Pena de Morte - Capítulo IV - Afogados

Antigo Maracanã... Mara, João e Daniel foram enganados pelo clone, agora estão no meio de um deserto. O novo Rio de Janeiro agora é um local praticamente desabitado. Ainda sob o efeito do fator 3001 que eles ingeriram para protegê-los dos UVA’s, e sabendo que em poucas horas o curto anoitecer do ano 2101 trará os nanoinfectos á sua caça.

Assim estão eles... desarmados, sem transporte, comida ou água. Só havia uma saída. Unir-se para aumentar suas chances de sobrevivência.

- Precisamos sair daqui. Você conhece os nanoinfectos melhor do que eu, Mara. Como eles atacam? – Perguntou Daniel com o intuito de entender melhor a situação de risco em que se encontravam.

- Eles sairão dos esgotos e túneis do subterrâneo em poucas horas, estarão famintos por carne, e atacarão em grupos. Somos apenas três. Somos a caça, eles os predadores. Nos encontrarão, são animais, uma raça humana completamente alterada pelo fator 3000. Aquilo os tornou assassinos, canibais, seres doentios e com uma força estranhamente incomum.

- Em outras palavras... “estamos fritos”!... Disse João pela primeira vez lançando um sorriso para Mara..

- Mais ou menos isso agente. – Ela concordou lançando um olhar na direção dele como se realmente pudesse vê-lo.

- Mas se sairmos estaremos em campo aberto. – Argumentou João.

- Prefere ficar parado esperando eles virem até nós e nos cercarem. Mal sabemos quantos existem deles. – Advertiu Daniel.

- Então? – Disse Mara.

- Então vamos andar o máximo que pudermos. E depois nos abrigaremos em algum lugar e quando o efeito do fator 3001 passar já terá anoitecido... Depois disso, sinceramente ainda não sei o que vamos fazer. Mas precisamos de armas, comida e água, ou morreremos.

- Peguem os óculos no bolso direito de suas roupas.

- Óculos? Que óculos? Disse João.

- São óculos especiais, o mesmo material da roupa, as lentes são de um outro tipo de silicone, chama-se silicone - hidrogel, um material antigo, mas até hoje é o mais seguro, uma tecnologia fascinante. Vão se proteger melhor com ele. Seus olhos sofrerão menos o impacto do UVA. – Disse Mara colocando os seus sobre seus olhos, ela queria preservar seus olhos para não queimá-los. Mesmo cega ela tinha olhos lindos, um dos maiores presentes que havia herdado de sua falecida mãe.

Daniel e João fizeram o mesmo...

- Até que você não ficou muito feio não agente! – Daniel ironizou.

- Você pelo contrário ficou parecendo um besouro. – Rebateu o agente Silva de cara amarrada.

Eles saíram do “Maraca”, começaram a andar por aquela deserta cidade, um sol escaldante, se depararam com um cenário incrivelmente estranho. As ruínas do Maracanãzinho de um lado, o antigo prédio da Universidade do estado do Rio de Janeiro desabado do outro, o CEFET ou pelo menos o que restou dele e a sede da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro estavam completamente no chão, destruídos. Toda a zona norte do Rio de Janeiro estava assim, deserta e arruinada.

- Ainda tenho uma dúvida. – Disse Daniel.

- Qual? – Perguntou Mara curiosa.

- Vocês disseram que as armas de fogo foram proibidas.

- Sim. Todo tipo de arma. – Reafirmou a detetive.

- Todo tipo? Tem certeza? – Insistiu Daniel.

- Claro. É quase impossível encontrar uma hoje em dia. Vasculhamos por diversas vezes as cidades. Os soldados recolheram cada arma, cada bomba, tudo. Estão todas em um local seguro.

- Entendi! – Raciocinou João. Você está pensando em onde ele arranjou aquelas granadas.

- Realmente. Ele tinha duas granadas. Mas não entendo! – Mara estava confusa.

- Nem eu. – Completou Daniel. - Se ele tinha granadas, o que mais ele tem, e onde ele as arrumou? Os clones entravam e saiam diariamente, não é isso?

- Sim. – Concordou Mara.

- Então ele poderia estar planejando isto há meses. Mas como ele saberia onde as armas estavam? Isso me intriga. Os clones com certeza não teriam acesso a isso.

- E não tinham. Mas que droga! Se eu ao menos estivesse com meu comunicador aqui. Entraria em contato com a central de comando. Mas tudo estava no V8. Maldito! – Praguejou Mara, apertando firme os punhos de Daniel que a olhou por um instante e não pôde deixar de contemplar a beleza daquela jovem mulher.

