AUTO-ESCOLA - HÁ VAGAS
Ele chegou numa chuva de verão, duas ou três voltas ao redor da praça, quebrou o silencio de uma tarde de domingo ao acelerar sua alfa romeo negra e depois estacionar em frente ao Luxor hotel, o único naquele pacato fim de mundo, permaneceu sentado no aveludado banco do veículo até estiar a chuva e tímidos raios de sol viessem novamente pratear a tarde, então com alguns curiosos passando ao largo do veiculo mas com o olhar fixo em cada movimento daquela raridade.
Já era vizinha a tarde do crepúsculo, quando Bim Chekov, saiu de dentro da alfa e deu o ar de sua graça no alto dos 2,05 m de sua altura, em pé ao lado da porta, examinou a redondeza rapidamente, acendeu um fino e longo cigarro em sua piteira negra, espremeu os olhos no rosto miúdo e um leve sorriso pode ser visto, tornando sádico um visual em que se sobressaia a longa e desarrumada cabeleira castanha clara. Um terno com vincos salientes compunha o visual do estranho, e finalmente pendurada em sua mão direita uma maleta de 70 ou 80 cm de comprimento por 40 cm de largura.
Contornou o veículo estacionado e dirigiu-se a porta aberta do hotel, ao adentrar encontrou uns olhos negros e nervosos mirando-o de trás de uma mesinha, no rosto tímido de uma mulher com não mais que 20 anos.
____Posso ajudá-lo senhor?
O estranho parado analisou todos os cantos daquele muquifo, as paredes ensebada, o vaso com flores murchas ao lado da mesinha, folhinhas de calendário nas paredes e o visual humilde e mal cuidado da recepcionista... Virou-se a irritação rompeu-lhe no rosto um ódio visível, balbuciou algo incompreensível amaldiçoando o lugar, mas quando se virou para a mulher, apresentou um leve sorriso, sentiu que não poderia apresentar suas reais credenciais para aquela infame figura, segundo sua concepção de ser humano.
____Pode sim, jovem, eu venho para trabalhar aqui nesta cidade, por favor, me arrume um quarto por pelo menos um mês.
____Po... Po...Pois não senhor, o quarto 13 está vago, poderá utilizá-lo, quanto a sua ficha, apenas o seu nome já esta bom.
Apresentou-se pegou a chave, e subindo uma escada, e caminhando em um corredor depois, chegou ao numero 13, o seu quarto.
Entrou colocou a maleta em cima da cama e foi encostar o corpanzil na janela que dava para a praça da cidade e para um vale onde o sol se punha. Como estivesse cansado da viagem, adormeceu e só no dia seguinte, na hora combinada estava na sala do hotel para o café da manhã.
Com o mesmo silencio que chegou, saiu naquela manhã com sua maleta e assim sucederam os dias com o mesmo cotidiano a aguçar cada vez mais a curiosidade de todos.
Já se haviam passados 21 dias de sua chegada, quando entregou a recepcionista um maço de folhetos de propaganda, e então a jovem finalmente vislumbrava alguma solução para a sua curiosidade, o folheto dizia o seguinte:
Auto-escola - Há vagas, e no corpo do anuncio um convite para que as pessoas fizessem a carteira de habitação, o treinamento para motoristas e aprendizes. O endereço e bem embaixo um aviso de que estava a disposição de todos da região. Ao sair já estava vestido de uma maneira mais formal e olhou mais detalhadamente a jovem, para depois sumir na rua em direção ao endereço exposto no anuncio.
Uma avenida em curva com frondosas árvores nas calçadas escondiam a rua que dava entrada para a auto-escola, mas ao dobrar a esquina via-se em letras vermelhas e amarelas o nome estampado numa grande placa ao lado do estabelecimento.
E só quando alguém se aproximasse do local, poderia ver la dentro, atrás de uma mesa em imbuia, Bim, com o olhar fixo em seu notebook, separando emails de contatos de futuros alunos que já entravam em contato.
Quando a composição férrea que chegava às 12 horas da manhã, teve o apito de sua maquina ouvido em toda a cidade, um jovem rapaz, com ar juvenil despertou Bim de sua compenetrada analise e lhe disse bom dia.
