Santa Caveirinha

Raimundo era um homem simples e vivia da lavoura caseira.

Casado com Eleonora, possuia um pedaço de campo que resolvera roçar para fazer uma plantação.

Mariana, sua filhinha de sete anos e Zezinho de oito, foram levar a marmita fresquinha para o pai, na hora do almoço...

Enquanto o pai tirava um cochilo após ter saboreado a sua refeição, os dois pequenos se puseram a brincar de esconde-esconde, atrás das árvores e moitas do terreno.

O pai cochilou contente ouvindo os gritinhos cheios de vida dos dois pequeninos.

Chegou a avisar para que não fossem muito adiante, que era perigoso.

Depois de alguns minutos, empunhando de novo a foice, começou a roçar de novo uma touceira bem grande, emaranhada por cipós...

Alteou a foice em vários golpes e numa dessa, ao puxar a foice com força, viu sangue escorrendo pela lâmina...

Desesperado abriu caminho e desmaiou com o que viu...

Sua pequenina jazia ao solo toda ensangüentada, com a cabeça rolada a alguns centímetros, do corpo.

Até hoje essa menina é venerada no Cemitério da Saudade, como Santa Caveirinha...

Seu túmulo vive repleto de flores, doces e velas, lamento de almas sensíveis, que até hoje, choram sua partida trágica.

O pai, dizem, segue como alma penada, em choro lúgubre por aquele campo assombrado...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 14/03/2011
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