O POÇO DOS DESEJOS

Ele já não sabia mais o que fazer. O período de estiagem se alongara muito mais do que o esperado. A seca, impiedosa e cruel, comprometera o árduo trabalho de um ano. A esperada colheita, que mal daria para cobrir os custos mínimos para a subsistência da família, no fim das contas, não chegaria. O solo na parte posterior da modesta propriedade, local destinado ao cultivo das hortaliças, apresentava a mesma aridez que dominava toda a região. Não havia esperança para os poucos moradores daquela terra esquecida por Deus. Os que podiam não hesitavam, nem por um segundo, em deixar tudo para trás em busca de melhor sorte numa outra área, desde que o local escolhido fosse bem distante dali.

Caso se tratasse apenas dele, aquele homem não se importaria, afinal a vida já o havia marcado demais. Definitivamente, não haveria sofrimento capaz de lhe causar algum dano significativo, pois, simplesmente, ele não se importava consigo mesmo. No entanto, não se tratava apenas dele, e esse era o problema. Compartilhar com os filhos as mazelas de uma vida infrutífera era a pior das danações, machucava muito mais do que qualquer dor física.

Em silêncio, ele agradecia pelo fato dos anjos terem levado sua esposa há tempos, na ocasião do parto da filha caçula. Talvez ele não agüentasse encarar os olhos daquela que sempre amou e ver refletida ali a própria incapacidade de lhe fornecer uma vida melhor, uma vida que prometera lhe dar quando a tirou da casa dos pais. Sim, ele sabia que era egoísmo pensar daquela forma, mas era certo que a mulher, por toda a bondade que sempre cultivara em vida, estivesse num lugar melhor, num campo livre da fome, da sede e da peste.

Seu primogênito era um rapaz forte, espiritualmente falando, uma vez que as limitações da vida descreviam linhas frágeis em seu corpo adolescente. Porém, ele nunca reclamava de nada, e estava sempre disposto a ajudar o pai no que fosse preciso, sobretudo nos cuidados com a irmã, a qual, desde que nascera, permanecia num estado constante de enfermidade. E foi justamente o rapaz quem teve a idéia salvadora que poderia significar a solução para todos os problemas, não só os da sua própria família, como também os dos vizinhos mais próximos.

Segundo o garoto, o relato fora passado pela boca do velho mercador local, um homem robusto, de gestos exagerados, que costumava fazer as vezes de caixeiro viajante, levando e trazendo suprimentos e informações por toda a região. Na ocasião da citada conversa, o homem estava decidido a abandonar de uma vez por todas aquele chão ingrato. Entre seus lamentos e indignação, ele deixou escapar a história acerca de uma área envolta em mistérios, de localização indeterminada, mas que estaria muito mais distante da percepção humana do que propriamente dos olhos. Ele próprio tinha intenção de chegar nessa área desconhecida, pois, segundo dizia, quem lá chegasse teria a chance de ser agraciado com uma riqueza imensurável. Essa terra de maravilhas ficaria num sinuoso precipício banhado pelas águas salgadas do oceano. O cume desse pico seria adornado pelos contornos distintos de um antiqüíssimo casarão, o qual serviria de morada para uma ordem religiosa tão antiga quanto. Os limites da propriedade guardavam um segredo secular: uma fabulosa ligação com uma terra de possibilidades infinitas.

Nesse mundo, muito além da compreensão humana, a concepção de riqueza, de valor, era algo muito vago e impreciso. E, por conta disso, a ponte, o portal miraculoso, costumava ouvir os apelos dos mais necessitados, e, invariavelmente, ofereceria algum tipo de conforto para amenizar o sofrimento daqueles que mais precisavam.

Quando disse isso, os olhos do velho mercador emitiram um leve faiscar, mas não tardou para que estes perdessem o brilho diante da constatação que viria em seguida: ele não tinha a menor idéia de como chegar ao local. De certo, a única coisa que realmente sabia, era que seria preciso seguir o curso seco do rio, nada além disso. E assim disse que faria.

