Pena de Morte - Capitulo VIII - Vampiro, monstro ou amigo?
- Mat!! Acabe logo com isso! Estamos de saída. – Disse Felix correndo em direção á um Mustang coupé 1964, jogou uma enorme mochila no banco de trás e voltou correndo na direção de uma estufa que servia como laboratório. O carro era equipado com um motor V8 de 4,8 com 271 HP. Mara vinha segurando no braço de Daniel. Matheus levantou-se, pegou sua mochila e entrou no carro sem abrir sua porta, pulando sobre ela e sentando-se no banco da frente.
- Bora! – Convidou ele enquanto Daniel abria a porta para Mara entrar. Foi quando uma explosão aconteceu mais á frente, Felix saiu correndo do laboratório enquanto os todos olhavam para nuvem de poeira e fumaça que havia se formado no local da explosão.
- Droga! Fomos descobertos! – Disse Felix olhando descrente para a fumaça. Matheus pensou em sair do carro quando Daniel o repreendeu.
- Ligue o carro Mat! – Matheus olhou na direção de Fátima que estava próxima ao local e viu um dos soldados de Gelo aproximando-se dela e quebrando-lhe o pescoço.
- Camilo! – Irritou-se Felix ao vê-lo, enquanto o outro soltou um sorriso sarcástico, soltou a mulher e bateu suas mãos uma na outra, como se estivesse limpando-as, enquanto Fátima caia aos seus pés morta. Felix sacou sua arma e viu mais um bando de soldados saindo do buraco que havia se formado no chão, onde antes havia uma escotilha.
- Matem todos! – Bradou Camilo. - Eu cuido do Felix! - Disse ele transformando-se em algo assustador. Felix pareceu não ficar surpreso com a transformação.
- Mas o que é aquilo? – Disse Daniel olhando para Camilo e os outros que transformaram-se em criaturas horrendas. As íris completamente avermelhadas, tinham uma fisionomia parecida com a de vampiros, e sua pele de repente estava em estado de albinismo.
- São uma unidade especial dentro dos soldados do gelo e Camilo é o Líder. – Disse Mara. - Sempre são chamados quando o assunto é extermínio. Situação laranja. Já não havia te falado isso, Daniel? – Mas Mara não via no que eles haviam transformado-se.
- São mais que isso Mara. Mas explico para vocês depois. – Disse Mat ligando o carro. Os monstros atacavam sem piedade, Camilo investiu contra Felix e os dois caíram lutando no chão, Felix era forte, pois era um clone, mas sua força não comparava-se á de Camilo. Ele resistiria por um tempo, mas logo seria vencido.
- Precisamos fazer algo! – Disse Daniel pegando suas pt´s. O Mustang derrapou, Mat acelerou e os pneus cantaram enquanto a traseira do carro deu uma leve patinada e eles foram na direção de Camilo e Felix. Os dois ainda no chão, Camilo com seus dentes afiados disposto a arrancar a carne de Felix que esquivava-se e defendia-se o tempo todo. Era uma chacina, os soldados matando todos os refugiados e cientistas. Eles não deixavam ninguém vivo, isto; para que o vírus não os tornasse como eles. Ainda no chão Felix se esforçava segurando as mãos de Camilo que estava por cima dele, sua boca aberta, seus dentes á mostra, a criatura salivava em busca de sangue, os braços de Felix doendo cada vez mais, sentindo toda a força que Camilo exercia contra ele. Em questão de segundos o clone pai de Mara cederia, seus braços já flexionando-se, foi quando a luz dos faróis do Mustang bateu contra os dois. Felix aproveitou-se da distração e com seus pés empurrou Camilo que foi lançado á frente. Neste mesmo momento Mat virou o carro na direção dele e bateu com o Mustang em sua cabeça, ele girou no ar e caiu.
