Última parada: lanchonete sinistra
- Por que paramos? – ouvi o Bili perguntar, conhecido como roliço por devorar tudo que encontra pela frente.
- Vamos fazer uma parada rápida – disse a professora, fazendo menção para que a gente descesse do ônibus.
Todos nós nos amontoamos na calçada e em frente de uma lanchonete, por sinal, esquisita, e esperamos as coordenadas da prô. Não demorou mais que cinco minutos para que formássemos uma fila e entramos, meio eufóricos, meio medrosos pelo aspecto nada agradável do interior da lanchonete.
- Vamos dar uma vasculhada? – ouvi o sem graça do Cássio perguntar para mais dois retardados.
Eles fizeram que não com a cabeça. Então Cássio foi sozinho. Afastou-se de nós e seguiu, mais ou menos, para onde deveriam ser os fundos. Esgueirei-me para ver até onde tudo isso iria dar, enquanto os demais eram atendidos por um homem alto, musculoso, feio, barbudo e sinistro.
Quando alcancei o Cássio, quão não foi o meu espanto, ele estava sem a cabeça. E, o pior de tudo, não havia sangue nem nele nem no chão. Trotei para junto dos demais e me deparei com o lugar vazio. E numa carreira saí da lanchonete e o ônibus também desaparecera. De repente, ao me dar conta, aquele homem sinistro estava atrás de mim, segurando um machado.