Dona Morte. (01)
Penumbra, sangue, sirenes e vozes. Dentre destroços em uma avenida engarrafada, sinto um alívio que descubro ser o ápice de uma dor. Ao meu lado, dos zumbidos e imagens turvas surge o manto negro. Foice em riste, rosto pálido, agachada observa-o. Não conheço.
- M-mas, como assim? Agora?
" Não tenho hora. Vim te buscar."
- Minha família? Meu filho! É só uma criança, quem irá cuidar?
" Quem me ordena susterá." - e o ceifou.
De pé, me fita por eternos segundos. Aproxima-se, ergue a foice e sorri, cadavérica.
Nada mais.