O pacto com Satã

Cosme, em sua juventude, queria ser rico a qualquer custo.

Certo dia, em conversa com os amigos, disse que até faria um pacto com o capeta, para ter muitas posses.

Que o dito cujo facilitasse-lhe a vida, com pompa e muito luxo, que ele,

ao cabo de dez anos, lhe entregaria a alma.

Passado algum tempo, encontrou-se por puro acaso com um homem

estranho.

Tratava-se de um homem alto, magro, de vestimentas pretas, sobre um cavalo negro.

Olhado a meia luz era uma figura bastante sinistra.

Tão sinistro que não se conseguia fitar-lhe os olhos...

O homem perguntou ao próprio Cosme, se ele conhecia um jovem chamado Cosme que procurava oportunidade de trabalho.

Sem compreender, Cosme se apresentou ao homem.

O homem então, deu-lhe um endereço para procurá-lo, no outro dia, pelas três, da tarde.

Disse-lhe que seu nome era Coronel Ferreira e que lhe daria a chance que precisava para se dar bem na vida.

No outro dia o rapaz, todo entusiasmado e sequer se dando pelo fato de ser um estranho a lhe procurar, não via a hora de falar com o homem...

Chegou ao lugar indicado e qual não foi sua surpresa ao ver a mansão que o homem residia.

Casario imenso cercado por mavioso jardim, deixou à visão do rapaz uma grata saciedade.

Chegou a invejar seu novo patrão e esperou ser chamado.

Enquanto esperava, uma empregada da casa veio lhe oferecer um café.

Tentou puxar conversa, mas a mulher gentilmente se desculpou e saiu de sua presença.

Então um outro funcionário lhe avisa que o Coronel Ferreira estava a sua espera...

Entrou e o homem lhe orientou sobre a sua função e os benefícios que teria, caso fizesse parte de seu quadro de pessoal ativo.

A partir do dia que Cosme entrou nesta casa, suas posses foram aumentando, mas ninguém nunca soube ao certo, quais eram suas atividades.

Tudo o que tocava virava ouro e passados dez anos, cai coberto de lepra pelo corpo todo...

Em seu delírio, chegou a fazer uma troca com o seu padrinho da sorte e pediu-lhe para dar-lhe mais dez anos de vida, que daria um de seus filhos, no seu lugar...

Passou-se o tempo, já contava setenta anos e com posses a perder a conta, desapareceu de forma misteriosa...

Foi feito um enterro simbólico e colocado em seu caixão um tronco de bananeira.

Diz-se que fora levado sem choro e nem manha, por conta de uma dívida maldita, que até hoje assombra o povo do lugar.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 17/03/2011
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