- Essa é por você Fatinha! – Disse Mat olhando para o corpo de sua amiga, uma visão que ele jamais esqueceria. Felix entrou no carro às pressas, dois outros soldados vinham em sua direção, mas Daniel deu dois tiros e eles caíram mais aparentemente mortos.
- Vamos sair daqui logo! – Falou Felix, já sentado assistindo seus amigos serem massacrados. Mat deu ré no Mustang e virou o carro dando um pião e dirigindo em direção ao portão de saída, foi quando viu uma mão erguendo-se sobre o capô, e de repente a cabeça de Camilo surgiu em meio ao caos. Ele veio na direção do pára-brisa, suas garras arranhando o metal do capô e o som chegando irritante aos ouvidos Mara e dos outros. Mat acelerou ainda mais e bateu contra o portão, porém Camilo manteve-se firme, até mesmo depois do portão ser derrubado pelo carro. Sua força era algo incrível. Daniel então apontou sua pt´s na direção dele, mo entanto Mat assustou-se com algo e freou o carro bruscamente. Camilo então caiu mais á frente, aos pés de um conhecido.
- Agente? – Disse Daniel olhando impressionado para a figura à sua frente. Mara não hesitou e levou as mãos aos olhos de Mat que estava sentado á sua frente. Ele estava com o rosto cheio de sangue e roxo, parecia ter levado uma grande surra, mas estranhamente parecia bem. Camilo levantou-se, e deu um soco no rosto de João, o rosto do agente recebeu o golpe girando, mas pareceu não sentir aquilo. Ele se voltou para Camilo, o rosto estava irreconhecível, sua pele mais pálida e seus dentes afiados como os de um demônio. Camilo então investiu com outro soco mas João agora esquivou-se e retribuiu-lhe com um murro que acertou direto na barriga, a dor fez com que ele abaixa-se, João então deu-lhe um chute no rosto e o soldado caiu. Todos assistiam a cena paralisados. O soldado do gelo levantou-se rapidamente.
- Muito bom agente, subestimei você. – Camilo contra-atacou com uma agilidade fora do normal indo na direção de João quando uma bala acertou-lhe o ombro, Daniel havia dado o disparo, ele passou direto errando o golpe aturdido, João segurou-o, uma mão no ombro e outra na cabeça, suas presas perfuraram a pele de Camilo arrancando uma fatia de carne enorme. O Agente Silva virou-se para Daniel, Mara pôde o ver pelos olhos de Mat, que permanecia em transe. Na boca, toda aquela carne humana, suas mãos soltaram Camilo que caiu sem vida. O agente deu um sorriso para eles, seus lábios tingidos de sangue, ele então mastigou a carne e engoliu-a parecendo satisfazer-se com aquilo. João seguiu andando na direção do carro, sua aparência voltou ao normal, mas o sangue ainda escorria de sua boca.
- Posso entrar? – Perguntou após limpar-se com a manga da blusa. Mara tirou as mãos dos olhos de Mat. Felix ainda surpreso.
- Entra logo parceiro! – Ironizou Daniel sorrindo. Pela primeira vez o Agente sorriu de volta para Daniel, que estendeu a mão para ele.
- Bom te ver vivo! – Disse Daniel.
- Muito bom! – Disse Mara, enquanto os davam um aperto de mão.
- Também estou feliz de te ver vivo Daniel. Até por que o único que pode te matar aqui sou eu! – Disse em tom irônico.
Todos riram e saíram logo dali. Mat deu o comando e o carro de repente recolheu seus pneus, e planou no ar.
- Afinal o que esses caras são? – Perguntou Mara.
- Acho que o Mat ou o Felix podem nos esclarecer. O que você estava dizendo lá atrás Mat? – Disse Daniel.
