O Baile de Debutante (miniconto)

Em 1989 existiam duas ideologias: capitalista e comunista, entretanto, para Patricia, isto não tinha a menor importância, desde que não atrapalhasse sua festa de 15 anos e neste frenesi se engraçava com Mario, um galã a lá Felipe Camargo.

Ele, sorrindo galantemente, a tirou para dançar “Girl, I´m gone miss you” de Milli Vanilli, ao compasso da música, as partes intimas se tocavam, acendendo um braseiro que lancinava a genitália da moça e o rapaz com a libido cavalar a levou para uma parte deserta do jardim adjacente.

Uma nuvem rubra, sem tormentas, escureceu o céu, Patricia, encostada numa grande arvore, achou aquilo estranho e antes que pudesse comentar algo, estava sem calcinha com o pênis de Mario penetrando-a, respingando gota a gota, o sangue virgem pela terra.

No ultimo estertor de prazer, ela se empertigou para beijá-lo e uma angina causou-lhe a aceleração do coração, precipitando mais sangue pelo hímen rompido, encharcando mais e mais a terra, sentia seu espírito arder nas chamas do inferno, deixando-a catatônica.

O galã agora tinha três cabeças demoníacas (homem, touro e carneiro), largou-a estatelada e devorou com volúpia a terra empapada, se desmaterializando em seguida.

Foi divulgado que a moça havia sido estuprada e ela permaneceu em estado catatônico num manicômio.

Meses depois, o muro de Berlin caiu, simbolizando a vitoria do capitalismo e Asmodeus debutava seu reinado de luxuria e consumismo desenfreado, levando ao coração dos homens toda sorte de concupiscências, tornando: carros, mulheres, eletrônicos e luxuria como o perfeito ideal de vida.

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