Dona Morte. (01)

Penumbra, sangue, sirenes e vozes. Dentre destroços em uma avenida engarrafada, sinto um alívio que descubro ser o ápice de uma dor. Ao meu lado, dos zumbidos e imagens turvas surge o manto negro. Foice em riste, rosto pálido, agachada observa-o. Não conheço.

- M-mas, como assim? Agora?

" Não tenho hora. Vim te buscar."

- Minha família? Meu filho! É só uma criança, quem irá cuidar?

" Quem me ordena susterá." - e o ceifou.

De pé, me fita por eternos segundos. Aproxima-se, ergue a foice e sorri, cadavérica.

Nada mais.

Rafael do Nascimento
Enviado por Rafael do Nascimento em 03/06/2011
Reeditado em 06/06/2011
Código do texto: T3011032
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