- Ah sim... Eles não são vampiros como você pensou naquela hora! São chamados de nanomutantes. Há meses um frasco que continha uma amostra de meu DNA foi roubado do laboratório do Doutor Mariano e foi criado uma espécie de soro. Eles se tornaram fortes como eu, mas ficaram ainda menos resistentes ao Uva. Quando ocorre a transformação, alguma deficiência da fórmula do soro os deixa albinos, de alguma forma o ele diminui a quantidade de melanina extremamente e isso faz com que os vasos sanguíneos penetrem completamente na íris deixando assim seus olhos neste tom avermelhado. A transformação ocorre de acordo com os batimentos cardíacos; isso se deve porque os malditos conseguiram manipular o vírus da hidrofobia, também conhecida como raiva, uma espécie de zoonose, que ataca não só os animais como também os seres humanos, é uma doença infecciosa que afeta os mamíferos, se multiplica primeiro nos nervos periféricos, depois no sistema nervoso central e dali para as glândulas salivares de onde se multiplica e propaga. Os nanoinfectos não transmitem a doença, já estes novos seres graças à hidrofobia, que é transmitida através do contato com a saliva por mordedura, lambida em feridas abertas, mucosas ou arranhões, á transmitem. Os malditos querem criar uma nova raça, mas precisam corrigir o soro e o meu DNA tem a chave.
- Muito bem! Mas se eles não me morderam, nem nada, por que eu me tornei isso? – Perguntou João.
- Há outras formas de ser contagiado. – Disse Felix. Mas são raros. Pode acontecer por via inalatória, pela placenta, aleitamento, e também pelo transplante de córnea, assim como na hidrofobia. Mas não acho que eles iriam querer te transformar em um deles.
- Malditos! – Disse João.
- Desculpe interromper mas precisamos nos conectar, Mara. – Ela rapidamente levou a mão aos olhos de Daniel e ambos entraram em transe. Eles agora viam o ônibus, ele já havia partido. O clone andando de um lado para o outro. Os membros restantes deixavam clara a sensação de pânico que viviam. O assassino parou de repente no centro do ônibus.
- Senhores e senhores, estamos indo agora para o meu passeio predileto. Lá descobriremos o porquê da queimação no estomago. Ele ria enquanto os membros receavam qual era o significado daquilo tudo, e o que ele queria dizer com isso afinal? Ele olhou para todos, e sentou-se em uma poltrona ao lado de uma mulher que como os outros estava amarrada, e amordaçada. O clone levou sua mão direita ao cabelo longo dela e começou a fazer cachinhos nela que sentiu o medo a consumindo por completo. Tudo que havia presenciado naquele maldito dia a havia desestabilizado. Algo raro para uma das representantes mais firmes do novo estado.
- Que pena que chegou sua hora! Mas não se preocupe abafarei a sua dor!
– Ele ria friamente enquanto falava. Mara e Daniel despertaram.
- O que aconteceu? Por que paramos? – Perguntou Mara.
- Sei pra onde ele está indo!
- Pra onde? – Perguntou o agente. Felix olhava atento para eles enquanto Mat ouvia cada palavra.
- Quinta da Boa Vista! – Revelou Daniel!
- O antigo museu? Mas, como soube? – Perguntou Mara imersa em curiosidade, já que não haviam visto imagem alguma que revelasse o local para onde estavam indo.
- “O passeio predileto dele!” Foi o que o idiota disse Mara. O passeio predileto dele é o meu passeio predileto.
- Vamos pra lá logo! Temos uma boa chance de pega-lo! – Felix estava entusiasmado, eles enfim estavam um passo á frente do clone.
- Sinto que há algo errado? – Falou Mara.
- Outra armadilha? – Indagou João.
- Pode ser. Mas mesmo que tiver razão, não temos escolha! – Admitiu Daniel.
...
- Espero que tenham mordido a isca. Cansei de obedecer o mestre. Eles tem que parar de entrar na minha cabeça! Preciso matar este imbecil logo! – O clone dizia olhando para o painel do ônibus e verificando que o veículo dos soldados do gelo havia acabado de decolar.
Continua...