O que é Ter uma Amizade - Cap.2: Mortos não Morrem!
No segundo horário, o tempo começou a abrir e Judy logo se arrependeu de ter vestido aquela roupa, pensou até em voltar em casa, mas logo tirou a idéia da cabeça, havia esquecido o celular, não tinha como ligar para o pai. Lá pelo 4ª horário o tempo novamente fechou e começou a chover forte, os relâmpagos cortavam violentamente o céu, as pessoas ficaram mais melancólicas que o normal, quando o sinal para o intervalo tocou,.
Judy, olhou para Caroline sua nova amiga depois que Paloma morreu, Seus cabelos curtos e negros, suas mania de ficar apertando o brinco entre os polegares enquanto pensava, seu sorriso carinhoso, nada disso parecia diminuir a presença de Paloma e Mariza com aquele sorriso torto, tentando consolar á todos que podia, os olhos verdes sempre cheio d'agua quando brigavam com ela. Elas era excelentes amigas, mais nenhuma das duas eram Paloma, Judy pensou se sentindo mal e comprar-las.
As Três foram as primeiras a sairem, como estava chovendo forte o pátio do colégio ficou lotado.O colégio de Judy era particular e não havia brigas de popularidade ou de quem chamava mais atenção, todos sabiam que quem estudava ali tinha dinheiro, Não precisavam provar nada a ninguém. Ali existia vários grupos que geralmente, se davam muito bem . Judy soltou seu melhor sorriso, quando viu Ferkos, seu namorado, Mariza sentou-se no colo de Pit, seu atual namorado, Caroline sentou perto de Rafael, os dois eram melhores amigos, e viviam abraçados, o que geralmente levantava suspeitas se eram realmente amigos.
- Oi, namorada que nunca vejo – Ferkos Falou, em um tom Brincalhão, puxando Judy pela cintura e dando um beijo nela.
- Ah! Me desculpa, Ferkos – pediu Judy, começando a beijar o namorado – eu queria ficar sozinha, mas vou compensar o tempo perdido.
- Ela não esqueceu só de você, Ferkos, das amigas também – informou Caroline, encarando Judy firmemente em busca de uma desculpa.
- Me desculpem – Judy Pediu fazendo voz de criancinha e beicinho – isso não vai mais acontecer. Eu prometo!
Ferkos abraçou ainda mais forte a garota.
- Eu desculpo você, meu amor – sussurrou no ouvindo de Judy, que estremeceu ao ouvir “ meu amor”.
- Eu te desculpo, amiga. Os amigos servem pra ajudar, né? – disse Mariza dando uma piscadela para Judy.
- Por mim, esta desculpada.
-Para mim, também.
No final, todos desculparam Judy, todos começaram a falar ao mesmo tempo, contando como havia sido o final de semana, quais as festas que foram e como sentiram falta da presença dela, a conversa estava animada, mas todos se calaram de repente. Ferkos sentiu Judy ficar tensa. Alex vinha na direção do grupo, Judy fechou a cara.
Alex era namorado de Paloma, Judy se dava muito bem com ele, antes do acidente que matou Paloma. Alex era o motorista e apostou um raxa, e o carro acabou capotando, Alex não teve ferimentos graves, Paloma havia tido vários ficando em coma por 4 dias e morreu logo em seguida. Judy culpava Alex pela morte da amiga.
-Oi, pessoal – Alex cumprimentou.
-Oi – responderam todos juntos, com as vozes baixa e olhando para Judy.
Apenas Judy ignorou o cumprimento.
-Oi, Judy – insistiu Alex.
Judy fingiu não ouvir, olhava para os olhos cinzas de Ferkos como se fosse a coisa mais interessante do mundo.
-Ah! Judy, isso é criancice, já se passou um ano e até agora você não superou – Alex explodiu, alguns grupos perceberam a explosão de Alex, e prestaram atenção – onde ficou aquela garota que gostava de conversar comigo? Porque você não pode me perdoar?
Para Judy aquilo era a morte. Alex estava fazendo uma algazarra para que ela falasse com ele? Nunca falaria com ele, NUNCA MAIS. Pela primeira vez Judy encarou Alex, observou o garoto dos pés a cabeça e deu um olhar de profundo desprezo para ele.
-Você ainda tem a cara de pau de falar comigo – Cada palavra saia com grandes doses de nojo, desprezo e ódio – Um ano não passaria rápido se você estivesse na cadeia, Seu assassino –uma onda de apoio as palavras da garota, saíram de alguns grupos próximos – E para começar, eu só te aturava, porque a Paloma gostava de você, um sacrifício que toda amiga deve fazer pela outra, você tem uma conversa insuportável, as vezes eu tinha vontade de ficar de mal da Paloma, mas eu amava a minha amiga, pena que você vinha no pacote. Eu nunca vou te perdoar, você é um lixo de ser humano como você consegue dormir a noite, sabendo que matou uma pessoa que você dizia amar? Seu assassino – Judy que havia se levantado do colo de Ferkos, empurrou Alex para o lado e saiu sem olhar para trás, foi em direção ao banheiro.
- Judy – chamou Caroline, que saiu do lado de Rafael e veio correndo atrás da amiga.
-Me espera, também, aonde você vai? – Mariza vinha logo atrás também.
-Garotas, eu queria ficar sozinha, eu to morrendo de raiva e não quero descontar em vocês. Sabe aqueles momentos em que queremos ficar sozinhas e pensar um pouco?é agora.
-Ah! Tudo bem – falou Caroline puxando Mariza pelo braço - Só, não demore.
Judy foi até o banheiro feminino, lá estava vazio. As garotas do colégio só iam para lá, para usar o espelho, nada mais. Judy foi até o ultimo Box e se trancou respirou fundo e começou a chorar, havia segurado o choro, pois, não queria que ninguém a visse chorando.
- “Ah!Paloma...o...que..você...faria..se…estivesse...no...meu...lugar....se..eu..estivesse..morta…e…não..você. – respirou fundo, mas a tristeza era mais forte – eu sinto tanta a sua falta – falou entre soluços.
Um Barulho de vidros se quebrando chamou a atenção da garota. Ela abriu a porta do Box e ficou novamente paralisada.
Um garota Alta de longos cabelos loiros, que Judy conhecia muito bem, estava com um casco de vidro na mão direita. O vestido que vestia estava ensanguentado, o sangue pingando no chão.
-Paloma -Judy murmurou com um fio de voz.
A loira parou de escrever na parede, e começou a esmurrar a parede com o casco de vidro na mão.
-Você prometeu -Ela começou a murmurar - Você prometeu.
Paloma continuou a esmurrar a parede, o pedaço de vidro penetrando mais fundo em sua mão, e o sangue descendo abundantemente.
Judy deu um passo em direção a porta. Paloma percebeu que a amiga iria fugir e a porta se fechou imediatamente. ela parou de esmurrar a parede e olhou para Judy.
-Você prometeu -Ela falou mais alto -Você prometeu.
Aquela não era a Paloma que Judy conhecia, ela queria fugir, e não olhar para aquele fantasma. Ela foi em direção á porta, mais Paloma foi mais rápida e a segurou pelo Braço.
-Você Prometeu, Paloma -A loira gritou.
No momento que Paloma tocou em Judy a morena não ouviu mais nada, ela mergulhou na escuridão e não ouviu o que Paloma disse.