Um encontro com o Terror - Parte III

- Quem, ou o que é você? Perguntou Jr. olhando pasmo para a figura que se encontrava à sua frente. Ele tremia de medo, mas ao mesmo tempo Jr havia sonhado com um momento daqueles a sua vida inteira. Não era um conto, não era um filme, aquilo era real.

- Você vai me matar? Ele perguntou. A figura à sua frente em forma de fumaça deu uma gargalhada. Jr então olhou para o chão e viu o livro caído, estava aberto em uma página, a imagem do poderoso feiticeiro Dumbledore. Ele então criou forças, gritou e atacou a figura atravessando-a como se ela não existisse e caindo sobre a porta que jazia no chão. A figura virou-se para ele, era como um fantasma, ele ergueu-se rapidamente e então investiu novamente gritando feito um louco, a fumaça então se modificou de uma forma estranha e adentrou pela sua boca e narinas, Jr começou a tremer freneticamente seus olhos se revirando, sua língua enrolando-se como se estivesse tendo um ataque de epilepsia, seus braços de lado do corpo , suas mãos pouco afastadas tremiam, seus dedos esticados de repente se dobraram e suas mãos se fecharam, seus olhos estabilizaram – se e ele então parou de tremer.

- Estou de volta! Disse ele rindo. Vamos a caça Jr, ele sussurrou para aquela mente que ele havia dominado.

...

Sidney se despediu de seus filhos e sua esposa e seguiu para o aeroporto, logo se encontraria com os outros, estava ansioso para conhecê-los pessoalmente. Á anos ele insistia em que esse encontro acontecesse. No caminho lembrou-se da conversa com Julio e riu daquele episódio, mas como Julio o havia pedido, ele preferiu manter aquilo entre eles. Seu telefone tocou.

...

Mauro ia sorrindo com a passagem nas mãos quando foi abordado por uma figura estranha no aeroporto, um homem de bigode, trajando um terno ridículo.

- Acompanhe-me por favor, Senhor.

- Como assim? Quem é você? Disse ele nervoso. O homem então enfiou a mão no bolso de seu paletó e mostrou-lhe um distintivo.

- Capitão Anilto? O do recanto? Disse ele surpreso.

- Sim. Disse o capitão rindo.

- Cara, que susto! O que ta fazendo aqui? E como me reconheceu?

- Estava na casa de alguns parentes. Que coincidência encontrar você aqui. Te reconheci pois sou policial e sabe como é, a gente reconhece bandido de longe. Mauro sorriu. Brincadeira, viu! É que tenho uma memória excelente. Lembro bem de sua foto no recanto.

- Que memória hein? Quase não usei minha foto? Mundo pequeno este! Ta indo pra onde?

- To de férias. To embarcando pra Bahia agora, e você?

- Que loucura capitão, to indo pra lá. Isso ta parecendo coisa daquela máquina da improbabilidade do Mochileiro das Galáxias.

- Quem é esse? Disse o capitão confuso.

- Ah, é um livro que li faz tempo.

- Mas e aí qual sua poltrona? Perguntou o capitão.

- Poltrona 11 e a sua? Mauro deu uma gargalhada que chamou a atenção de todos na fila.

- Número 12. Disse Mauro mostrando-lhe a passagem.Os dois riram juntos.

- É, acho que vamos conversar bastante. Disse o capitão puxando sua mala.Os dois seguiram rindo em direção ao portão de embarque.

...

- E aí Faby, quando é que vamos para a tal casa de praia que onde vamos ficar?

- É um casarão abandonado, bem antigo, pertence a minha família há anos, o lugar é sinistro. Vocês vão adorar galera, a praia lá é linda, praticamente deserta. Disse ela empolgada.

- E quando é que vamos? Perguntou Dany.

- Ué. Meus planos eram pra amanhã, mas podemos só tomar mais umas e ir. Mas estou sem carro e vocês pelo visto já estão com o carro lotado.

- É até teria uma vaga. Não fosse o excesso de malas da And. Mas o Calixto ta de moto. Disse Don rindo. É que a moto dele é barulhenta demais. Ele estacionou mais longe que é pra não estragar a surpresa.

- Caraca. Nem para comprar uma moto nova você serve Calixto? Disse Faby sorrindo. Calixto sorriu de volta. Todos sorriram. Dany então sugeriu que fizessem um brinde e eles ergueram suas taças.

- Á que vamos brindar? Perguntou And.

- Ao Terror, ora essas? Respondeu Dany. As taças tocaram-se no ar, e ás luzes de repente piscaram, todos entreolharam-se, um trovão rugiu nos céus.

- O que foi isso? Perguntou Don assustado.

- É apenas este tempo louco da Bahia e essa energia que vive caindo. Não precisa sair correndo. Disse ela rindo.

...

- Nossa! Que mansão mais macabra! Disse Neto. Parece que conseguimos chegar antes deles.

- Eles vão morrer de susto. Disse Vanessa.

- Quase que não conseguia chegar a tempo! Pra vocês que moram na mesma cidade fica mais fácil combinar né?

- Mas você que teve a idéia Eric. Disse Neto. Sem você não teria graça.

- Ta certo! Vamos entrar então e preparar tudo, eles só virão amanhã mesmo. Eles vão se borrar! Ele disse.

