RASCUNHO DA VIDA(Um trenzinho chamado....)
(Sócrates Di Lima)
Fiuuuu...fiuuu....fiuu...fiuuuu...
Chic..chic.cic..chic..chic..chic...
Lá vem o trezinho,
Todo sorridente,
La vem o trenzinho de repente...
Chic..chic..chic..chic...
Soltando fumaça,
Desesperadamente...
splixiiiiiiiiiiiii...splixiiiiiiiiii...spplixiiiiiiiiii
Na estação parou...
Dele ninguém desceu,
Portas trancadas em cada vagão,
Não era permitido descer.
E no penúltimo vagão,
Nele, tanta gente subiu...
Todos ali tinham seus problemas,
Lemas....
Dilemas...
Todos se dirigiam á ultima estação.
Tudo era de graça,
Muita musica tocava,
Muita droga consumida...
Bebida...
E o trenzinho partiu.
Fiuuuuuuu...Fiuuuuuuuu....fiuuuu
Chic..chic..chic...chic...
Soltando fumaça e gritado...
To checagndo...to chegamdo...to chegando...
Nele iam todos felizes,
Have metal pesado,
Rock solto..
Sertanejão arrepiante,
Um Funck pelado,
Guaraná paulista servida a vontade,
Sanduiche de mortadela...
E o trenzinho cantando...
To chegando....tio chegando..tochegando..
Tanto baseado,
Jogo trapaceado,
Loucas transas,
Orgias profanas,
Alguém gritou...
Mataram o " viado"
Estruparam a freira,
Alguém gritou:
Não é estruparam seu "burro",
É estupraram...
- È a mãe, gritou outro..;
O pederasta apareceu
O pedófilo morreu..
Outros gritvam.
Alguém assassinou alguem no vagão de traz,
Alguém estuprou alguem no vagão do meio,
Alguém se suicidou np vagão da frente....
O homossexual trucidou seu amante no outro vagão,
Jogaram pela janela a cadeiro do paraplégico,
E ninguém se importava...
E o trenzinho gritava...
To chegando..to chegando..to chegando...
Chic...chic...chic...chic...
Fiuuuuuuuu...fiuuuuuuuuu..fiuuuuuuuu
Chicchichicchicchicchic...
Ali misturavam o negro, o branco, o amarelo,
O evangelico, o católico, o espiritista, o candoble, o budista...
Todos portadores de angustia, medo, solidão, fé, esperança,
Tristeza, saudade....
E o trenzinho seguia...
Chic...chic...chic...chic...
Fiuuu...fiuuu...fiuuu..
To chegando..to chegando,,,to chegando...
Em meio a tudo que se passava no trenzinho,
Os que se lembraram de Deus, se arrependeram
e pularam as janelas,
Os que não acreditavam, sequer se preocupavam...
E quando chegavam na ultima estação,
O trezinho pegou fogo...
Ninguem saia....
Ninguem pode mais sair....
Muitos gritos,
Desesperos...
E o trezinho gritando...
Já cheguei..já cheguei...já cheguei...
Chic..chic...chic...
A na ultima curva descarilhou...explodiu...
Mada sobrou, ninguém sobreviveu...
E nos escombros a última placa que ninguém percebeu,
Nela estava escrito:
Um trenzinho chamado morte,
Passagem gratis,
Destino: Inferno.
Rascunho escrito em 02/05/1972(Jardinópolis-SP).
Trazendo esse conto para os dias de hoje, a vida está seguindo esta sina,
A pessoas estão nas estações embarcando nesse mesmo trenzinho...