Os Bombons Envenenados (Miniconto)
-Mamãe eu quero chocolate!
Alícia sente pesar, odiava a rotina de dona de casa que havia sido imposta pelo seu marido intolerante; sua vida era cuidar do lar e da sua filhinha Isabela. Ela olhou para a filha irritada e cansada:
-O chocolate é para a sobremesa á noite , princesinha da mamãe!
-Eu quero agora sua folgada! Papai disse que era para você fazer o que eu quisesse.
Ela sente uma lacinante dor ao ouvir aquelas palavras e segura as lágrimas para não chorar. O telefone toca, ela pacientemente atende:
-Alô, quem é?
-Sou eu, Diego. Faça meu jantar antes das 19:00h com sobremesa que estou com fome e aí de você se fizer aquela comida indigesta novamente!
-Sim, meu marido. Eu entendi, vou preparar a seu gosto.
Desliga o telefone.
Alícia prepara uma ceia bonita e saborosa e caprichou na sobremesa, que são os bombons que foram embalados um a um, embrulhados no papel reluzente vermelho. É hora do jantar, sua filhinha e seu marido degustam a ceia com satisfação, eles terminam a refeição.
-Mamãe eu quero a sobremesa!
Alícia levanta-se, vai a cozinha e traz o recepiente de cristais onde estão os bombons, coloca em cima da mesa.
-Comam o quanto quiserem!
-Alícia, você caprichou, nunca comi um bombom tão delicioso.
Ela sorri diabolicamente.
Depois de dez minutos, sua Isabela e Diego estão sufocando e cuspindo o recheio de licor de cereja, os dois caem no chão levando a mão ao pescoço, pois não conseguem respirar, tem vários espamos pelo corpo e se contorcem de dor, Isabela morre. Diego mesmo sufocando, desespera-se.
Seu marido a olha apavorado pedindo socorro com o olhar, ela o fita com asco:
-Já volto, meu querido.
Ela retorna com uma taça de champanhe e coloca a cadeira perto do corpo de Diego onde ele agoniza envenenado. Ela assiste a cena de pavor saboreando a bebida com prazer e diz a ele:
-Bom apetite!