A BRUXA
Ela morava no casarão que ficava no final da rua. Quase não saía e, quando isto acontecia, não cumprimentava ninguém.
Um dia o menino Lúcio invadiu o casarão e viu coisas absurdas. Logo na sala percebeu que naquela casa morava uma bruxa. Na sala, em cima da mesa, uma enorme bola de cristal. Do teto desciam aranhas, morcegos e enormes cobras transitavam pelo chão. Ratos brincavam de pique-esconde. Lúcio olhou deslumbrado de soslaio; não queria marcar presença. A bruxa, embevecida, sentada em frente à bola, dizia palavras estranhas e sinais apareciam como televisão.
Lúcio sentiu um frio na barriga só de pensar na reação do povo da cidade ciente da existência dessa bruxa. Vou contar tudo, pensou. Vou sair devagarzinho, na ponta dos pés. Ao tentar se movimentar, descobriu que seus pés não saiam do chão. Estava preso numa armadilha da bruxa.