Eles seguiram andando. João do lado esquerdo, Mara no meio e Daniel á esquerda. Andavam por cima de escombros o tempo todo, latarias de carros abandonadas, tudo que se pudesse imaginar. Mara com aquela mesma cara de entediada que ficava quando se sentia dependente de alguém. João sempre a espreita de Daniel ainda não entendia o porquê do condenado estar os ajudando, enquanto este permanecia concentrado em seus pensamentos. Eles andaram por duas horas até que chegaram a um antigo posto de gasolina.

- Quanto tempo ainda vai durar o efeito do fator 3001? – Perguntou João.

- Duas horas e meia, três por aí. Logo teremos que nos esconder. Agora já são 16:00 horas. – Disse Mara passando a mão em um relógio antigo que estava dentro de seu bolso esquerdo.

- O que é isso? – Perguntou o agente Silva.

- Um relógio, não vê! – Ironizou Daniel.

- Não me provoque seu imbecil! Eu...

- É um relógio de bolso Cyma de colecionador mostrador original envelhecido naturalmente, ele é suíço. Ponteiros open diamond, numerais arábicos e em relevo para melhor visualização, não que isso me ajude muito, caixa fina em aço, movimento suíço á corda manual assinado com 15 jewels. Ele tem diâmetro de 45,5mm, isso é claro sem contar a corôa. Esta é toda minha herança João. – Disse ela terminando a briga dos dois. -Meu pai me deu antes de morrer.

- Seu pai? – Perguntou Daniel.

- Sim. Quando eu ainda tinha seis anos.

- Coronel Pedro Palhares Farias?

- Você conhece o pai dela? – Surpreendeu-se João.

- Sim. Você não está ligando o nome á pessoa, agente. Ele era meu parceiro. O primeiro soldado do gelo. Soldado Pedro Farias. Ironia não. Ele me prende e ela me solta. Conheço muito bem este relógio.

- Seu pai? – Disse João. - Você é a filha do Soldado Pedro.

- Sim. É por isso que te digo. Vamos colocar os dois atrás das grades de novo! Farei isso por meu pai.

- Vejo que estou cercado de amigos, por aqui. E você agente? O que realmente terá contra mim? Fico cada dia mais curioso. Tanto ódio. Tanta sede de vingança.

- Justiça pelas vidas que tirou. Não preciso de nada mais que isso seu idiota.

- Pode ser... pode até ser... – Disse Daniel sorrindo para ambos.

- Vamos parar com isso! Não nos levará á lugar nenhum. Precisamos contornar a situação. O Clone está com um ônibus, o presidente e os membros restantes lá dentro. E nós vamos continuar brigando? Precisamos nos unir para pegá-lo. Estamos no meio de um deserto. – Disse Mara com a o mesmo tom na voz de quando ela havia falado com o policial ao encontrar a primeira vitima. Ela era uma líder assim como o pai.

- Concordo! – Disse Daniel observando a semelhança com o coronel, algo muito maior que a aparência.

- Eu também! Mas precisamos saber onde ele está, o que está fazendo?

- Vamos dar um passeio então Mara? – Disse Daniel sorrindo, parecendo que já se acostumara com a estranha situação.

- Já que posso ser sincera. Odeio aceitar seu convite. Mas enfim, vamos. –Disse ela colocando a mão sobre os olhos de Daniel.

- Bem agora que estão aí parados, vou me sentar e descansar um pouco. –

Falou João para Mara e Daniel que não podiam o ouvir. Eles agora viam uma paisagem diferente, ouviam um chiado, vento, um barulho de algo arrastando-se. Era como um rangido. Estavam dentro de uma fábrica, três homens e uma mulher nus andando á frente de seus olhos, seus pés unidos por uma espécie de corrente. Dava pra ouvir o choro, soluços quase calados, a mulher caiu de joelhos no chão. Mara logo a reconheceu. Era a representante do estado de São Paulo, Elizabeth Calmon. Seus olhos mergulhados em medo, ela curvou-se na frente do clone em uma atitude desesperada.

- Não faça isso! Por favor! Pelo amor de Deus, poupe a minha vida e faço o que quiser! – Ela suplicava aos prantos.

A política recebeu um golpe que atingiu seu ombro, ouviu-se um estalo. Era uma corda... não... era um chicote de corda única. Acertou-lhe o ombro e depois as costas.

