O Livro Da Morte
Matt episódio 04 4ª temporada: O livro da morte
A poeira dos pergaminhos irritava seu nariz, Frank estava prestes a espirrar pela milésima vez, sem contar o mau-cheiro. Os pergaminhos eram escritos com sangue e aquilo deixava um odor esquisito no ar.
• Técnicas dolorosas para acabar com o vampirismo:
Há séculos vários segredos são guardados a sete chaves, um deles é o livro da morte, quem o lê descobre como se tornar humano, mas morrem antes disso acontecer. Para cada pessoa que lê-lo, uma coisa diferente acontece, pessoas morrem queimadas, outras são perseguidas por espíritos malignos e algumas até se suicidam, porém se aquele que ler o livro possuir a imortalidade, algo pode acontecer, mas ele não morrerá. Isso vale apenas para vampiros imortais. Raríssimos.
• Localidade: Túneis secretos de Paris, apenas vampiros tem acesso. É preciso sangue humano para abrir o alçapão que dá acesso aos túneis, ele está localizado debaixo da mesa do antigo escritório do depósito de vinhos no Arsenal, os túneis são próximos ao rio, separados apenas pelo muro, se tiver oportunidade, ouça o barulho do mar.
— É perfeito! Isso é praticamente um guia turístico para vampiros. — falou sozinho.
• Os túneis também funcionam como refúgio de vampiros que não tem abrigo durante a luz do sol e é lá que se encontram os livros proibidos. Mas ninguém pode manuseá-los.
— Que se dane, vou dormir e assim que anoitecer eu o levarei para ler o livro da morte, ele é imortal e vai se sair bem, então nós saberemos o que fazer. — pensou alto.
Frank deitou-se para dormir, com um amigo vampiro bem ao lado, ele teria que trocar o dia pela noite.
Anoiteceu, mas Frank ainda dormia quando Matt saiu do quarto, guiado pela sua sede. Ele chegou bem perto de Frank, mas mesmo estando pelo instinto e não pela razão, ele não conseguia machucar seu amigo. Sua garganta queimou ainda mais e ele se afastou, abriu a porta e seguiu pelo hotel.
Uma garota estava passando pelo corredor, vestia de branco, empurrando um carrinho com materiais de limpeza, Matt sentiu seu cheiro de longe, e como ele não tinha laços com ela, não foi difícil mordê-la.
Matt, discretamente colocou o corpo despedaçado na máquina de secar roupas e colocou para centrifugar. Ele não era bobo o bastante para deixar nascer uma nova vampira. A queimação em sua garganta estava tão fraca que nem chegou a incomodar. Ele voltou par ao quarto e encontrou Drew.
— Matt! O que você fez?
— Han? Como assim o que eu fiz?
— Não seja idiota, sua camisa está suja de sangue. — disse Frank assustado.
Matt o encarou com aquele olhar de gato pidão, mas não surtiu efeito, pois seus olhos vermelhos não pareciam nem um pouco com os olhos de um gatinho.
— Frank... Eu precisava ou acabaria te machucando. —
— Você já me machucou, mas machucou aqui ó — colocou a mão no peito — Vamos, eu já sei para onde devemos ir. Vamos ao Arsenal e de lá entraremos no túnel.
Frank estava magoado, não esperava que Matt matasse um humano e ainda mais um inocente. Eles pegaram um táxi até o Arsenal e lá desceram em busca do depósito de vinhos.
— É ali! — disse Matt, apontando para o galpão velho.
— Então agora você lê francês. — ironizou.
Não foi difícil entrar no depósito, Matt com sua força de vampiro imortal a arrombou e quando encontrou o alçapão, Frank rasgou um pedaço de sua camisa e amarrou no nariz de Matt, ele não podia sentir o cheiro do sangue, Frank arranhou seu braço e o sangue caiu na fechadura que se abriu na hora.
O túnel fedia a mofo e ratos corriam para lá e para cá, assim como os morcegos. Depois de andar um pouco, Frank escutou o barulho das águas do rio ao lado, mas se concentrou em seguir para a biblioteca proibida.
Não havia nenhum sinal de vampiro.
— Matt, abre essa porta. — pediu ao ver a porta de bronze. Daquelas bem pesadas.
Matt forçou a fechadura e a abriu, em seguida fecharam-na para ninguém notar, caso alguém viesse, a essa hora todos os vampiros devem estar caçando lá na superfície.
— Olha só quantos livros! — disse Frank.
— Menino enciclopédia, você me trouxe aqui para ler?
— Sim, você precisa ler a profecia do livro da morte para descobrir como se livrar do vampirismo. — Frank explicou-lhe.
— Avá! E com todos esses livros, como saberemos qual eu tenho que ler? — perguntou.
— É meio lógico Matt, veja você mesmo!
Matt encarou o lugar para onde Frank apontou. Um livro enorme estava ali, já aberto na página correta.
— Vá e leia, eu não posso se que chegar perto. — explicou Frank,
Matt não estava por dentro desses fatos.
Matt girou os olhos despreocupadamente e seguiu em frente.
Pigarreou antes de começar.
“Sangue cicatriza feridas indesejáveis. Sangue é símbolo de nós, sangue é a chave, só o sangue pode curá-lo!”
— Ah que baboseira! Só fala de sangue. — disse Matt.
— Espera. Matt! Faz sentido, entendi tudo, vamos em... Bora.
Frank não acreditou no que estava acontecendo.
Matt estava curvado para trás, uma luz estranha sobre ele, e sua pele pálida agora estava sendo contornada como tribais, mas eram tribais maléficos, pareciam raízes gosmentas, lembrava muito do Venon, ele não viu o que ocorria, apenas sentiu.
— Que Porcaria é essa?!
— É a conseqüência de ler o livro da morte, o mais proibido no universo, mas você ficará bem, precisamos ir. Corre!
Eles correram de volta aos túneis, mas eles estavam cheios agora. Dezenas de vampiros estavam ali prontos para puni-los.
— Ér... Os pergaminhos não me avisaram sobre isso.
— Segura minha mão. — Matt sussurrou.
Frank o fez.
Matt envolveu Frank e se jogou no muro fazendo um enorme buraco, a água do rio invadiu os túneis, deixando os vampiros perdidos. Matt subiu para a superfície puxando Frank pela mão, e ambos emergiram.
Deitaram nas margens do rio, margens de pedra. Matt tirou sua camisa molhada, apesar de não sentir frio.
— Caraca! Olha só pra você. — disse Frank.
— Ah Frank! Eu sei que sou gostoso, mas não precisa se assustar
né...
— Olha pro seu corpo, senhor Ego.
Matt se assustou ao ver seu corpo cheio de tribais.
— E nem sabemos o que tenho que fazer. — disse ele.
— Eu sei. — Frank e sua mente brilhante.
— O que é então Googleman?
— Você falou em símbolo e disse também que sangue é a chave de tudo e por fim ficou todo marcado. Ou seja?
— Que o plano fracassou? — sugeriu desanimado.
— Que vou enfiar uma estaca no teu peito!
Brincadeirinha.
Continua...
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