A Solidão dos Moradores do Mar: a luta contra o Diabo

13 de Agosto de 1756

Meu querido irmão,

Neste dia eu e toda a minha tripulação fomos pego pela força do destino, uma força maligna que arrasou todo o meu navio, e, levou a loucura a minha tripulação!... O mar estava furioso, com a sua neblina que nos cegava, e assim nos levando a uma outra direção que com certeza eu pediria a Deus mil vezes para que o curso voltasse ao seu estado inicial. Foi terrível o que aconteceu e se eu te contar com todos os detalhes com certeza irá duvidar do meu estado psíquico! O pior foi o momento que aquela figura horrenda andava sobre as águas do mar em forma de uma bela jovem morena, vestida de trajes cigano. Digo "horrenda" por entender que nenhum humano seria capaz de andar sobre as águas, a não ser o próprio Cristo, o Filho de Deus... Até aí eu já me encontrava entregue a morte. Não via mais nada a fazer e esperar para nos salvar. Foi num certo momento que tudo começou a mudar. Mais da metade da minha tripulação já se encontravam no mar, boiando, aos gritos! Nisso apareceu um navio de bandeira pirata resgatando os marinheiros que já estavam nos últimos momentos, no limite da sobrevivência. Fui o último a ser salvo. Subindo a bordo verifiquei que realmente eram piratas, mas com uma certa diferença: eram todos tão pálidos e quase não falavam!... Não quis especular e nem me atrever a querer perguntar por que o silêncio? Nos alimentou, ofereceram cama e roupas limpas e secas. Foi exatamente no sétimo dia que o capitão do estranho navio resolveu dialogar:

___Sei que estão apreensivos por tudo que vem acontecendo nestes "dias-de-cão!" Aguentaram o que talvez nenhum homem sã de consciência seriam capazes de suportar. Não exigiram explicação sobre o que somos e nem se importaram em saber o que fazíamos no meio daquela tempestade, onde, o Diabo tentou mais uma vez praticar as suas maldades! Na verdade somos todos condenados a persegui-lo. Ele é o responsável pelo nosso amaldiçoado destino. Veja agora o que estamos lhes dizendo! Não nos pergunte nada, só nos ofereça as suas companhias de vivos para que nós matemos a saudade do tempo que isso era possível! Fomos amaldiçoados por ter pedido a sua ajuda. Depois que vimos que o Diabo não é fiel a nada, caímos na desgraça. Estamos a mais de duzentos anos resgatando marinheiros a beira da morte por esses mares a fora. Ele gosta de se apresentar de várias formas, inclusive de uma belíssima jovem extremamente sensual e provocante. Foi assim que levou o marinheiro responsável pelo leme desviar a rota e se chocar com os rochedos da "Ilha de Santa Inês". No mesmo momento que isso acontecia eu invoquei o perdão a Deus e pedi a "Santa Inês" que a partir daquela data eu iria servir ao Céus, e sendo assim, combateria fielmente o Diabo em todos os momentos que praticassem as suas maldades. Agora vocês estão sabendo da verdade. E para mais esclarecimentos, e sei que ficarão surpresos, é o seguinte: o resgate de vocês duraram mais de cem anos! É o que podemos chamar de "tempo da morte". Por que? Basta saber que vocês todos estariam mortos por afogamento e as suas almas iriam ser absorvida pelo Diabo, para a sua coleção particular de almas humanas... Mas eu pude impedir, resgatando primeiro as suas almas e os levando para sempre no que chamamos de "recanto das almas livres"

na "Ilha de Santa Inês"! Só existe uma condição para que vocês cumpra os seus destinos? É preciso que passem mais cem anos na perseguição do Diabo, é o período que ele apronta.Depois disto ele volta para o inferno para hibernar por cem anos!

Tércio Monsores
Enviado por Tércio Monsores em 05/03/2011
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