O comerciante, montado numa mula e puxando outra carregada com os pertences que pôde levar, desapareceu rumo ao horizonte avermelhado do entardecer. Isso fora há duas semanas, quando o rapaz ainda nutria a esperança cultivada pelo pai, algo que morrera como toda e qualquer possibilidade verde...

Quando contou a história para o pai, o garoto desejava que este compartilhasse do mesmo entusiasmo que lhe consumia, porém ele realmente duvidava que isso pudesse acontecer, e, foi difícil esconder a surpresa quando a idéia de partirem rumo ao desconhecido fora bem aceita.

No fim das contas, as frustrações que abraçavam a alma daquele homem eram demasiadamente grandes para que ele simplesmente apagasse a última luz no peito do próprio filho, seria egoísmo demais. Assim, eles resolveram partir numa jornada rumo ao desconhecido. O primogênito de uma vizinha, a mesma que se comprometera a cuidar da menina doente durante a viagem, os acompanharia.

O trio seguiu pelo mesmo caminho tomado pelo comerciante. Dividindo a sela do único cavalo da família estavam pai e filho, enquanto o outro garoto se espremia no assento de uma mula com as provisões da viagem, o que, a bem da verdade, não era muita coisa: alguns cantis com água, pão, umas tiras de carne seca, uns retalhos de tecido grosso e três facões de mato, daqueles usados para a lida na roça.

A melancolia que se apossara dos seus corações desde que se afastaram da vila insistia em não querer se dissipar. O leito rachado do rio seco há muito havia ficado para trás, e a tristeza ameaçava tomar o lugar do fio de esperança que ainda corria em suas veias. A sucessão de dias e noites não traduzia a mudança no cenário árido, para onde quer que olhassem a morte lhes oferecia uma face zombeteira e seca.

Os animais se negavam a dar um passo que fosse, a noite já descia o manto negro sobre suas cabeças, mas era como se o sol ainda brilhasse no céu. O ar quente que inalavam transmitia claramente a idéia de que seus órgãos seriam cozidos a qualquer momento. O desespero, na essência mais crua da palavra, vertia dos poros dilatados na mesma proporção em que o suor era expelido... alucinações flertavam com os limites da realidade... foi então que aconteceu...

O líder da jornada foi o primeiro a perceber, mas não com os olhos, pois estes estavam nublados por uma nuvem de poeira densa e avermelhada. Ele apenas sentiu. Era algo diferente, incomum, mas ainda assim familiar, algo que conhecera há muito tempo, quando ainda era um menino. Para quem vivia no litoral não haveria qualquer dúvida, mas para ele, que habitava uma área tão distante do oceano, demorou um pouco mais para que compreendesse e identificasse os indícios naturais da maresia.

Quando o inconfundível ruído causado pelo encontro entre ondas e rochas tomou conta do ambiente, um gosto salgado e marcante já dominava o céu da boca e a língua de todos. Mas a exultação pela inexplicável descoberta conflitava com a confusão do ambiente. Eles sabiam que o mar estava próximo, mas não conseguiam enxergar onde, por mais absurda que fosse tal possibilidade.

Ainda cercados pela cortina de barro, o som trovejante de uma voz destoou em meio ao canto do oceano. Lentamente, uma silhueta disforme ganhou corpo diante deles. A figura, envolta por uma malha reluzente, abriu um dos braços. A manga do tecido se desenrolou como uma cortina, formando uma flâmula que chacoalhava ao sabor da brisa marinha.

O estranho falava diretamente ao agricultor. Suas palavras eram claras e incisivas. Ele lhe oferecia alimento para sua fome, água para sua sede e o suficiente em ouro para recompensar a perda do ano trabalhado em vão. Para isso, bastava que o grupo retornasse imediatamente de onde estava. Enquanto falava, a manga das vestes do desconhecido mostrava a imagem de cada uma das ofertas que ele fazia.

