arma e começou a atirar, Fernanda se juntou a ele. Não havia como voltar pro carro, era fugir e atirar. Começaram a correr dos zumbis ao mesmo tempo em que atiravam pra trás.

- Aquele prédio – disse a moça loira. –Vamos entrar lá.

- Tem certeza? – Perguntou Sara.

- Eu estava indo pra lá, meu noivo mora ali, e ele tinha me ligado... –respondeu ela.

- Não temos muitas alternativas, vamos pra lá então – disse Ale.

Entraram no prédio que era todo espelhado, o saguão estava vazio, havia coisas quebradas e muito sangue por todo lado. Não demorou muito pros zumbis começarem a entrar no edifício. Subiram o primeiro lance de escadas, um zumbi puxou a perna de Ale, ele caiu, mas deu um chute no rosto do morto e em seguida atirou, explodindo seus miolos pra todo lado, ao se levantar tropeçou em um degrau e trombou em uma parede.

-Olha – gritou Sara apontando para a luz que acendeu e ficava agora piscando

- Uma lâmpada? Grande bosta – respondeu lhe Fernanda.

- Não, uma lâmpada que se acendeu, quando Ale esbarrou na parede ele trombou no interruptor. Isso significa que este prédio tem energia, dá pra usar o elevador.

Sabrina não esperou duas vezes e apertou o botão do elevador, enquanto mais zumbis subiam pela escada, eles matavam todos, não passava nenhum. Escutaram o barulho do elevador e pra alegria de todos e porta de abriu, entraram correndo, um zumbi chegou até a porta, mas Sara lhe deu um tiro na cabeça fazendo a porta se fechar. A moça loita apertou o botão do 28º andar, disse que era aonde mora o noivo dela.

Quando o elevador estava chegando no 23º andar ele parou e a luz se apagou. Sara e a moça loira entraram em pânico. Ale olhou pra cima, tirou o tampo de acrílico que cobria um hélice, depois com a ajuda de Bruno eles tiraram à hélice e ficou um enorme buraco. Os dois garotos ajudaram as meninas saírem, logo estavam todos na parte de cima do elevador, a porta que dava pro 23º andar estava a um pouco mais de meio metro a cima deles., Ale fez pé para Bruno que conseguiu abri-la, Ale subiu e Bruno ficou lá embaixo fazendo pé para as meninas enquanto Ale as puxavam, Sara começou a ficar desesperada e não queria subir de jeito nenhum. De repente Sabrina gritou, Ale olho pra trás e havia vários zumbis naquele andar, começaram a insistir pra Sara subir logo, mas a moça travou, o elevador deu uma leve descida e Sara começou a gritar. Olhos Verdes gritou por ajuda, Ale disse pra Bruno subir e ir lá ajudar, ele tiraria Sara dali.

Lá em cima o tiroteio era intenso, Ale conversava com Sara quando algo o puxou, Sara se desesperou mais ainda ao perder-lo de vista, o elevador deu mais um leve tranco e em questão de instantes desabou, mas alguém segurou a mão de Sara fortemente, ela olhou pra cima e pra sua infelicidade viu o rosto de Fernanda que tinha um enorme sorriso. Pensou em gritar por socorro, mas a única coisa que veio em sua mente foi:

- Você vai queimar no inferno, filha da puta.

- Então encontro você lá, porque tu vai primeiro, Sarinha. – foi o que disse Fernanda sorrindo de orelha a orelha quando soltou a mão de Sara.

Ao cair toda sua vida passava diante de seus olhos, lagrimas escorriam lhe o rosto por não ter sido diferente com Ale, a queda era uma eternidade, parece que o fosso do elevador não teria mais fim, mas o final chegou e ele veio a toda velocidade de encontro a seu corpo. Não houve dor, nem sofrimento, a morte foi rápida, num ultimo lampejo de vida ficou feliz por não ter dado esse gostinho a Fernanda.

Em Breve o Capitulo Final

Renan Pacheco
Enviado por Renan Pacheco em 19/08/2011
Reeditado em 19/08/2011
Código do texto: T3169751