A velha

Esse é uma experiência real que me foi relato por uma leitora do recanto da letras.

Eu acreditei no relato, quanto a você, caro leitor, deixo que faça seu próprio julgamento.

Procurarei ser fiel ao texto conforme me foi enviado.

"Desde quando criança tenho tido visões e ouvido vozes. Acho que é algo como uma sina, um dom ou algo especial. Sei que não normal esse tipo de coisa, mas posso dizer que apesar de sentir medo todas as vezes que passo por essa experiência.

Nem sei quantas visões já tive ou por quantas vezes já ouvi vozes, algumas vezes falando desconexamente, outras falando comigo diretamente.

Não costumo comenar isso com qualquer pessoa, pois sempre acabam me achando meio louca ou mentirosa.

Mas essa experiência quero relatar e deixar para que vocês mesmos tirem suas conclusões.

Pois bem, normalmente não consigo dormir durante a noite toda, sempre acorda no meio da madrugada, e acabo me levantando e indo até a cozinha, tomar água e depois fico sem sono, me demoro a dormir.

Numa dessas madrugadas de inverno, algo bem terrível ocorreu.

Acordei e fui até a cozinha e tomei água voltei para a cama e tive um sono ruim, agitado, até que acabei acordando novamente.

Mas tive uma sensação estranha. Tive medo de me levantar e ir até á cozihnha.

Fiquei ali na minha cama, me encolhi no canto de minha cama.

Meu quarto estava com a luz apagada, apenas um fio de luz entrava pela porta quase fechada.

Fazia frio, muito frio.

Havia perdido meu sono totalmente.

E o medo estava tomando conta de todo meu ser.

Eu tinha um costume até estranho, me agarrava ao edredon, como se ele tivesse algum poder de me proteger de algo ruim, segurar o edredon me deixava calma e sempre eu volatva a dormir.

Mas nessa noite foi diferente.

Fechei os olhos e como todas as noites em que tinha muito medo, segurei o edredon, e para minha surpresa, senti que eu segurava algo, mas não era meu edredon.

Ainda de olhos fechados, senti que eu estava segurando uma mão, sim, uma mão fria, quase gelada, pude sentir seus dedos finos, gelados.

Meu coração disparou e senti um pavor subindo pelo meu corpo, causando arrepios.

Senti que a mão que então eu segurava, apertava a minha também.

Apesar do pavor que sentia, e mesmo não sabendo o porque fiz aquilo, abri os olhos.

O que vi me tirou o fôlego, tentei gritar mas não consegui.

Olhando diretamente para mim, estava lá, e aquela coisa não podia ser humana.

Uma velha magra, de rosto fino e grandes olheiras, seus cabelos estavam todos desgrelhados como uma moradora de rua, seus dentes eram muito feios, sujos, nojentos. Sua boca expressava um sorriso

diabólico como se estive sentindo grande prazer em me ver ali morrendo de medo.

Soltei aquela mão cadavérica, fechei os olhos e me virei imediatamente na cama.

A essa altura eu já estava clamando a Deus com todas as minhas forças. Mas o medo me dominou e novamente abri os olhos e para meu desespero ela estava lá, agachada, me olhando fixamente e rindo como se divertisse com meu medo.

Fechei novamente meus olhos e senti que meu quarto mergulhou em uma escuridão profunda.

Creio que fiquei ali orando por muitos minutos pedindo para nenhum ser das trevas atrapalhasse meu sono.

Quando senti que a criatura havia saido de meu quarto ainda assim tive medo de abrir os olhos e dar de cara com aquela visão horrenda.

Fiquei de olhos fechados até que ouvi barulho de pessoas circulando pela casa, e percebi que o dia havia amanhecido e eu estava segura.

Me levantei, tomei uma ducha e me preparei para mais um dia que seria cansativo em função de minha noite mal dormida.

Quando me dirigia para o colégio passei perto de um viaduto onde viviam alguns moradores de rua e para meu espanto uma velha que estava de costas para mim e que tinha um cabelo desgrelhado virou-se de repente para mim e falou-me:

- Bom dia menina. Dormiu bem??

E deu aquele mesmo sorriso que eu vi na madrugada.

Era ela. Não sei como nem porque mas era ela a velha que me apareceu na madrugada.

Fiquei apavorada e saí quase que correndo e com o som de sua risada a me acompanhar.

Cheguei ao colégio tremendo muito e nunca mais passei por aquele mesmo caminho.

Nunca mais."

Conto adaptado de um relato de uma leitora que sempre lê meus contos: KMILLA

Espero que tenha gostado.

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 10/05/2011
Código do texto: T2962104
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