Pena de Morte - Capítulo V - Monumento aos Mortos

João livrou Daniel da coluna de ferro, Mara estava agora segurando uma das mãos de Matheus que carregava seu Winchester 44 e uma mochila velha em suas costas. Eles saíram correndo o mais rápido que podiam.

- Afinal quem é você? – Perguntou João.

- Sou um desertor. Nós somos desertores. Escondemos-nos dessa sociedade louca que foi criada, não estamos aqui para ser os certinhos, somos apenas seres humanos a procura de algo que nos dê adrenalina, que nos permita viver de verdade, não apenas sobreviver num mundo onde as ruínas são os seres humanos ao invés destes prédios.

- Há muitos de você?

- O suficiente, Daniel. O suficiente para acreditar. – Ele disse olhando para Daniel como se o conhecesse há anos.

- Como sabe meu nome? – Indagou o ex-policial.

- Sabemos bem mais do que pensa. Estávamos á sua procura. Mas não tenho autorização para lhes revelar mais nada. O chefe lhes dirá tudo que precisam saber.

- Chefe? – Perguntou o agente.

- Eu nunca ouvi falar de sobreviventes nesta área, e em nenhuma de nossas buscas ou rondas nunca vimos ninguém por aqui. – Disse Mara.

- Nos escondemos bem Soldado! – Disse o garoto parando de repente e segurando o rifle com uma de suas mãos. Ele mirava e apontava para o vazio da noite. - Fiquem juntos! – Ele advertiu.

Mara ficou logo atrás dele, João empunhou sua arma e Daniel algemado estava no meio deles. Estava incrivelmente escuro, um silêncio total, mas dava para sentir o odor se aproximando. Precisamos fazer isso juntos. – Ele alertou abrindo sua mochila e jogando uma Glock 18 nas mãos de João. – Por fim virou-se para Daniel.

- Vire-se! – Matheus falou apontando o rifle para ele. João logo o repreendeu.

- Não vai fazer isso!

- Vou sim agente! Este homem é um dos mais condecorados policiais que você pode ter conhecido. Precisamos dele do nosso lado. Assassino ou não ele será muito útil! Vai tirar as algemas, ou eu mesmo terei que tirar?

- Não vai fazer isso mesmo! - Ameaçou João apontando a arma para Matheus.

- Você é quem sabe! Mate-me e morrerá aqui neste deserto cercado por no mínimo uma dúzia daquele monstro que matamos lá atrás. Se considera forte? Eles são mais, são ágeis, são inteligentes, são caçadores agente. Quantos deles conseguirá matar antes que devorem seu cérebro? Comerão cada órgão seu e depois vão sorver seu sangue com enorme prazer. Isso para eles; é claro, porém para você não será nada romântico.

- Não vou soltá-lo! – João disse quando algo pulou no meio da escuridão e caiu bem na sua frente. Outro nanoinfecto, este acertou-lhe um soco no rosto jogando-o a três metros de distância. A arma caiu de sua mão. Ele estava desprotegido. Matheus atirou e a criatura se desviou da bala desaparecendo na noite. O garoto permaneceu com sua arma empunhada, atento e inerte como uma estatua. Fazia aquilo para ouvir qualquer misero barulho.

- Tudo bem? – Perguntou Mara totalmente confusa, sem saber o que realmente passava-se.

- Acho que sim. – Respondeu o agente levantando-se e caminhando na direção onde a arma havia caído. Uma de suas mãos massageava o maxilar onde havia sido atingido pelas mãos fortes do nanoinfecto.

- Precisamos sair daqui! – Disse Daniel.

- Como faremos isso? – Perguntou Mara.

- Só há um jeito. Temos que nos unir. Não vou conseguir matá-los sozinho. E o agente parece não ser muito bom no gatilho, e você soldado não pode nos ajudar muito agora, não sozinha.

- Solte-o logo então! – Ela disse sentindo-se tão impotente quanto era naquele momento.

Daniel afastou as mãos das costas, e Matheus deu um disparo, uma faísca surgiu no meio da noite e as correntes se partiram ao meio.

- Não faça nada de errado Daniel ou serei obrigado a matá-lo! – Ameaçou Matheus enquanto Daniel ainda sentia o gosto da liberdade. Olhou na direção do agente, depois para Mara e por fim para o jovem á sua frente. Voltou então seus olhos para suas mãos, cerrando os punhos e abrindo enquanto as duas metades das correntes balançavam como o pendulo de um relógio cuco.

- Bem! O que tem pra mim? Perguntou para Matheus, que jogou duas Taurus PT-938 em suas mãos.

- Acho que você adorava essas não é verdade? – Perguntou ele sorrindo.

- É verdade sim. – Ele afirmou olhando para as Pt’s envolvido com aquele momento, enquanto lembrava-se da primeira vez que havia segurado uma 938 na vida. - Eu usava exatamente duas dessas.