- Ande! Já disse! – Ele desferiu outro golpe, este acertou - lhe o peito, e a mulher num reflexo angustiante gritou de dor e tentou correr, mas em vão. Algo limitava seus movimentos, estava presa á uma pesada bola de ferro.

- Continue andando! – Ele disse. A mulher ergueu-se vagarosamente, e continuou a andar arrastando o objeto de ferro. Lágrimas caindo no chão, os homens choravam como crianças, suas costas cheias de vergões. Por fim O clone direcionou seus olhos á algo mais a frente no piso de madeira.

- Fiquem quietos! – Ele disse passando a frente deles. Seus rostos estavam irreconhecíveis, lábios inchados, olhos roxos e sangrando, eles haviam sido espancados. O clone moveu algo no chão, era uma espécie de porta ou tampa, foi quando ele olhou para baixo, um tipo de caixa, como um buraco ou algo parecido. Dava a impressão que algo mexia-se lá embaixo. Ele se levantou e pegou a mulher pelos cabelos.

- As damas primeiro. Vou lhe soltar. Se você conseguir se segurar viverá. Veja como sou bonzinho. Ela continuava relutante, mas não conseguia correr. O clone pegou a bola de ferro e puxou-a para si, era uma corrente de um metro e vinte á um metro e meio de comprimento entre a bola e a mulher. Elisabeth investia na direção contrária, usava toda sua força, mas ele era forte demais e lançou o objeto para baixo. O mesmo afundou no vazio, cortando o ar e puxando a mulher que caiu no chão arranhando o assoalho, tentando agarrar-se as brechas no piso. Lutava para se manter ali, a expressão em seu rosto demonstrava a força que fazia, ouvia-se o ranger dos dentes, mas o peso a puxava para baixo, seu pé não suportou o peso da bola e se dobrou para trás quebrando-se estranhamente. Um grito de dor ecoou naquele local, a unha de um de seus dedos arrancou-se e ficou gravada na junta da madeira. Ela então foi puxada para baixo, afundando na escuridão. Cinco metros abaixo dali um barulho reconhecível chegou aos ouvidos de Mara e Daniel. O clone agora olhava para os outros três.

- Quem se habilita? – Ambos de olhos arregalados, temerosos pelo seu fim. Arrastaram-se na direção contrária, mas mal se moviam. Ele foi na direção do próximo.

- Solte-o desgraçado!!! – Gritou Mara. O clone nem se moveu, pegou outra bola de ferro e jogou-a no buraco... Mara e Daniel despertaram do transe.

- O que ele estava fazendo? – Perguntou Mara.

- Afogamento. Á uma maneira nada sutil, é claro. Mas onde ele estava é que é a pergunta. E o que mais me interessa. Por que ele não te ouviu desta vez? – Raciocinava Daniel.

- Afogamento? É quase impossível achar fontes de água por aqui. Ele deve estar em alguma usina antiga de dessalinização. – Disse João.

- Sim Agente. É claro. O chiado, o barulho do vento. Era uma espécie de fábrica. O que se mexia lá embaixo era água. O barulho que ouvimos quando ela caiu. Mas ele não vai ficar lá por muito tempo. – Concluiu Daniel.

Mara ainda estava assustada. Mal conseguia raciocinar enquanto as imagens de terror continuavam á deriva em sua mente. Para ela que vivia na escuridão o tempo todo, absorvia muito mais as imagens do que qualquer um que as visse.

- O que vamos fazer agora? – Ela perguntou.

- Descansar. Logo o efeito do fator 3001 vai acabar. Até lá o sol já se pôs. Precisamos estar acordados á noite. Novos inimigos podem surgir. – Disse Daniel como se houvesse voltado a ativa. Mas nenhum dos dois o questionou naquele momento. A experiência dele em momentos como este era algo que superava qualquer desavença. Pelo menos por enquanto.

- Bem. Vamos ficar dentro daquela construção. – Disse o agente apontando para o que um dia deveria ter sido uma lanchonete. Eles andaram até lá, receosos, olhando tudo ao redor, mas não havia nada, criatura, animal ou ser humano por ali. Eles estavam sós.

- Deite–se ali. – Apontou João para próximo de uma coluna de ferro. Daniel deitou-se e ele o algemou lá. Mara deitou-se no chão á cinco metros deles enquanto João encostou-se no antigo balcão com a arma apontada para Daniel. Ambos estavam exaustos por andar debaixo daquele sol escaldante e dormiram depois de alguns minutos.

...

Em outro canto do país, na antiga e devastada São Paulo em uma base secreta subterrânea reunia-se dentro de uma sala trancada o secretário de defesa e o subchefe de operações dos soldados do gelo.

