Necrófilos (parte 02)
Necrófilos (Parte 02)
Paulo duvidou que Camila, que nunca tinha lhes dado atenção, atenderia um pedido destes ainda mais numa festa junina.
Para surpresa de todos, inclusive de Alan, Camila topou o encontro e neste dia tiveram uma proximidade muito grande, estando a um passo de preliminares de algo mais caloroso, mas que infelizmente tiveram de encerrar, pois os pais de Camila a procuravam por todo canto, enquanto ela trocava amassos com Alan atrás da escola, em um corredor velho e escuro.
Alan era um rapaz normal, não chegava aos padrões de beleza, mas também não estava entre os piores, era um típico cidadão paulistano e seus colegas também não eram diferentes.
Aos poucos o tão esperado fato aconteceu, Alan e Camila acabaram se tornando namorados.
Paulo sedento de ciúmes, em partes por perder seu amigo, partes por perder a possibilidade de ter Camila e no fundo a perda de um contato mais aprofundado com Alan.
O ano se encerrou, todos aprovados e a partir de então seguiram seu rumo.
Distante de Alan, Paulo se aproximou cada vez mais de Eduardo e Otávio que estavam com atitudes estranhas nos últimos tempos, mais reclusos e diziam-se adeptos de uma cultura renovada e que amavam corpos de uma nova maneira.
Paulo decidiu acompanhar de perto esse novo estilo de vida.
Meses se passaram e o ciúmes de Paulo com a relação de Camila e Alan aumentava, despertando ódio e amor ao mesmo tempo, algo realmente estranho o consumia cada vez que lembrava de tudo que os dois passaram juntos, para ser jogado fora da maneira como Alan fez
Era um sábado quando Paulo se deparou com Alan e Camila aos beijos em uma praça não muito longe de sua residência, deste ponto em diante despertou em si um sentimento diferente de todos os outros juntos, decidiu então aceitar a proposta de Otávio e Eduardo.
Ligou para Otávio dizendo estar pronto para conquistar o prazer insuperável e fazer parte do estilo de vida deles.
Na noite daquele mesmo dia Paulo se encontrou com seus colegas que em um carro o levaram para uma cidade não muito distante de onde eles estavam, era um povoado pequeno, parecia esquecido e isolado do mundo.
Em frente a uma residência de aparência tenebrosa rodeada por grandes árvores eles estacionaram e silenciosamente caminharam para dentro deste lugar.
Paulo estava assustado, mas decidido, seguiu os passos de seus amigos.
Já na sala um homem obeso vestido totalmente de preto, ofereceu um líquido em uma pequena taça para que, segundo o misterioso homem seria o batismo de Paulo em sua nova etapa.
Já no dia seguinte Paulo pouco se recordou da noite anterior, não fazia mínima idéia do que havia acontecido naquele local e muito menos como havia retornado para sua casa. Ligou para Otávio, que disse apenas que o líquido do batismo fez com que ele dormisse profundamente por não estar acostumado com bebidas fortes, sem dar mais detalhes Otávio logo desligou.
Paulo estava confuso, mas no dia seguinte queria retornar ao local para ter o suposto encontro com o prazer.
Alan e Camila já tinham vivido intensamente todos os desejos reclusos durante muitos anos. Por contatos via internet, com mensagens instantâneas, Alan sem se preocupar com os sentimentos de Paulo o informava sobre tudo, inclusive coisas pessoais de Camila, pois estava ciente de que a amizade era grande e a confiança também.
Noite seguinte, Paulo foi novamente levado ao tal lugar misterioso, que na realidade não se tratava de uma cidade, mas sim de uma rua em uma favela distante, mesmo sim ainda em São Paulo.
Desta vez Paulo expressava em seu rosto um ódio inevitável de se esconder e seguiu para os fundos das residência onde mais homens os aguardavam.
O local era extremamente assombroso, logo a frente em uma espécie de altar, se encontravam crânios humanos rodeados de adereços e velas grandes acesas.
Paulo nem se impressionou muito, queria logo um alívio para seus sentimentos.
A semelhança entre todos ali presentes estava no fato de procurarem o prazer em lugares antes não explorados. Sobre a mesa havia algo coberto que despertou a curiosidade de Paulo, que até tentou olhar, mas foi severamente repreendido por seus colegas.
Antes da cerimônia se iniciar Paulo teve que se despir em frente a todos e o mesmo homem que ofereceu a estranha bebida a ele no primeiro, ofereceu-lhe agora uma navalha.
Com esta navalha Paulo foi obrigado a marcar sua pele com uma estranha forma semelhante a uma letra “N”. O corte deveria ser profundo e feito em seu peito.
Paulo tremia muito e para aliviar a dor foi lhe dado mais bebidas estranhas, que eles afirmavam ser fonte de vida e coragem.
Com muito sofrimento Paulo fez a gravura sem sua pele, e todo seu corpo ficou repleto de sangue. Os homens presentes em sua maioria jovens na mesma faixa de idade, observavam com prazer a cena macabra.
A saga cont....