Por um instante, aquele homem torturado pela vida percebeu que cada palavra relatada pelo filho poderia sim ser real. Por mais que quisesse compartilhar da esperança do rapaz, ele havia entrado naquela jornada muito mais pelo apoio que poderia oferecer do que pelas próprias convicções. No entanto, a simples presença daquele desconhecido era a prova irrefutável da existência do lugar maravilhoso decantado pela história. E, se existisse mesmo tal lugar, por qual razão ele deveria se contentar com tão pouco? Na certa, o estranho queria privar-lhes da totalidade das riquezas a que teriam direito. Não. Eles não sofreram tanto para no final receberem apenas migalhas. Eles lutariam até o fim pelo que lhes era de direito.

Entretanto, a figura misteriosa não esboçava a menor intenção de querer lutar, muito pelo contrário. Ao perceber a negativa diante de sua oferta, apenas sorriu, deixando que os homens apertassem em vão o cabo dos seus facões. Da mesma maneira que surgiu, o estranho desapareceu entre a névoa avermelhada. Mas antes de ser tragado completamente pela cortina de poeira, ainda fez uso de sua voz metálica por uma última vez. As palavras proferidas pareceram muito mais um conselho do que uma imposição. Elas sugeriam que não esquecessem o fardo estirado diante dos seus pés, pois poderiam precisar.

O turbilhão de argila se dissipou com os últimos ecos da voz. Estupefato, o trio percebeu que não estava mais na área semidesértica. O cenário ao redor era outro. Um terreno muito mais nítido e incompreensivelmente diferente. Eles se encontravam na beira de um gigantesco precipício banhado por águas furiosas. Sob seus pés, se esparramava um espesso tapete verdejante, um gramado tão vivo que eles duvidavam que há poucos instantes pisavam numa mescla seca de cascalho e barro.

O matiz exibido pelo conjunto composto por céu e mar flertava com um tom de azul tão profundo que era difícil determinar onde começava um e terminava o outro. Um gigantesco círculo branco emoldurava a abóbada celeste ao fundo de uma construção completamente diferente de tudo que aqueles olhos já haviam presenciado. Mas antes que pudessem seguir em direção ao casarão, perceberam que havia algo bloqueando o caminho a alguns metros de onde estavam, imediatamente se lembraram das palavras do estranho.

O filho do agricultor foi o primeiro a seguir, de facão em punho, na direção do amontoado desconexo. A escuridão dificultava que identificasse, de imediato, o que seria. Porém, com a aproximação ficou clara e inequívoca a definição quanto à natureza do bloqueio. Eram duas enormes barricas carregadas de moedas douradas presas por um espesso galho de árvore. Entre elas, atrelado à madeira, estava um corpo em decomposição, o odor exalado era insuportável. O rapaz não sabia explicar o motivo de não ter sentido antes.

Ao sinal do garoto, os outros se aproximaram e, com as mãos sobre as narinas, se depararam com a terrível constatação: o cadáver apodrecido pertencia ao velho mercador, o mesmo que partira do vilarejo semanas antes.

O lavrador, religioso como era, imediatamente se benzeu e pediu ao filho da vizinha que cobrisse o morto com o tecido que traziam no dorso da mula. Não era decente deixar um ser humano naquelas condições, apodrecendo ao relento, seria preciso carregá-lo, um enterro digno era o mínimo que poderiam fazer. Talvez fosse esse o fardo mencionado pelo estranho...

Com dificuldade, colocaram-no sobre a montaria. Por alguns instantes, hesitaram em relação aos compartimentos de moedas, mas acharam por bem deixá-los onde estavam. Com sorte, retornariam com muito mais e, se fosse possível, dariam um jeito de levá-los também.

