Dona Morte - A viagem. (02)

O mundo é tão pequeno, e eu o achava imenso. Sonhava viajar por ele, tocar diversas regiões com meus olhos. Chorar emoções e viver novos amores em lugares distantes. Mas, agora...onde estou? Não sei dizer. Apenas vejo a Morte que pelo pulso me puxa para tão longe da minha vida. O céu azul se transmuta em negro universo estrelado. Abaixo a Terra, meu lar com seu calor humano, minúscula diante de toda a Criação.

- Não! Quero voltar!Terminar o que comecei, meus planos!Não pode ser agora! Ainda há muito para...

Um olhar de seus globos negros e profundos me faz calar. Continuamos subindo espaço a fora, enquanto esta pressão nos meus ouvidos atordoa os pensamentos. Seu manto negro esvoaça ao vento que não sinto,sua mão alva,gélida me toca a alma. Vejo e não sinto,o que não vejo sei que está lá. Não ouço nada além do som ruidoso e contínuo que emite este ser repulsivo que me arrasta espaço a dentro. Nunca estive assim tão só, tão triste, tão...nada...

Rafael do Nascimento
Enviado por Rafael do Nascimento em 05/06/2011
Reeditado em 06/06/2011
Código do texto: T3014960
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