O Imortal (Cap. IV)

Bill levantou-se.

- Sim, meu amigo. – disse – Anagrom é uma guerreira divina, um anjo do senhor.

Anagrom tinha se revelado parcialmente sua verdadeira forma. Enormes asas estavam abertas em uma mão um escudo prateado. Seus olhos estavam em fogo e todo seu corpo emanava luz. Sua força de anjo transmitia uma enorme sensação de paz, amor e confiança.

-Mas, como? Por quê? Não é possível... – balbuciava Balthazar.

Bill contemplava Anagrom. Olhou para o amigo, mas sabia que não queria desviar o olhar do anjo, pois era uma imagem muito linda.

- Balthazar, quando você me ligou. – disse – Eu não sabia o que fazer. Mas, suspeitei que fosse mais um caso sobrenatural.

Balthazar meneou a cabeça.

- Ajudei Anagrom há muito tempo atrás. - continuou Bill – Na verdade, salvei o coro angelical dela.

Anagrom sorriu.

- Tudo bem, Bill, não temos tempo para contar o passado. – disse Anagrom – Temos que ajudar seu amigo.

- Mas, precisamos de um anjo para solucionar esse mistério? – perguntou Balthazar.

Bill Thunder tossiu. Olhou para Anagrom e apontou polidamente para o amigo, como se abrisse uma porta para o anjo entrar.

- Esse seu “assassino”, na pode ser um possuído. – disse Bill.

- Mais que isso. – completou Anagrom – Não sinto nenhuma energia demoníaca por perto. Ele deve ser algo diferente. Um shaman, muito poderoso, talvez, até uma deidade pagã.

Balthazar esfregou as mãos e deu de ombros.

- Isso não me interessa! – disse – Só quero saber quem é ele e como matá-lo. Afinal, eu dei...

- Cinco tiros nele e nada. – disseram em coro Bill e Anagrom.

Bill ironizou.

- É meu amigo, você falou tanto isso, que Deus e o mundo já sabem.

Anagrom deu um passo a frente.

- É hora da revelação. – disse o anjo.

Anagrom levantou as mãos como se orasse. Depois começou a fazer círculos com as mãos. De repente, uma espécie de listra amarela começou a surgir, onde o anjo passava as mãos.

Balthazar não acreditava no que via, esfregava os olhos, pois pensava que estava sonhando ou então que estivesse ficando louco, mas não estava louco e tinha certeza que não estava dormindo.

O circulo de bordas amareladas que ela formava, começou a ficar com o centro branco, depois azul, passou por um tom mais anil. Algumas outras cores surgiram depois, até que uma imagem se formou.

- A mansão Gianni. – disse Balthazar.

Parecia um filme. A imagem se aproximou.

Um homem vestindo um enorme capuz negro e com uma balaclava na cabeça forçava a porta da mansão. A imagem ficou turva.

- O que aconteceu? – perguntou Balthazar – Era o maldito. Mesmo com a balaclava,era ele, eu...

- Calado. – disse Bill Thunder.

A imagem voltou, novamente. Parecia que o homem estava subindo as escadas. A imagem quis fraquejar, mas puderam ver claramente, que o homem tentava abrir as portas dos quartos. Novamente, a imagem ficou turva.

Anagrom concentrou seu poder celeste, seus olhos estavam queimando, era fogo celeste.

A imagem ficou normal.

- Ele está no quarto da vovó. – disse Balthazar.

De repente, a velha senhora foi sedada pelo homem. Pouco depois, ele retirou a balaclava.

- Ei, eu conheço esse cara! – gritou Balthazar.

João Murillo
Enviado por João Murillo em 30/04/2011
Código do texto: T2940866
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