Conforme seguiam pela trilha rumo ao casarão, ficava cada vez mais clara a idéia de que estavam sendo observados. Uma sucessão de árvores de galhos secos e retorcidos parecia esconder olhos ardilosos, uma presença que se ocultava nas sombras a cada lufada mais intensa. No entanto, ao longo de todo o percurso, nenhum ser vivo cruzou o caminho do grupo.

Ao chegarem diante da escadaria de pedra, às portas da construção, os animais simplesmente se recusaram a seguir adiante. Enfurecidos, eles empinavam o corpo apoiando-se nas patas traseiras, enquanto sacudiam incontrolavelmente as outras. Os pertences foram ao chão, assim como o corpo do comerciante. Foi preciso segurar firmemente as rédeas para impedir que os bichos saíssem em disparada.

Nuvens cinzentas cobriram o céu. As portas do casarão se abriram. Cavalo e mula se acalmaram em prostração. Três homens ganharam a parte externa da propriedade, todos vestindo capas negras e empunhando espadas, um deles trazia um lampião numa das mãos.

Num ato reflexo, um dos rapazes partiu em direção ao grupo de estranhos, com um facão em punho. Fazendo uso de um movimento simples, porém perfeito, o monge que seguia mais à frente descreveu um círculo no ar com a lâmina, decepando o braço armado.

O sangue do filho da vizinha se espalhava pelo chão de pedra, enquanto o garoto se contorcia e gritava de dor. Pai e filho recuaram. O homem tentava proteger o menino, colocando-se em sua frente, mas sem perder o controle sobre o cavalo e sem soltar o cabo do facão.

O garoto, por sua vez, sentiu um deslocamento de ar às suas costas e, ao virar-se, percebeu que o corpo do mercador já não estava no mesmo lugar, simplesmente desaparecera. Esticando a visão na direção oposta, para o sentido de onde vieram, ele teve a nítida impressão de que o tecido que envolvia o morto desaparecia numa espécie de poço de pedra, algo que não estava lá quando passaram, ou que pelo menos eles não haviam percebido. Pontos escarlates faiscavam ao redor do emaranhado de pedras. O garoto apertou-se junto ao pai.

— Fale o que você quer de nós! Gritou o agricultor, sacudindo a lâmina enferrujada no ar.

— Diga você o que quer aqui – retrucou o monge, com a espada gotejando com o sangue do menino ferido.

— Viemos em busca de conforto para nossas aflições, por uma vida melhor.

— E está disposto a pagar o devido preço? – Falou o que trazia a lanterna.

— Vamos embora, pai. Vamos sair daqui...

— Quieto, menino. Não viemos de tão longe para nada. Escute, senhor. Eu não tenho nada nessa vida. Vim até aqui pela promessa de riqueza. Não tenho nada para oferecer...

— Ah tem, você tem sim. Essa terra pede algo em troca, forasteiro, faça a sua oferta.

O lavrador, perdido nos próprios pensamentos, tentava achar uma resposta adequada para tão complicado questionamento, afinal, ele era um homem simples, sem nada a oferecer. A casinha modesta, tão longe dali, fora dada como garantia no banco, já não lhe pertencia. Foi quando percebeu a corda em sua mão O único bem que possuía, de fato, era o cavalo. Ele ofereceria o animal, então.

— Tome – ergueu a correia de couro – leve meu cavalo, é tudo que possuo.

— A oferta não deve ser feita para nenhum de nós. É para lá que você deve seguir – o braço esguio do monge apontava na direção do poço. Mas posso te fazer uma sugestão. Como eu disse, essa terra sabe ser generosa, mas ela valoriza ofertas condizentes. Você não precisa dele – seu olhar buscava o garoto ensangüentado – ele vai morrer logo, não há chance de sobrevida. Por que você não lava a terra com o sangue dele? Aposto que sua oferta ganharia atributos mais atraentes.

— Não pai, não faça isso, não lhe dê ouvidos, pai.