- Onde ela está?

- Ela não dá noticias há duas horas senhor. Rastreamos o sinal do V8, mas não encontramos nada. O veículo simplesmente desapareceu do monitor.

- Onde ele foi rastreado pela ultima vez?

- Prisão Nova Bangu.

- Prisão Nova Bangu? Mas eu a impedi de ir até lá! O que ela fez?

- Ela chegou com uma permissão para libertar Daniel de Paiva Lima, e ainda recrutou um agente. Seu nome é João Carlos. Os três saíram de lá e desapareceram do sinal do rastreador.

- Quem assinou esta permissão? Só dois homens tinham este poder. Eu e...

- A permissão estava assinada pelo presidente, Senhor. – interrompeu-o o subchefe.

- Soldado, o presidente foi seqüestrado! Alguém por acaso conferiu a assinatura? – O secretário usava um tom ríspido na voz.

- Não, Senhor. – Revelou o subchefe.

- Idiotas! Eu neguei aquela permissão. O presidente foi seqüestrado por um clone daquele assassino. A última coisa que eu iria querer era que o Daniel original dividisse as atenções por aí começando outra matança. Deus, o que esta louca pensa que está fazendo? – O secretário afundou na cadeira e lançou um olhar pesaroso para o soldado á sua frente.

- O que quer que façamos senhor? – Ele perguntou receoso da resposta, já conhecendo a figura do secretário da defesa há anos.

- Situação laranja, Soldado Felix. Você assume daqui em frente. Só tem uma maneira de rastreá-la. Se ela estiver com o preso. As algemas dele. Encontre o sinal logo.

- Quer que eu os traga até aqui? – Felix o perguntou ainda descrente do que ouvira.

- Sinto muito! Isto já foi longe demais. O presidente está em perigo! Você sabe o que quer dizer Situação Laranja, não?

- Sim, Senhor, mas... – Felix sabia bem o que significava aquilo tudo. Ele não teria escolha.

- Mas o quê soldado? – O Secretário disse levantando-se.

- Mas é que isto não é utilizado há anos.

- Soldado. É uma ordem direta. Não ouse ser o segundo do dia a me desobedecer! – Interpelou o homem de pé a sua frente, agora de costas olhando na direção de um aquário na parede onde podia ver alguns raros espécimes de cobras.

- Longe de mim Senhor! Faremos o que for preciso para detê-los. Com licença.

O secretario pegou seu telefone e ligou para outro número enquanto Felix saiu pela porta, passou pelo corredor e entrou no elevador principal.

- Droga Mara! – Disse ele pegando uma foto no bolso de sua roupa especial e acariciando-a. Droga!

...

- Mara! Agente! – Daniel sussurrava esgueirando-se para trás da coluna de ferro. Mara acordou assustada. Tudo estava escuro para ela, mas sentiu o forte odor do ser que estava se aproximando. João á beira do balcão abriu seus olhos ao ouvir o estalo de algo se quebrando no chão e empunhou sua arma na direção da criatura.

- Droga! – Disse João. É um...

- Nanoinfecto... – Completou Daniel. - Dormimos demais agente. Pelo jeito ele é só o primeiro.

A criatura ainda não havia os visto, mas os seguia pelo cheiro do suor. O que em outros tempos havia sido uma pessoa normal, agora era algo bizarro, sem cabelos, uma pele cheia de queimaduras, quase que em carne viva, fétida, dentes podres, pontiagudos e nojentos, pedaços de carne humana dentre eles, olhos sem afeto, vazios e avermelhados como se tivessem sido mergulhados em fumaça, um corpo magro, aparentemente frágil, mas de uma força inexplicável, algum efeito colateral do primeiro fator ou talvez um tipo de evolução daquela nova espécie. Andava nua pela rua, mas não dava para distinguir de longe se era um corpo de mulher ou de um homem. Era incrivelmente bizarro.

- Fique parada Mara! – Disse Daniel.