Bim levantou a cabeça, desta vez sorridente, e apresentando-se ao rapaz, o ouviu em sua indagação...
_____Sim, sim, é claro o custo das aulas é esse, nem um custo a mais, podemos começar hoje, mas somente na parte da tarde, depois das 14 horas.
O rapaz aceitou e firmou o acordo com BIM.
Quando ele voltou ao hotel para o almoço, demorou-se a confabular com a recepcionista, e riam como velhos amigos, até que um sinal afirmativo e um aperto de mão selaram algo entre os dois...
Bim voltava para o trabalho a tarde e na porta da auto-escola a recepcionista o aguardava ansiosa.
_____Pronta para começar Ethel?
_____Sim senhor, com muito prazer...
Ethel iria ganhar 3 vezes mais na auto-escola que no hotel e nas mesmas funções de recepcionista, Bim, lhe sorriu e agradeceu o seu interesse.
A tarde foi de contatos apenas, mas Ethel acho estranho não haver telefone no seu novo trabalho, Bim às duas da tarde saiu para as primeiras aulas com o jovem aluno e as 5 estava de volta, sozinho, ele e sua maleta.
Ao ser indagado, por Ethel o porquê de não haver telefone, Bim apenas respondeu que teriam uma reunião a noite para acertar detalhes do trabalho, depois do expediente fariam a reunião sem hora para acabar.
Com um sorriso Ethel respondeu afirmativamente, estava feliz por começar a ganhar mais.
Principiava o crepúsculo, quando Bim, agora numa salinha ao lado do corpo principal da auto-escola, chamou Ethel.
_____Pode fechar tudo Ethel, vamos começar a reunião.
Um leve arrepio percorreu a espinha da moça, mas a figura de Bim não lhe causava estranheza mais, acostumou-se com seu semblante grave.
O silencio reinava, já com a escuridão da noite do lado de fora, quando Bim, levantou de sua cadeira, contornou sua mesa, a cadeira onde Ethel estava sentada, e já atrás da moça fez a seguinte pergunta:
_____Você pode trabalhar pra mim, sem fazer perguntas Ethel? Quando a moça fez menção de virar-se para olhar Bim, recebeu um choque, e depois a sincope que a levou a inconsciência, depois de alguns minutos ainda tonta, vendo tudo embaçado, sentiu estar presa em uma cadeira com uma enorme luz em cima de si.
Depois desmaiou de novo, e pela manhã acordou em um sofá na sala de espera da auto-escola.
_____Quando acordou Bim lhe sorria lhe respondendo a pergunta, se estava tudo bem...
_____Sim, meu anjo está tudo bem, você passou mal apenas.
Notadamente Ethel estava transformada, respondia tudo de uma maneira autômata parecia alguém que sofreu uma lavagem cerebral.
Perdeu a autonomia sobre si, mas não a memória de ir e vir para sua casa.
Fez inscrições, pagamentos, cobranças, e nunca perguntou nada a Bim, que saia com seus alunos para as aulas e as vezes voltava com alguns deles e outras não.
Numa manhã Bim saiu com uma aluno, entraram no carro da auto-escola uma insuspeita Van, com os dísticos da Auto escola, e dirigiram-se para um bairro afastado do centro, para as aulas.
O tom grave na voz de Bim e seu rosto cada vez mais rude assustaram o aluno que viu afastarem-se da cidade cada vez mais...
Quando Bim esticou o braço e pegou de trás a maleta, que num clik abriu, entendeu em que havia se metido.
Um revolver na mão de Bim imobilizou o rapaz e antes de sair do veiculo teve as mãos presas por algemas estavam na frente da tapera de uma velha indústria caindo aos pedaços, e na posição em que estava o veiculo jamais alguém vindo pela estrada iam vê-los.
Bim, saiu da Van, e depois que contornou o carro, ao abrir a porta do rapaz já estava com uma máscara negra cobrindo os olhos, arrastou o rapaz ate a construção, puxou o gancho que estava preso a um longo trilho no teto, e enganchou na algema do rapaz...
Embaixo do trilho uma espécie de trilha de provas o aguardava, não para fazer força, mas para expor o corpo a todo tipo de castigo...
