Invasão das Aranhas [ part. I ] apenas o começo...

– Detesto cidades pequenas! – Lucio resmungou enquanto aproximava-se de um casarão antigo.

Ele era um investigador da policia, foi chamado por que um jovem foi encontrado morto no porão da casa dos avós, à contra gosto ele foi designado, o lugar era tão pequeno que não tinha nem posto policial nas redondezas, para piorar o porão ficava num casarão antigo fora desta cidadezinha.

Em outras palavras era um local dos mais escondidos do mundo.

Lucio bateu na porta, obvio que não tinham campainha.

Uma senhora idosa o atendeu, ela estava com os olhos vermelhos de tanto chorar, mesmo assim ela forçou um sorriso para Lucio e pediu para que ele entrasse. Dentro tinha mais algumas pessoas também chorando.

Onde foi que eu vim parar? – Lucio pensou consigo.

– O corpo dele ainda está lá no porão, o senhor precisa terminar logo isso para poder começar o preparativo para o velório. – a senhora pediu.

Lucio confirmou com a cabeça, depois guiado pelo senhor foi em direção ao porão. Saíram novamente e deram a volta na casa, nos fundos eles encontraram a entrada, ela era feita por duas portas de madeira, o senhor abriu-a e eles adentraram.

Assim que começou a descer os degraus, Lucio percebeu que aquele lugar tinha um ar sombrio, até mesmo ele sentia um arrepio ao entrar ali, como se tivesse alguma coisa espreitando, era uma sensação horrível.

Uma lâmpada havia sido recentemente instalada, o corpo do garoto estava deitado de lado, tinha um monte de objetos espalhados, uma escada caída, e uma enorme fenda na parede.

Curioso Lucio pegou a lanterna e iluminou o vão que tinha doutro lada da fenda, ele estava vazio, tirando algumas aranhas esmagadas.Com luz da lanterna ele focou as aranhas. Vendo isso, o senhor que tinha descido com ele disse-lhe.

– Assim que eu vim investigar o que aconteceu com o Beto, achei esse outro vão, entrei para ver o que era, contudo estava vazio, tirando por algumas aranhas que esmaguei com os pés.

– Quer dizer que foi você quem matou essas aranhas?

– Fui eu sim por quê?

Lucio franziu as sobrancelhas.

– Por nada, por nada!

Depois ele foi examinar o corpo, não parecia ter nenhum trauma, se bem que nem sempre eles são visíveis.

– Quando o pessoal de funerária chega? – Lucio inquiriu o velho.

– Eles disseram por telefone que chegam por volta das onze!

– Parece que foi um triste acidente – Lucio disse sem olhar para o velho – quando o pessoal da funerária chegar diga que o corpo está liberado.

O velho concordou e começou a se encaminhar para a saída, mas Lucio o chamou, queria tirar umas duvidas sobre esse segundo quarto, algo estava errado com ele.

– Me diga uma coisa, você sabia dessa outra sala?

O velho balançou a cabeça negativamente.

– Não, mas essa casa é muito antiga, pertenceu aos meus avós, o porão era um lugar que eu costumava evitar... – o velho fez uma pausa brusca, como se tivesse avaliando o que ia dizer – ele me dava... Uma sensação estranha...

– Tudo bem era somente isso, pode ir, eu vou investigar pessoalmente esse quarto.

O velho saiu, enquanto Lucio adentrava o quarto.

Com o auxilio da lanterna Lucio foi avançando pelo quarto, ele parecia ser muito antigo, o chão era feito por pedras muito unidas, parecido com calçamento, as paredes eram do mesmo jeito, a quantidade de teias de aranhas indicava que o local não era aberto há muito tempo.

Contudo não era apenas o quarto, ele tinha uma porta nos fundos, ele tomou esse rumo e avançou, quando se deparou estava num corredor muito extenso.

– Isso está ficando interessante!

Iluminando o caminha a frente ele continuou andando. Ele seguiu por alguns minutos, o túnel parecia interminável, ele sabia que não estava mais naquele casarão, aquele túnel devia se estender por muitos quilômetros sob o solo.

– Quem será que construiu isso? E para que? – Lucio se perguntava enquanto continuava avançando.

Contudo ele avistou algo que o surpreendeu, era uma aranha gigante, ela era negra com olhos brilhantes, ela estava parada alguns metros a frente dele, ao percebê-lo ali, a aranha começou a se mover na sua direção.

Primeiramente Lucio ficou tão assustado que não se moveu, no entanto, isso só durou uma fração de segundo, por que logo em seguida ele reagiu, pegou a arma que tinha na cintura e disparou contra a criatura, assim que foi alvejada ela grunhiu de dor, sem ligar para isso ele atirou mais duas vezes até que ela não se movesse mais.

– Eu não sei o que era, mas agora já está morta. – disse se aproximando do bicho caído, um sangue transparente escorria de onde a bala tinha perfurado. –mas que droga!

Essa exclamação foi por que ele avistou mais três aranhas gigantes se aproximando, além, de milhares menores que viam pelo chão e pelas paredes, parecia um exercito mechando para a vitória.

Lucio sempre acreditou no seu instinto, e ele agora dizia que essa era uma luta da qual ele não podia vencer.Então fez o mais sensato. Correu. Correu o máximo que podia.

Ele chegou algum tempo depois ao porão, ele estava bastante ofegante, as aranhas parecem que nem se importaram de correr no seu encalço, continuaram avançando no seu ritmo.

Sorte a minha! – pensou Lucio.

Então ele viu que o corpo do garoto não se encontrava mais ali, e a sua pressa de sair daquele lugar ele não ligou os dois eventos, ele simplesmente saiu de lá e fechou a porta. Em seguida foi até a casa novamente.

– onde está o corpo do garoto? – perguntou aos velhos.

– A funerária já o levou, você falou que podia!

– não tudo bem, só tive um pressentimento estranho... Ah, uma ultima questão, vocês não abram o porão em hipótese nenhuma, vou até a cidade, mas daqui a algumas horas vou retornar, e até lá fiquem longe daquele lugar!

– Por quê? – a senhora perguntoucuriosa.

Lucio tentou imaginar uma boa desculpa, mas estava sem tempo para isso, então simplesmente ele disse:

– Por que eu falei, se me desobedecerem será um desacato e vocêspoderão ser presos! – falou rispidamente.

As pessoas se aquietaram, Lucio percebeu que foi um pouco duro com eles, contudo não podia permitir que aquelas coisas fugissem.

Depois disso ele voltou para viatura e foi para cidade, tinha que arranjar um jeito de terminar com aquilo, contudo mal sabia ele que esse não era o fim, e sim, apenas o começo...

CONTINUA...

Adecio Chaves
Enviado por Adecio Chaves em 05/03/2011
Código do texto: T2830351
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