Uma estranha senhora

Uma estranha senhora

Duas irmãs em busca de aventura viajaram para um vilarejo que era conhecido como mal assombrado pelos poucos que lá habitavam.

A chegada do ônibus Volvo, fez alguns moradores acederem as luzes de suas casas apagando-as logo em seguida. Ana e Luiza desceram do ônibus e ele partiu, sumindo em meio à escuridão da deserta estrada de terra. As duas caminhavam com dificuldade por causa da repentina ventania que parecia recebê-las de braços abertos. Já eram quase cinco da manhã o sol tímido mostrava-se iluminando ao longe o horizonte. Elas andaram por quase meia-hora até chegarem a única pousada existente no vilarejo, na entrada da pousada logo ao lado uma tímida senhora atrás de uma árvore chamou a atenção de Ana. Ela até esboçou um sorriso na direção da senhora que manteve o olhar sereno fixado em Ana.

Eram quatro da tarde quando as duas acordaram. Por volta das cinco saíram para conhecer o vilarejo. Um casarão no alto de uma colina chamou a atenção de Luiza:

- Olha Ana, aquele casarão... É lindo. Temos que ir lá. Luiza puxou Ana pelo braço, e seguiram subindo a estreita estrada de terra que dava acesso ao Casarão.

Quando elas chegaram à frente do casarão aparentemente abandonado. Luiza empolgada empurrou o grande portão de ferro, fazendo-o soltar um rangido assombroso. Ana ligou a filmadora e começou a registrar aquele momento. Um brasão antigo, com palavras em Latim, mostrava-se esplendoroso no alto do casarão. Ana com a filmadora na mão empurrou a porta de madeira que por sorte não estava fechada, um cheiro de podre chegou as suas narinas fazendo-a por a mão sobre o nariz. Numa pequena sala o corpo fétido de um cachorro deixando os ossos à mostra, que provavelmente entrou e não conseguiu sair dali, era devorado por minúsculos insetos.

Ana e Luiza seguiram desbravando o casarão uma porta num tom avermelhado chamou a atenção de Luiza que de tão entretida não percebeu o corpo fétido do cachorro ao seu lado. Luiza abriu a porta lentamente, o tempo parecia parar dentro daquele casarão, só o escuro ela conseguia ver. Ana pegou a lanterna e passou a para Luiza. Que agora podia ver uma escada de pedras. As duas desciam a escada com cautela, como num filme de terror o vento zunia fazendo as garotas se arrepiarem, um barulho fê-las cessar a descida. O vento violento havia derrubado alguma coisa fora do casarão. Elas seguiam descendo a escada quando a lanterna parou de funcionar.

- Boa hora pra essa porcaria dar defeito. Resmungou Luiza que agora iluminava o caminho com um isqueiro. Seguiram de olhos arregalados até que no último degrau da escada alguma coisa as empurrou fazendo-as cair num calabouço. Esqueletos humanos ainda com partes de roupas faziam-nas tremer de medo. A câmera caída ao chão registrava os momentos de horror. Um golpeio nas costas de Luiza fê-la soltar um grito, Ana que estava com a lanterna na mão conseguiu ver o rosto de quem haverá feito aquilo. A senhora de olhar sereno havia golpeado sua irmã violentamente nas costas. Ana largou a lanterna no chão fazendo o barulho do plástico ecoar por todo o ambiente.

As luzes acederam-se, Ana conseguia ver o corpo de sua irmã caído ao longe espalhando sangue pelo chão, a senhora andava lentamente na direção de Ana que estava encurralada no canto da parede. Como em filmes ninja a serena senhora arremessou uma faca que acertou o peito de Ana fazendo o sangue jorrar. Ana caiu ao chão sem vida. A senhora perversa aproximou-se arrancando a faca cravada no peito de Ana. Ela cortou as vestes ensopadas de sangue da garota e começou a golpeá-la, a cada golpe o sangue jorrava cada vez mais vermelho cada vez mais puro. A senhora ergueu-se passando a lamina da faca na língua deliciando-se com o sabor do sangue das garotas...

O tempo se passou e a cada dia estranha senhora continua fazendo suas vítimas no interior de São Paulo. Então se você encontrar esse casarão pense duas vezes antes de entrar, pense duas vezes até mesmo antes de ir a São Paulo, pois a estranha senhora e seus seguidores vos esperam com o melhor presente que podem lhe dar. A morte.

Ryan Honório
Enviado por Ryan Honório em 08/08/2011
Código do texto: T3147699
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