Dias Inglórios Z
Meu primeiro conto Sobre Zumbis. Espero que gostem.
Prólogo
" Não sabia o que estava acontecendo. As pessoas.. El..Elas.. estavam se devorando, comendo umas ás outras. Juro que vi, uma mulher com o Torax aberto andando normalmente. Eu não queria continuar ali. apenas Seguir o Militar na minha frente e fechei os olhos. Mas, ainda conseguia ouvir os gritos."
[Relato de uma Refugiada, Zona X45]
"...Consegui me refugiar dentro de casa, com minha mulher e meus dois Filhos por quase 3 semanas. No Começo era apenas alguns. Depois de alguns dias, se tornaram dezenas. Quando a noite chegava, Não conseguiámos dormir, o Barulho dos passos e os gemidos daqueles monstros, não nos deixavam descansar, era agoniante. Nosso estoque de comida acabou. Por algumas vezes obtive sucesso, saindo de casa para arranjar comida, sem os mortos perceberem. Porém, minha sorte acabou. Perceberam minha presença. Eles se acumulavam no portão da minha casa as dezenas. Conseguiram entrar. Apenas eu consegui fugir.."
[Relato Do Capitão de Sobrevivencia alimentar, Zona indeterminada]
Olhei o carro em chamas a poucos metros de onde me encontrava. Se houvesse chegado minutos antes. Quem sabe, poderia ter salvo aquelas pessoas. Aqueles Sobreviventes.
-Que Droga – Pensei com raiva, ainda olhando as chamas consumirem o Nissan quatro portas, que os sobreviventes usaram para tentar fugir de toda aquela bagunça.
-Manoela – Meu, mais novo amigo, chamou do carro, com arma em punhos. Enquanto olhava visivelmente nervoso para todos os lados.
Continuei olhando o fogo consumir o carro. Os três corpos carbonizados dentro do carro não deram sinal de vida. Aquilo tudo era uma porcaria,cara - Eu pensei com uma imensa raiva crescendo dentro de mim, enquanto apertava com mais força a pistola semi automatica na minha mão.
-Manoela – Meu amigo, se posso chama-lo assim, berrou com raiva. O Pavor estampado no seu rosto.
Dei dois passos para trás, me afastando daquele inferno. O calor aumentando rápido demais, enquanto o barulho chamava atenção de todos os monstros da redondeza.
Olhei em volta. A rodovia se elevava a vários metros sobre uma avenida repleta de mortos vivos. Os Enormes prédios, com vidraças quebradas, e a sujeira visivel, se apertavam perto da rodovia. A multidão daquelas coisas, caminhava aleatoriamente tentando achar um caminho de acesso para suas presas. A Rodovia onde me encontrava tinha dezenas de carro batidos e mais vários queimados, a mureta de segurança já não existia, o sol forte, me fazendo suar. Olhei novamente para o Nissan em chamas. Possivelmente o motorista daquele veiculo fez a curva em alta velocidade, desviando dos carros, porém, entrando com tudo embaixo de um caminhão.
Um leve ruido a minha esquerda, fez meu alerta quase explodir. Me virei em direção de onde parecia vim o barulho. De trás de um amontoado de carro, um garotinho de aproximadamente seis anos, saia com dificuldade. Vinha em minha direção com passos lentos e uma determinação cega, igual a todos aqueles monstros. O abdomen da criança estava arrancado, um oco horrivel era o que restava. A espinha dorsal podia ser vista, e o pulmão esquerdo era tudo o que havia sobrado.
Fiquei parada olhando o garoto. Era apenas uma criança. O que eu podia fazer? Ter piedade, enquanto educadamente oferecia um pedaço quente e suculento do meu corpo?
Dei mais alguns passos e coloquei minha arma na cintura, e peguei uma barra fina de ferro, um pouco grossa na ponta, atrás do banco do motorista e fui em direção ao garoto. Ele levantou a mão em minha direção, o cheiro do meu corpo fazendo aquele pequeno zumbi delirar pela vontade de carne humana. Segurei a barra de ferro com as duas mãos e descontei minha raiva na cabeça daquela criatura. O primeiro golpe apenas afundou parte do crânio, fazendo o garoto cai alguns metros a frente. Dei mais alguns passos e atingir aquele maldito monstrinho mais algumas vezes, deixando apenas uma gosma de sangue escuro, com pedaços encefalicos misturado com ossos e um corpo imovel.
-Manoela – Meu companheiro de viagem, me chamou em pânico. Apontando o final da rodovia, onde dezenas de zumbis já subiam, com seus vagorosos passos e seus gemidos inconfudivel.
-Me desculpe- Me limite a falar, ligando o carro e olhando para ele.
Meu companheiro tentou inutilmente colocar o cinto de segurança, porém, não tinha forças. O tiro no ombro direito e um também na perna havia parado de sangar, mas, não podia dizer o mesmo da dor. Coloquei o cinto dele, em silêncio e travei a porta.
O ronco do motor do carro abafando momentaneamente os gemidos daqueles monstros.
Acelerei o carro partindo com tudo para única saida viavel, já que se voltassemos iriamos entrar novamente na cidade infestada de mortos vivos que naquela altura já sabiam da presença de carne fresca no meio deles.
Seria outro golpe de sorte, passar por outra multidão de zumbis sem sofrer nenhuma avaria no carro Esperava o pior, mais, se acontecesse alguma coisa, um tiro na minha cabeça seria a solução.
--Como viemos parar nessa bagunça – Me permiti perguntar, em voz alta pela primeira vez em sete meses.
A Cidade era São Paulo, e 2017 era o ano da extinção Humana.
Continua: Capitulo Um: Apenas Boatos.