O agente ainda procurava sua arma quando Daniel virou-se em sua direção e apontou as duas armas. João arregalou seus olhos e Daniel sorriu como se estivesse zombando dele.

- Há quanto tempo eu queria fazer isso novamente. – Os dedos dele deslizaram pelo gatilho acariciando-o, quando subitamente seus olhos estreitaram e ele então atirou. O projétil tipo gold viajou á 330m/s, cortou a escuridão e perfurou o olho esquerdo do corpo que caiu girando no ar. Mara deu um grito assustada.

- Nãooooo!!!

Matheus olhou para João que estava no chão, suas mãos segurando a arma na direção de Daniel. Seus olhos ainda permaneciam fechados. Caído sobre ele estava um maldito nanoinfecto com um olho perfurado e sangrando, sua boca ainda permanecia aberta. Ele estava pronto para matar o agente quando Daniel atirou nele. João então abriu seus olhos e levantou-se fazendo com que o monstro caísse de lado. Mara aliviada segurou forte a mão á sua frente e deu um grito. O que ela viu foi um monstro em carne viva, queimaduras horrendas por todo seu corpo. Não era tão magro como o que haviam visto antes, seus olhos vidrados, num misto de linhas avermelhadas, sua cabeça ainda com alguns fios de cabelos, dentes podres e unhas enormes que de repente a apertaram. O monstro a segurou com força e puxou seu pescoço contra a sua boca. Uma bala então perfurou sua garganta e ele caiu. Matheus olhou para Daniel que estava parado olhando para João que havia dado o disparo, ele ainda tremia. Havia acabado de salvar a vida de Mara.

- Parece que enfim estamos agindo em equipe. – Disse Daniel colocando as armas na cintura entre a calça e sua própria pele. – Como é bom sentir o toque deste metal frio novamente.

- Sim. Sorriu João ainda com a arma empunhada. Mara agora segurava-se na cintura de Matheus que empunhava sua arma na direção do vazio da noite. Ainda estamos em perigo. Gritos sibilares então invadiram a noite. Daniel apontou suas armas, cada um apontando em uma direção, tentando tornar o perímetro mais seguro. Cada um protegendo a retaguarda um do outro, estavam os quatro juntos no meio de um amontoado de destroços e cercados por um bando de nanoinfectos, o cheiro fétido impregnando o ar que respiravam.

- O que vamos fazer agora? – Perguntou João.

- Fiquem calmos, e não atirem ainda. – Ordenou Daniel.

Os nanoinfectos os observavam, esperando a hora certa de atacar como tigres a espreita da caça. A inteligência humana aliada a força que eles tinham era algo assustador. Eram predadores perfeitos.

Daniel era o mais calmo dos três, segurava suas armas com uma firmeza e destreza incríveis, Matheus esperava a ordem de Daniel enquanto João deslizava seu dedo pelo gatilho da Glock ansioso. Um dos nanoinfectos tomou a iniciativa e os atacou.

- Agoraaaa!!! – Gritou Daniel. Eram muitos deles. Daniel, João e Matheus atiravam e acertavam alguns, mais eles eram muito rápidos, desviavam das balas. Quatro armas contra cerca de vinte á vinte e cinco monstros. Eles se aproximando cada vez mais, suas bocas salivando e a lingua deslizando entre seus dentes pontiagudos. Um deles saltou na direção dos quatro com uma velocidade incrível, Daniel acertou-lhe no um tiro no peito e ele caiu á sua frente. Estavam se aproximando muito rápido. A arma de Matheus agora havia sido descarregada. Daniel e João continuavam a atirar. Matheus sacou duas facas presas ao seu cinto e segurou-as firme.

- Segure-se neles Mara! – Ele disse Colocando-se mais a frente. Ele era um garoto, mas não eram só suas roupas que lhe davam estilo de um militar, também tinha a cabeça raspada estilo soldado do exército ele tinha porte físico equivalente. Posicionou-se e dois nanoinfectos vieram em sua direção. Ao invés de recuar ele avançou contra eles, João conseguiu acertar um tiro no ombro de um deles, o que ajudou Matheus a antecipar o outro cortando-lhe a garganta, o sangue do monstro escorreu pelo seu pescoço e ele caiu morto, o outro investiu toda sua força contra ele mesmo que machucado e segurou Matheus com apenas uma das mãos erguendo-o do chão. Matheus debatendo-se e sufocando-se cravou as duas facas na barriga da criatura, que deu um grito assustador, ele puxou as facas para cima estripando a criatura que afrouxou as mãos de seu pescoço caindo inerte e sem vida. Matheus agachou-se no chão em seguida recuperando suas forças. Neste momento a munição de João acabou. Daniel fazia o que podia para protegê-los. Matheus estava de pé agora, enquanto não paravam de surgir mais monstros na escuridão.

