Lendo um conto de terror
Aqui estou sentado em frente ao monitor, lendo, um conto no site recanto das letras...
A mulher loira caminhava sozinha numa rua escura, andava com pressa, o frio parecia estar congelando seus braços desnudos, um cachecol cobria seu pescoço, ela usava dois enormes brincos em forma de argola, que viviam dependurados em suas orelhas e quase tocavam seus ombros, em seus lábios predominava um vermelho sangue de um batom barato, ela trajava um vestido roxo, com um decote sensual que mostrava sutilmente uma ponta de seus pequenos seios. O vestido não era longo, terminava pouco acima dos joelhos e colava em sua pele ressaltando cada curva de seu corpo, de seu dorso até suas coxas, usava uma sandália de salto, onde deveria ter uma borracha, a mesma estava tão desgastada que revelava o som oco do prego que batia no concreto envelhecido do passeio. A rua permanecia praticamente deserta a não ser pela figura que estava parada mais a frente pitando um cigarro fétido, a mulher parou por um instante ao ver o homem, ela ficou tensa, pensou em dar meia volta, mas sua casa estava próxima, ela seguiu andando, voltou os olhos para baixo e passou de frente a ele que trajava um sobretudo preto, ela não viu seu rosto mas pode ver os sapatos pretos se moverem, o homem estava apenas descruzando seus pés. Ela pode ouvir o som de seu próprio salto aumentar devido a estar andando mais apressada, as batidas de seu coração seguiam um ritmo frenético. Ela continuou a caminhar, pensava em olhar para trás para ver se o homem a seguia, mas o medo a impedia enquanto cada vez mais a sensação de estar sendo perseguida a tomava. Suas mãos estavam suando, elas as esfregou uma a outra, o medo a consumindo. Então ela olhou para trás e o homem simplesmente havia desaparecido, ela fechou seus olhos e agradeceu brevemente a Deus, estava chegando em casa. Soltou um suspiro aliviada, abriu sua bolsa e enfiou sua mão lá dentro para pegar as chaves, foi quando viu uma sombra sendo refletida no chão, no passeio que levava para a porta de acesso a sua casa. Naquele momento ela gelou. As mãos a agarraram, uma abraçando fortemente seu pescoço, apertando-o, o ar de repente a faltava, a outra tapando-lhe a boca, sua bolsa caiu no chão, o homem a virou de forma que ela pudesse vê-lo. Ela tentou gritar ao ver a face deformada que estava a centímetros de sua pele, a mesma que ela jurou nunca mais ver. Era seu cafetão. Aquele que ela havia dito que nunca mais iria ver após acertar-lhe a navalha no rosto repetidas vezes desfigurando-o. Ele então sacou aquela mesma navalha que ela havia abandonada no chão daquele quarto onde ela tantas vezes havia se vendido e cortou-lhe a garganta enquanto dava-lhe um ultimo beijo.
- Você será sempre minha! Te encontro no Inferno! Ele disse, enquanto o corpo dela caia no chão sem vida, o sangue brotando de suas veias como uma nascente, o seu batom agora borrando seus lábios carnudos e o homem seguindo pela rua solitário.
- Tenho que arrumar outra vadia, dizia ele acariciando sua cicatriz, a mesma que aquela mulher o havia dado de presente ao dizer que não se prostituiria mais.
Terminando de ler eu então chorei, as lagrimas queimando minha alma, senti que estava amaldiçoada para sempre e aqui estou, minha gamo 400 4,5 mm do lado do teclado, ainda decidindo se atiro em meu olho, minha boca ou em minha testa, mas sei que em meu coração não irei disparar pois ele já não bate a muito tempo.
Bem, mas isso é o de menos, o importante é que que ele não me usará mais.
Leiam “Um encontro com o Terror” partes I e II...
A todos que me lêem um forte abraço!