Mara tentou se esconder, pois era a que estava mais á vista, apalpava o chão e assim identificava cada coisa que segurava em suas mãos, podia vê-las, pedras, pedaços de metal, papéis, terra, areia, vidro... tudo esparramado pelo chão. Foi quando pisou em algo enquanto se arrastava. A criatura virou-se abruptamente na direção dela, abriu estranhamente a boca e soou um grito sibilar, algo extremamente assustador. Ao mesmo tempo vários gritos da mesma estirpe surgiram no vazio da noite. A criatura ainda lá estática, seus olhos presos em Mara. Mara da mesma forma. Porém não sabia para onde olhar, para onde ir. Ela se moveu e a criatura correu em direção a ela. João atirou e errou o tiro, a criatura não conseguiu o ver, mas desviou-se da bala de gelo e seguiu na direção de Mara que estava inerte, abria seus olhos cada vez mais como se enxerga-se algo, apalpava com a mão, mas não encontrava nada que pudesse lhe ajudar. João então deu outro tiro e mais uma vez a criatura deu um salto e escapou da bala. Ela agora o havia visto. Ele se levantou e correu na direção dela, que o deu um golpe jogando-o no chão. Sua arma caiu mais a frente. Ela abriu mais sua boca e seus dentes salivaram. João fechou os olhos. Mara estava sem ação. Daniel conseguiu ficar de pé e chutou uma lata na direção do monstro que virou-se para ele. Daniel o provocou naquele momento. A criatura colocou os pés sobre a garganta de João e começou a pisar cada vez mais forte.

- Venha me pegar seu monte de merda! Vamos... venha cá. O ar de João cada vez mais se esvaindo.

A criatura não tirava os olhos de Daniel. Ele começou a chutar freneticamente tudo que estava ao seu alcance na direção dela e gritava cada vez mais alto.

- Venha cá! Venha aqui idiota! – Ele tentava chamar a atenção, mas a criatura não largava João. Viu que Daniel estava preso e então voltou-se para o agente. Mara ainda tentando encontrar algo pelo chão. O Nanoinfecto agarrou João pelo pescoço e espremeu-o levantando-o e colocando-o sobre o balcão, sua boca indo em direção ao seu cérebro. Foi quando Daniel agachou-se e cravou os dentes em sua própria coxa, tirando um pedaço de pele. O sangue escorreu pela sua boca e dentes, sangue quente. A criatura farejou o ar e sua mão afrouxou o pescoço de João que caiu no chão sem forças, suas mãos na garganta ainda buscando o ar que havia perdido. Ela então virou-se para Daniel. Girou seu pescoço estranhamente alguns graus, abriu a boca mais uma vez e passou sua língua entre os dentes. João ainda se recuperando arrastou-se na direção de Mara. Ela levou a mão aos seus olhos e viu Daniel. No chão encontrou a arma. A criatura á centímetros de Daniel. Ele fechou seus olhos. O nano infecto o atacou e neste instante ouviu-se um tiro e de repente a criatura caiu aos pés de Daniel morta.

- Deus! O que foi isso? – Perguntou Daniel vendo a criatura caída no chão. Sua cabeça sangrando, algo atravessou sua testa e varou na nuca. Você não disse que isso só paralisava.

- Sim. Mas eu não atirei, hesitei!

- Como? Você o quê? Mas quem...

João levanto-se desperto do transe e ainda recuperando-se do ataque do monstro, olhou para trás de Daniel e viu um garoto de uns dezesseis anos de pé. Um rifle na sua mão. Um par de botinas e trajando roupas do exercito.

- Quem é você?

- Meu nome é Matheus! Temos que cair fora daqui, agora. Estão chegando outros e só nós não seremos páreos para eles. Este aí os chamou quando deu aquele grito. – Disse o garoto apontando para o monstro.

- Mas... – Dizia João.

- Mas nada! Solte-me logo daqui agente e ajude Mara a se levantar. Esse garoto é nossa única saída!

- Você tem razão! Obrigado por me...

- Não me agradeça agente! Eu sou o motivo de vocês estarem aqui! Sou um assassino e nada mais! Vamos logo! Precisamos continuar antes que ele mate todos no ônibus!

Continua...

Leiam também...

Pena de Morte - Capítulo I - O Condenado

Pena de Morte - Capítulo II - O Clone

Pena de Morte - Capítulo III - A Cilada

A Rainha dos Monstros - Episódio I - O Colar da Vênus

A Rainha dos Monstros - Episódio II - Conhecendo seus Poderes

Próxima segunda sai o 3º capítulo...

E é claro meu conto "O Jogo da Forca" Disponível em sete episódios ou em e-livro!

Peço desculpas pela demora, mas é que agora a Facu começou e então postarei apenas duas vezes por semana de agora em diante.

Abraços galera! O próximo episódio sai logo!

Que Deus os abençoe e ilumine sempre!

Sidney Muniz
Enviado por Sidney Muniz em 05/03/2011
Reeditado em 04/11/2011
Código do texto: T2830974
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