Dia dos pais
Às vezes é difícil acreditar que o ser humano é capaz de atos insanos como esse. Leia o conto e depois entra no link no final.
Infelizmente fazemos parte da mesma raça.
Dia dos Pais
O calor é intenso naquela cela onde ele se encontra sozinho por motivos de segurança.
São 15:00h de um domingo, um domingo especial, é dia dos pais.
Ele continua lá sentado no fundo da cela, as mãos seguando a cabeça.
O remorso não o afeta, mas sim o desespero por ter sido pego.
O plano era perfeito. Não sabia o que dera errado. Sua foto estampada nos jornais abaixo das letras que o chamavam de mosntro.
"Pai manda matar a filha de 18 anos na semana dos dia dos pais".
Uma notícia horrível de se ler, mas era a verdade.
Ele, o monstro estava ali. Frio, insano, sem sentimentos e sem alma.
Se o colocassem junto aos outros presos, já estaria morto a essa hora.
Um seguro milionário, esse foi o motivo que o levou a mandar matar a filha.
R$500,00. O valor pago.
O valor de uma vida. Não, o valor de uma vida que ele mesmo gerou.
Agora estava ali. Não tinha mais nada. Nem filha, nem dinheiro e nem a ajuda do demônio que entrou em seu coração e agora o jogou ali.
Diz o ditado que o demônio ajuda a fazer mas não ajuda a esconder.
De repente ele cai em si e sua mente insana volta à realidade e tudo vem na sua mente.
O desespero toma conta dele. Se levanta e começa a gritar e chorar. Se joga contra as paredes.
Ninguém vem em seu socorro.
Todos odeiam o monstro que matou a filha.
E é dia dos pais.
De repente tudo fica escuro. E gelado.
Ele ve um vulto de aproximando na escuridão. Se encolhe e fica ali num canto.
Para seu desespero é a filha. A filha que ele mandou matar com 6 tiros.
Ele se apavora e tenta gritar. A voz não sai.
Ela se aproxima e o chama de pai.
Ele chora copiosamente.
Sua filha. Na sua frente. Sua filha que era uma moça linda, agora está desfigurada, ensanguentada.
Ele pode ver as marcas dos tiros. No rosto, e pelo corpo.
Sua roupa toda ensanguentada.
Ela fixa o olhar nele e diz com voz meiga:
- Eu te amo pai. Porque fez isso?
- Pai, eu sofri muito, mas nem tanto pelos ferimentos, mas sim por saber depois que você mandou fazer isso comigo.
- Porque pai? Porque?
Ele queria morrer naquela hora, mas não morreu.
Diante de seus olhos toda a cena se passou. Ele saindo com o carro em alta velocidade.
Ela apavorada. E o matador saindo do mato na beira da estrada e já disparando contra ela.
Depois ele a viu caida no chão agonizando. Demorou a morrer e ficou ali sofrendo.
Quando sua voz saiu só consguiu pedir perdão aos prantos.
A filha olha para ele e diz:
- Sim, eu te perdoo sim. Mas meu perdão não pode te tirar do lugar para onde deverás ir.
- Não posso fazer nada quanto a isso. Mesmo que eu queira.
Ele continuou ali chorando encostado á parede.
Quando ele conseguiu olhar para ela, viu que as marcas de tiros e todo o sangue foi desaparecendo, Sua filha foi ficando novamente linda.
- Pai, te perdoo sim. Por isso vim te ver, precisava fazer isso.
- Mas agora vou embora.Eles vem te buscar e não posso ver o que farão com você, mas ainda te amo Pai.
Ela deu um beijo no rosto dele e foi desaparecendo na escuridão.
Ele ficou ali desesperado. Quem seriam "eles"?
De repente ele começa a ouvir vozes, rosnados, gritos de dor e desespero.
E uma densa fumaça toma conta da sela.
Dois vultos aparecem, usam um capuz negro sujo cobrindo seus rostos.
Agarram no violentamente pelos braços e o arrastam.
O jogam na parede com força fazendo-o gemer.
Mas ele nota que não está mais na cela. Está ao ar livre, jogado contra uma muralha de pedra.
Não conhece o lugar, mas é feio, muito feio. Está em uma montanha bem alta.
E os vultos que agora são quatro se aprocimam com marretas e cravos em suas mãos.
Não. Ele não quer acreditar mas sabe o que vai ser feito com ele.
O seguram e o viram de cabeça para baixo, ele agora percebe que está sem roupas.
Ele grita, mas de anda adianta.
Com o canto dos olhos ele vê um vulto que levanta a marreta e seus sentidos se perdem ao sentir o primeiro cravo rasgando suas mãos, depois a outra e depois os pés.
A dor é insuportável. Ele desmaia e volta a si várias vezes.
Até que nota que ninguém mais está a seu redor e o sol está alto.
O calor é insuportável. Aves voam bem alto.
São corvos. Comedores de carne.
Aos poucos eles vão se aproximando. Descendo e fazendo barulhos estridentes.
A primeira bicada arranca lhe pedaços de sua carne. O sangue escorre.
E daí seguem-se uma bicada atrás da outra.
Mas ele continua vivo até seus ossos aparecerem.
Ele sabe que aquele seu tormento é merecido.
Ele é o monstro que matou a filha na semana do dia dos pais.
E ela o amava.
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