O homem parecia hipnotizado. Por alguns instantes ele nada disse, até que pensou em voz alta:

— Nós podemos dizer a mãe dele que um terrível acidente o acometeu. Não podemos? Sim podemos – concordou consigo mesmo.

Os monges sorriram quando o agricultor ergueu a lâmina e correu rumo ao rapaz caído. O garoto tentou escapar, mas a fuga era impossível, visto que não havia para onde ir. Os gritos da vítima não eram maiores do que os do filho de seu algoz. O rapaz se desesperou ao ver o amigo sendo assassinado pelo próprio pai.

O menino olhou ao redor. Os pontos luminosos estavam em toda a parte. O sangue escorria pelo vão entre os degraus e parecia ser dragado pela terra enegrecida.

— Vá para lá – ordenava um dos monges – faça a sua oferta agora.

O homem, puxando o cavalo, caminhou para o poço, enquanto o filho se ajoelhava aos prantos sobre o corpo do amigo.

O círculo de pedra se mostrava como uma garganta ansiosa por uma refeição. Olhando para a imensidão negra, o agricultor entendia que havia chegado num caminho sem volta. O calor que emanava daquela abertura superava, e muito, todo o castigo a que foram submetidos ao longo dos últimos dias.

— O que você quer? – Perguntou uma voz arrastada e sibilante. Na verdade, não era propriamente uma voz, parecia um ruído formado por um conjunto de vozes diferentes mas que eram, ao mesmo tempo, similares.

— Riqueza! Eu busco riqueza! Desejo meios para viver, com sobras, uma vida digna, sem depender do dinheiro para mais nada. Já derramei meu suor dias a fio e continuo sem ver uma luz no horizonte. Já perdi minha esposa, minha filha nasceu adoentada por culpa da miséria, meu filho me acha um monstro. Eu quero a chance de uma nova vida!

— Você está disposto a oferecer o seu maior bem em troca de riqueza?

— Sim! Sim! Leve! É todo seu!

Uma infinidade de criaturas disformes surgiu do poço como um exército de baratas em fuga. Garras e dentes buscaram a carne do cavalo, que relinchou de dor e se debateu o quanto pôde, mas não conseguiu evitar que fosse consumido pela abertura no chão.

Moedas douradas e pedras multicoloridas foram lançadas ao ar, para a felicidade do agricultor, que enxergava naquela chuva improvável o fim dos dias de miséria e sofrimento.

Mas, a alegria insana não durou muito tempo. Intrigado, ele viu uma horda de demônios seguindo rumo ao casarão. Temendo pelo pior, ele tentou correr, porém suas pernas estavam presas pelo ouro que subia cada vez mais em seus tornozelos.

Ele gritou em desespero quando viu o rapaz morto e seu filho sendo arrastados pelo mar de criaturas que brigavam por cada pedaço de carne. Ele viu o medo nos olhos do menino. A incapacidade absoluta lhe ofereceu uma saudação.

Os gritos do garoto desapareceram num eco prolongado no caminho tortuoso da garganta de pedra. O homem arranhava o próprio rosto, lágrimas e sangue numa mescla macabra.

Ele não precisava ouvir o que a voz das profundezas repetia incessantemente, pois a compreensão já havia lhe tomava de assalto mesmo antes daquelas palavras...

“O cavalo não é seu maior bem. O cavalo não é seu maior bem. O cavalo não é...”

Quando mais criaturas surgiram do poço, ele já sabia para onde seguiriam. Não havia nada que pudesse fazer para impedi-las. Uma das metades do seu maior tesouro havia desaparecido naquele poço hediondo, enquanto a outra repousava inocentemente numa cama, num local mais distante da percepção humana do que propriamente dos olhos... logo estariam juntas outra vez.

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Flávio de Souza
Enviado por Flávio de Souza em 05/08/2011
Código do texto: T3141824
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