- Deus! Estão todos bem? – Perguntou Mara num misto de ansiedade, terror e uma terrível sensação de invalidez.

- Pessoal, minhas balas também estão acabando. Ou acontece um milagre aqui, ou morreremos em segundos!

Quando Daniel disse isso um monstro estava vindo em sua direção. Daniel atirou, mas ele desviou e seguiu correndo. Daniel deu mais dois disparos e sua munição acabou. Um dos projéteis atingiu uma perna do nano infecto, mas incrivelmente ele resistia e investiu toda sua força dando um salto na direção de Daniel com sua boca aberta e seus dentes podres e pontiagudos a mostra. Tinha um olhar devastador e maníaco, estava pronto para mastigá-lo e destroçar seu corpo. Matheus lutava contra outro nanoinfecto. João e Mara estavam indefesos. Mais quatro monstros na direção deles. Daniel deu um chute no ar tentando acertar o monstro que caiu sobre ele. Ele caiu morto. O mesmo aconteceu com os outros nano infectos que atacavam Mara e João. Matheus lutava contra os dois monstros, recebeu um golpe e foi jogado ao chão. Os monstros abriram suas bocas e prepararam para matá-lo quando ambos caíram mortos no chão. Os outros monstros de repente gritavam chamando por reforços e desapareceram na escuridão.

- O que foi isso? – Perguntou João procurando ao seu redor.

- Temos companhia! Estão atirando com armas de cano silencioso. – Disse Matheus.

- Seus amigos? – Perguntou Daniel.

- Não! Pelo visto são amigos da Mara.

- Soldados do Gelo. Até que enfim reforços! – Comemorou João.

- Temo que não sejam reforços! – Disse Mara com uma voz quase sem graça.

- Como? – Perguntou João.

- Eles estão atrás de nós agente. – Disse Daniel. - Vieram para nos matar.

- O que?

- Isso mesmo. O secretário deve ter decretado alerta laranja. – Mara concluiu.

- Alerta laranja? Mas o que é isto?

- Ordem para matar. Mas o porquê desta ordem só a soldado Mara poderá nos responder.

- Eu também posso. – Disse uma voz saindo da escuridão.

- Felix? – Mara se surpreendeu ao ver o home loiro, com uma boina azul marinho, ele trajava calças estilo exército, mas com um emblema diferente, era um brasão na forma de um Cisne.

- Sim Mara. Acho que estão numa enrascada. – Ele disse caminhando vagarosamente.

- Ele mandou você me pegar?

- Sim, mandou. – Mais três soldados do gelo surgiram na escuridão apontando suas armas para os quatro.

- Parece que é o nosso fim. – Concluiu Daniel quando ouviu um riso, Matheus estranhamente sorria.

- Senhor! Aguardando ordens para atirar! – Disse um dos soldados para Felix.

- Agora!!! – Ele disse.

Os projéteis penetraram na pele, todos os tiros direto na nuca, atravessaram os corpos que de repente estavam no chão. Os três caíram, Mara levou as mãos até os ouvidos, tapando-os. Estava confusa, perdida em sua própria escuridão. Matheus era o único de olhos abertos, ele viu Felix se aproximar com a arma na mão. Daniel abriu os olhos e viu os três soldados mortos no chão, enquanto João, ainda de olhos fechados tentava entender o porquê de ainda estar respirando.

- Chefe!

- Matheus, você foi excelente. Fez um bom trabalho os trazendo até mim. Agora precisamos sair logo daqui.

- Chefe? – Perguntou Mara.

- Então é assim que consegue as armas e o fator 3001. – Disse Daniel.

- Por isso sabe quando fazemos as varreduras na área e onde vamos vasculhar. Você é o chefe deles? Um informante excelente. – Continuou Mara.

- Sim, Mara. E há muito mais coisas que vocês não sabem.

- Como assim? – Perguntou João atônito.

- Logo falaremos nisso. Mas precisamos sair daqui, estão vindo muitos nanoinfectos, estão se agrupando agora, é assim que funciona, o grito é um chamado, eles então se agrupam e depois atacam. Raramente atacam sozinhos. Temos que sair daqui agora. Meu carro está logo á frente.

- Aquele Mustang Shelby GT500 vermelho e preto? – Perguntou Daniel admirado com a beleza do carro.

- Sim. Ele mesmo.

- Então vamos logo! – Disse Mara segurando-se nas mãos dele. Eles seguiram na direção do carro, andaram alguns metros e lá estava. Entraram e o carro de repente flutuou.

- Precisamos saber onde o clone está Mara?

- Já estava com saudades disso. – Caçoou Daniel sorrindo.

- Você continua com o mesmo senso de humor não é? – Disse Felix.