Neto ia na frente, seguido por Vanessa, eles abriram a porta da frente que estava apenas cerrada, quando Vanessa passou as portas e janelas da casa de repente se fecharão, Eric ficou do lado de fora, Vanessa e Neto do lado de dentro, o vento uivava, o barulho das ondas do mar lá fora ficava cada vez mais forte.

- Abre esta porta Eric! Disse Vanessa. O que está acontecendo? Neto então deu uma risada.

- Caramba! Quase que vocês me enganaram. Fique calma Vanessa! Isso é coisa daqueles malucos. Nós achando que íamos pega-los e era tudo uma armação do Eric e deles. Cadê vocês? Apareçam logo! Abram esta porta bando de loucos! Disse ele rindo. Do lado de fora da casa Eric se assustou com o que via em sua frente. Sentiu o corpo gelar, um vento terrível soprava ao seu redor, ele tentou correr, mas algo o jogou com uma força indescritível contra a porta da mansão. Neto e Vanessa entreolharam-se.

- Pessoal o que está havendo aí fora? Disse Vanessa.

- A gente já entendeu que não devíamos ter feito isso! Disse Neto.

Eric ainda consciente olhou novamente para o que via.

- O que diabos é você?

- Diabos? Disse uma voz num tom áspero e imponente. Quantos Diabos seriam necessários para seus contos serem tão aterrorizantes quanto eu? Quantas mortes serão necessárias para vocês entenderem que eu sou o terror verdadeiro? Bando de amadores. Vocês vão todos morrer! Disse a voz em meio ao vazio da névoa que o circundava, a perna dele estava quebrada, o osso atravessou a carne na altura de seu joelho, sangue escorrendo, mas o medo era tão grande que parecia ter anestesiado parte de sua dor, ou talvez seja seu sangue que ainda estava quente demais. Ele então sentiu-se seguro pelo pescoço, sua garganta sendo comprimida, ele engasgando, o ar faltando cada vez mais, ele então foi erguido e lançado mais á frente como uma marionete em um circo de fantoches.

- Temos que arrumar um jeito de sair daqui Neto! Disse Vanessa. Foi quando as luzes de repente se apagaram e um enorme lustre caiu do teto. Neto por puro reflexo saltou de encontro ao corpo de Vanessa e ambos caíram no chão.

- Caramba! Essa foi por pouco, Vanessa. Ele disse ainda encima do corpo dela.

- Obrigado! Disse ela olhando para o local onde ela estava, o lustre espatifado no chão. Agora acho que já pode sair de cima de mim. Ela ergueu as sombrancelhas.

- É, quer dizer... claro! Neto então pegou duas lanternas em sua mochila e entregou uma para Vanessa. Ainda bem que viemos preparados!

Eric se arrastava pelo chão, a areia entrando em sua carne e abrindo ainda mais a ferida em seu joelho, ele agora gemia de dor, um vento gélido ainda o circundava, ele nunca sentira tanto medo assim. Sentiu-se pronto para morrer, mas queria correr naquela hora e lutar por sua vida. Ele continuava rastejando na direção do mar, ainda tossindo e quase sem ar, seus pensamentos completamente confusos. O que era aquilo afinal? Ele então foi pego novamente e seguro no ar, era como se alguém o carregasse, foi quando ele então ouviu o barulho das ondas,dava para sentir que elas estavam muito próximas. Eric então sentiu-se como uma pedra no ar sendo solta de um balão, e caindo na água. Ele afundou, tentava nadar, mas não conseguia, o sal queimando seu corpo arranhado pela areia, incendiando seu joelho ferido. Ainda assim ele conseguiu nadar até a superfície da água, mas uma enorme onda veio e o jogou com toda força na areia da praia. Era como uma imensa mão o empurrando com toda sua energia. Ele então caiu rolando sobre sua perna que quase se separara em duas devido tamanho impacto. Ele agora gritando de dor. Foi quando sentiu que algo forçava seu peito para baixo, ele já sem forças.

- O que é você? Ele murmurou quase sem vida. Seu tórax sendo achatado de uma maneira bizarra. Era como algo sendo pressionado por um torno mecânico.

- Não se preocupe comigo, preocupe-se com você e com seus amigos! Disse a voz enquanto ele fechava os olhos em um derradeiro suspiro.

...

- Por que não me falaram que ele tinha uma Suzukiiiiii??? Gritou Faby na direção do Santana.

- O que ela disse? Perguntou Michele vendo Calixto empinar a moto abruptamente.

- Sei lá, não da pra ouvir nada daqui. Disse Dany sorrindo.

- Seu louco! Gritou Faby para Calixto.

- Quer descer Vampira? Pensei que você fosse imortal? Disse ele.

- Pisa fundo! Ela retrucou. Don tentando acompanhar Calixto. Esse cara é dos meus! Ele falou.

- Eu quero é chegar nessa mansão logo! Disse May segurando-se como podia, uma mão na porta e outra no teto.

- Relaxa! Disse Dany. Se fosse eu o Calixto comeria poeira!

- Isso é que é morena! Disse Don.

Continua...

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A todos que me lêem um forte abraço e que Deus lhes abençoe e ilumine sempre!

E pessoal sempre estou aberto as criticas, o meu intuito neste recanto é sempre estar aprimorando meus textos, portanto estejam à vontade!

E mais um forte abraço!

Sidney Muniz
Enviado por Sidney Muniz em 01/08/2011
Reeditado em 07/09/2011
Código do texto: T3132777
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