Uma carretilha sob o comando do mascarado ergueu e começou a movimentar o rapaz, que imediatamente foi embebido em gasolina quando um tonel de 20 litros foi derramado sobre ele, depois espécies de lâminas passaram rapidamente em cada lado do corpo fazendo dois cortes profundo de cada lado do abdômen, e gritos horríveis, encheram de eco o lugar abandonado, continuando o massacre, enormes dormentes de madeira bateram entre si esmagando as duas pernas do rapaz, que gritava por socorro, e as vezes a voz mostrava a rouquidão do sangue que subia do estomago para a boca, vazando numa visão macabra, contorcia o corpo, o branco dos olhos anuncia os esmorecimento das forças do rapaz, quando o mascarado ligou o disjuntor e lançou sobre a pobre alma 500 volts de eletricidade, um gemido longo o levou a inconsciência, e enquanto era transportado no trilho em direção ao fundo do galpão, recobrou a consciência exatamente no momento em que seu corpo liberto das algemas era lançado num buraco e as chamas o levaram à misericordiosa morte que o aguardava, para a viagem final...
O mascarado transtornado de êxtase gargalhava, e batia as duas mãos fechadas no peito, comemorando mais uma morte. O serial Killer já havia matado 8 jovens só ali naquela máquina macabra, e depois sumido com as cinzas dos infelizes, agora precisa dar um sumiço em Ethel, afinal a lavagem cerebral tinha um prazo de validade e vai que...O que não sabia é que o prazo havia terminado há muito tempo e a dissimulada Ethel fazia-se de tonta.
Ele era um assassino frio, mas tinha percepção de que se fosse denunciado, era o fim... Depois de Ethel talvez tivesse que matar mais alguém...
Depois daquela prazerosa “tarefa” voltou para a cidade pensando numa maneira de liquidar Ethel sem deixar vestígios e quando chegou a auto-escola viu Ethel com aquele olhar gelado robotizado e pensou vai ser fácil...
Encostou a boca por trás do ouvido de Ethel e disse, vamos dar um passeio hoje a noite Ethel...
_____Sim senhor Bim, vamos passear...
Um sorriso maligno sombreou o rosto do matador, já imagina o sangue quente de Ethel em suas mãos, isto o arrepiava, seria no mesmo lugar de sempre...
Depois de tudo fechado na auto-escola Bim, avisou Ethel que a esperaria na esquina seguinte, na sua mente para que ninguém visse saindo dali com a garota.
Quando já estava estacionado a espera de Ethel o demônio viu que esquecera a maleta na auto-escola, e voltou buscá-la.
Neste ínterim entre a saída dele e o retorno Ethel adentrou a sua sala e já com flashes de autoconsciência viu a maleta, revistou armários e depois se postou na sua mesa, com a mesma passividade de sempre, viu que tudo era maior do que imaginava.
Fez-se de surpresa quando viu Bim, de retornou, e sensualmente aproximou-se dele, insinuando que estavam prestes a ter um encontro sexual, e de trás da sua mesa pegou uma garrafa de vinho e enchendo duas taças ofereceu a Bim...
Depois de enchidas as taças, a sua ela encheu e deixou sobre a mesa enquanto se insinuava a Bim, neste momento ele entornou a taça de vinho, e com a visão embaçada sentiu a mão da garota agarrá-lo e deixou-se levar...Até o carro...Ate o galpão abandonado...
Até o esquartejamento, e finalmente em pedaços dentro de uma mala, até o rio, presa a mala com uma enorme pedra. O vinho estava envenenado.
Mais tarde Ethel abriu a auto-escola para os policiais que receberam denuncias anônima, e no armário de Bim, objetos dos jovens mortos, pertences dele, e dentro da mala a filmagem de todos os crimes do galpão...
Nas imagens é possível de se ver Bim, em um canto, na mira de revolveres de dois homens, e um terceiro executando ações para destruir materialmente a vitima antes de queimá-la, e logo depois, apos ameaças Bim era solto para retornar a auto-escola...
A conclusão é de que eram ladrões que fizeram Bim de refém para roubar os alunos...
Quem fez as filmagens...? Um quarto participante que não apareceu nas filmagens e que logo depois do assassinato de Bim, liquidou também os outros 3 participantes da quadrilha...
A doce e delicada Ethel.