As Gemêas

Elas dormiam nuas e abraçadas na cama de casal que um dia fora de seus pais, a muito já mortos.

Lindas, Bruna e Barbara eram gêmeas idênticas e inseparáveis. Ainda jovens, com rostos angelicais, pele muito branca, cabelos lisos pretos e brilhantes até a cintura e muito atraentes, eram extremamente bonitas e sensuais.

Bruna abriu os olhos, e fitou sua irmã ainda dormindo. Afagou seus cabelos num gesto carinhoso. Era sempre assim. No geral, Bruna acordava antes.

Olhando para o rosto bonito de sua irmã, tão doce e sereno em seu sono tranquilo, Bruna foi aos poucos se recordando da noite passada. Sorriu. Homens eram tão absurdamente ingênuos. Quantos já tinham sucumbido à beleza das gêmeas? Bruna perdera as contas.

Pelo que se recordava, desenvolveram essa sede de matança quando ainda eram muito jovens e frequentavam a escola, por volta dos 15 ou 16 anos. As vítimas sempre meninos, sempre homens.

Elas desprezavam o sexo masculino, por serem tão fracos, por serem tão famintos por sexo e tão tolos. Era tão fácil seduzi-los, dominá-los e depois matá-los. Deuses, como eram tolos!

Eles quase nunca desconfiavam que elas eram “elas”. Sempre quando saiam “a caça”, geralmente em alguma boate ou danceteria badalada, elas se separavam e deixavam que o inocente rapaz pensasse que eram uma só pessoa. Nunca descobriam.

Os caras eram escolhidos por serem bonitos e atraentes e antes de mata-los, transavam com eles, as vezes uma de cada vez, se revesando. Gostavam de sexo, principalmente quando envolviam brutalidade e sadismo.

Davam alguma bebida pro cara com sonifero, levavam o rapaz para casa, e muitas vezes o infeliz definhava por dias, algumas vezes de privações como alimento, água...outras vezes amarrado, sendo torturado, queimado , cortado.

Raramente os matavam logo. Adoravam ve-los sofrer, implorar, gritar e suplicar. Às vezes davam esperanças a eles, e essa era a parte em que mais se divertiam.

Soltavam o individuo, ou deixavam que se soltasse sozinho, pensando assim que tinha conseguido se libertar e poderia fugir.

Mas elas sempre sabiam, tinham sempre tudo muito bem organizado e detalhado e quando o pobre e esperançoso infeliz pensava ter escapado fugindo por uma porta, elas surgiam por outra, lindas, implacaveis e cruéis e o dominavam facilmente. De qualquer forma, qualquer tipo de saida da casa era bloqueada, e mesmo que o cara chegasse até a porta de saida, jamais sairia porque estava muito bem trancada.

Barbara acordou. A primeira pergunta que fez:

- Será que ele já acordou?

Foram ao quarto onde o rapaz estava amarrado e amordaçado. Um quarto escuro sem qualquer iluminação ou janela. Sim ele estava acordado. Olhava para as duas com interrogativos olhos arregalados. Obviamente estava surpreso com o fato de que a linda moça que ele tivera a enorme sorte de conhecer ontem na boate, a linda moça que fora tão facil de levar para o banheiro onde ele colocou a pica na boca dela e recebeu o melhor boquete de toda sua vida, agora não era mais uma, mas duas.

Sem dizer palavra, Barbara foi até o rapaz e arrancou a fita adesiva de sua boca com um só puxão. O rapaz imediatamente começou a gritar por socorro, mas em seguida se calou tamanha bofetada que Bruna lhe aplicou.

- Cale-se – ela disse. Não vai acontecer nada com você, porque está tão desesperado? Já vamos te soltar, isso foi só uma brincadeira que alguns de seus amigos fizeram com você. Acalme-se.

Dizendo isto ela foi desfazendo o nó das cordas que prendiam seus braços e pernas. Balbuciando sem parar xingamentos aos “amigos”, o rapaz acreditando na historia das gêmeas e esperançoso de escapar da enrascada em que se metara se deixou soltar.

Nem queria saber como uma virou duas. Correndo em direção a porta, desejando desesperadamente sumir de perto daquelas duas esquisitas, o rapaz nem notou que Barbara com um sorriso debochado, parada próximo a porta estendia o pé para que ele tropessa-se. Estatelou-se de cara no chão e no mesmo momento Bruna, que estava atrás, acertou um pontapé com muita força bem no meio de suas pernas.

Ele gritou, urrou. Virando-se de frente para encará-las, o rapaz disse entre dentes cerrados:

- Mas que porra de par de malucas são vocês??? Isso não é nenhuma brincadeira, o que vocês querem de mim afinal?

Rindo, Bruna disse:

- Agente sempre comenta isso não é, Babi? Que bando de tolos são os homens. Acreditou mesmo que era uma simples brincadeira? Meu jovem rapaz, hoje você terá sua vida ceifada pelas irmãs mais belas e cruéis que já teve o desprazer de conhecer. Mas não se preocupe. Você terá bastante tempo ainda para apreciar nossa beleza, porque eu posso lhe garantir que não vai ser rápido...e vai doer...muito.

****

Na semana seguinte, Barbara arrastava para o galpão nos fundos o corpo do ultimo infeliz que elas mataram.

Vivendo isoladas no sitio que pertencera a seus pais, usavam o velho galpão que ficava nos fundos, um tanto distante da casa, para desovar os corpos, e assim, evitar que ficassem sufocadas com o cheiro de dezenas de corpos decompostos. Há muito tempo atrás quando era vivo, seu pai usava o mesmo galpão como chiqueiro para os porcos.

O corpo, nada mais do que um monte disforme de carne destroçada, deixava uma marca sangrenta por onde passava. Jogou sobre os restos mortais de outros rapazes que por ali jaziam.

Trancou a porta voltou para casa, subindo para o quarto onde Bruna estava se aprontando. Abrindo a porta deparou com sua irmã vestida num lindo tubinho vermelho, radiante, exuberante. Sentiu orgulho. Elas eram irresistiveis mesmo.

Barbara também se aprontou, usando um vestido vermelho igual ao da irmã, que deixava a mostra os contornos do seu corpo perfeito.

Após se maquiarem e se perfumarem, deram uma ultima olhada no espelho e saíram para a noite, rindo como duas adolescentes felizes em busca de seu príncipe encantado.

A noite estava linda e prometia.

Asyram
Enviado por Asyram em 30/03/2011
Reeditado em 13/04/2011
Código do texto: T2879630
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