Santa Caveirinha
Raimundo era um homem simples e vivia da lavoura caseira.
Casado com Eleonora, possuia um pedaço de campo que resolvera roçar para fazer uma plantação.
Mariana, sua filhinha de sete anos e Zezinho de oito, foram levar a marmita fresquinha para o pai, na hora do almoço...
Enquanto o pai tirava um cochilo após ter saboreado a sua refeição, os dois pequenos se puseram a brincar de esconde-esconde, atrás das árvores e moitas do terreno.
O pai cochilou contente ouvindo os gritinhos cheios de vida dos dois pequeninos.
Chegou a avisar para que não fossem muito adiante, que era perigoso.
Depois de alguns minutos, empunhando de novo a foice, começou a roçar de novo uma touceira bem grande, emaranhada por cipós...
Alteou a foice em vários golpes e numa dessa, ao puxar a foice com força, viu sangue escorrendo pela lâmina...
Desesperado abriu caminho e desmaiou com o que viu...
Sua pequenina jazia ao solo toda ensangüentada, com a cabeça rolada a alguns centímetros, do corpo.
Até hoje essa menina é venerada no Cemitério da Saudade, como Santa Caveirinha...
Seu túmulo vive repleto de flores, doces e velas, lamento de almas sensíveis, que até hoje, choram sua partida trágica.
O pai, dizem, segue como alma penada, em choro lúgubre por aquele campo assombrado...