- Quem é você afinal? – Perguntou Daniel.

- Logo saberá! Mara levou as mãos aos olhos de Daniel e ambos entraram em transe. Agora eles estavam em um local aberto, uma estrutura de metal, três estatuas mais a frente, e um outro monumento de azulejo. O clone andava, suas mãos estavam protegidas por uma luva grossa e estranha, ele carregava uma espécie de cabo, puxando-o e cantarolando algo. O cabo se arrastando pelo chão. O assassino olhou para trás, lá estava o ônibus. Mara e Daniel poderão ver o presidente através dos olhos di assassino. Ele estava encostado á janela, outros membros estavam lá, o representante de Minas, Rio Grande do Sul, Paraná e vários outros. Ele passou pelas estátuas e se dirigiu para o monumento metálico. Quatro corpos estavam amarrados por fios de arame, presos a estrutura, a obra de arte tinha a forma de um avião ou um jato da força aérea. Os representantes atrelados, sentados, nus. Seus corpos molhados de alguma forma, suas cabeças estavam sangrando, parte do couro cabeludo havia sido arrancado, um pano molhado estava amarrado envolta de suas cabeças, enquanto um pedaço de arame ligando as mesmas como uma mascará se conectava a estrutura metálica. Estavam tão firmemente amarrados que mal conseguiam se mover e se o fizessem o arame penetraria em suas peles ainda mais.

- Muito bom! – Dizia o clone com a ponta do cabo a mão. Ele pegou um balde que jazia a sua esquerda e jogou sobre eles. - Foi bom ter trago um pouco de água. Sabia que vocês estariam com sede. Esta área não é deserta, entretanto também não é muito movimentada a noite, é um dos poucos pontos preservados e protegidos contra os nanoinfectos. As cercas elétricas que cercam este perímetro estão nos protegendo de possíveis invasores. Isso é muito ruim para vocês! – Ele lançou um sorriso irônico. - Como é estranho saber o valor que vocês dão aos mortos. Gastam energia neste lugar ridículo. – O clone pegou outro balde e jogou mais água sob os membros. Eles permaneciam assustados, mas não podiam falar nada, apenas gritos eram abafados pelo pano que os amordaçava.

- O que ele está fazendo? – Mara se perguntava tentava compreender o plano sádico do assassino.

- Electrocução Mara. É disso que ele fala o tempo todo. – Explicou Daniel.

O clone olhou mais uma vez para as vitimas amarradas na escultura metálica. Dobrou a ponta do cabo deixando-a em forma de gancho e soltou-o sob o metal. Andou de costas na direção contrária, uma faísca acendeu e pôde vê-la pelos olhares espantados dos homens á sua frente. Um estouro deu-se quanto o cabo tocou o metal, novas faíscas iluminaram a noite como fleches e os membros começaram a tremer loucamente amarrados aquela escultura. Um misto de fumaça, cheiro de carne queimada, a pele deles derretendo-se e assando de uma forma horrorosa. As mordaças pegaram fogo em suas bocas e os corpos tremeram sem parar, agonizando até a morte enquanto a pele enchia-se de bolhas. Daniel e Mara despertaram. Mara estarrecida, Daniel calmo como sempre.

- Onde ele está? – Perguntou João.

- Não sei! – Disse Mara esboçando um olhar melancólico.

- Monumento aos Pracinhas! – Disse Daniel, se lembrando de um evento solene que fora realizado ali. É o Monumento aos Mortos da Segunda guerra Mundial.

- Vamos pra lá agora! – Disse Félix. - No caminho vocês saberão o que está realmente acontecendo.

Continua...

Monumento aos Pracinhas, Rio de Janeiro, Brasil.O Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, popularmente conhecido como Monumento aos Pracinhas, localiza-se no Aterro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Abriga e homenageia os restos mortais dos militares brasileiros que haviam sido depositados no Cemitério de Pistoia, na Itália, à época do conflito.

A plataforma elevada, que atinge trinta e um metros de altura, empregou, pela primeira vez no país, o concreto aparente.

O conjunto é integrado por três obras: uma escultura em metal, homenageando a Força Aérea Brasileira (FAB); uma escultura em granito, homenageando os pracinhas das três Armas; um painel de azulejos, homenageando os mortos (civis e militares), no mar, datado de 1959.

Leiam também...

Pena de Morte - Capítulo I - O Condenado

Pena de Morte - Capítulo II - O Clone

Pena de Morte - Capítulo III - A Cilada

Pena de Morte - Capítulo IV - Afogados

E

A Rainha dos Monstros episódios I,II e III...

Um abraço e que Deus os abençoe e ilumine sempre!

Sidney Muniz
Enviado por Sidney Muniz em 12/03/2011
Reeditado em 04/11/2011
Código do texto: T2843219
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