Zona do Pesadelo - Parte 2
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Deitado na cama Daniel olha para o relógio que marcava 23:32h. Não teve dificuldade para pegar no sono, pois embora estivesse ansioso sentiasse muito exausto. Dormiu. Mais uma vez estava de frente para os pontos de luz. Eram muitos, uma infinidade. Circulou olhando para cada um deles, via vários rostos, porém procurava por conhecidos que tivesse facilidade para se comunicar. Pensou em Alana e instantaneamente o rosto da garota tomou forma em um dos pontos. Ele passou pela porta. Ela estava debruçada sobre a janela de uma linda sala antiga, cantarolava uma canção.
- Olá Alana – comprimentou. Alana não se virou e começou um dialogo.
- Sabe é estranho mas desde que você entrou aqui sei que estou sonhado – se virou – Ah, é você. Nunca sonhei com você antes. O que faz aqui? – Daniel se assustou, porém tinha que ter certeza. Foi direto.
- Quero te dar um beijo. Sabe sempre te achei linda... Mas nunca tive coragem de chegar – a garota sorriu e disse:
- Sabe, na realidade eu nunca te beijaria, mas como estou sonhado, que mal há.
Daniel se aproximou de Alana. Acarinhou seu rosto depois pegou em sua cintura e a beijou.
Domingo. Daniel acordou de muito bom humor, não ficaram só no beijo. Após tomar um banho e comer alguma coisa foi a casa da garota.
- Daniel! – disse Alana surpresa – Que... Coincidência.
- Bom dia Alana. Aconteceu alguma coisa, você parece envergonhada – perguntou sorrindo. A jovem a baixou a cabeça e ajeitou os cabelos atrás da orelha, ao levantar a cabeça Daniel viu que a moça estava vermelha. Entendeu tudo. Conversou com ela por mais alguns minutos e foi embora.
Nos dias que se seguiram ele visitou a todos quanto quis. Descobriu segredos. Induziu idéias. Foi assim que conseguiu uma baita promoção. Até que em uma de suas viagens ele se deparou com ponto que nunca havia visto. Era um ponto negro. Tentou ver alguém nele. Nada. Resolveu passar assim mesmo, a final que mal poderia haver.
Ficou de frente para uma sala luxuosa. Ligada a sala tinha uma porta de vidro que dava numa varanda. Observou alguém se balançando na varanda. Foi andando de vagar até a figura. Parou ao ver que a pessoa se levantava com alguma dificuldade.
- Você não deveria está aqui. Ao ouvir a voz da pessoa pensou ser um idoso.
- Desculpe senhor...- esperou para ver se o homem se apresentava. O homem se virou. Daniel se assustou ao ver seu rosto. O homem ensaiou um sorriso devido sua deformidade.
- Agora não importa mais. Ele soube que está aqui no momento em que passou pela porta – o velho parou e sentiu o ar a sua volta. Fechou os olhos e voltou a olhar para o jovem – Ele quer vê-lo. No instante seguinte, Daniel sentiu tudo girar desmaiou devido à pressão que sentiu na cabeça. Acordou em um lugar escuro, sentiu algo beslicar seu braço direito. Levantou se debatendo. Levou as mãos aos olhos quando uma forte luz iluminou o ambiente. Segundos depois, após se acostumar com a claridade, viu seu braço sangrando. Não viu o isento que o mordeu “deve ter fugido. Desgraçado” pensou.
“Pensa que foi um animal que o mordeu?” perguntou uma voz masculina que parecia ouvir em sua mente.
- Quem disse isso? – perguntou olhando ao redor. Seu coração disparou ao se deparar com uma decoração que só havia visto em filmes de horror. O chão era pura terra vermelha, viu cadáveres em estado de decomposição amarrados em diversos aparelhos de tortura. Viu uma mulher com as pernas amarradas entre madeiras e entre os filetes, haviam pequenas estacas. Parecia que tinham martelado a madeira, fazendo com que as estacas perfurassem a perna até chegar aos ossos da canela, pode ver pedaços de ossos e pele junto a madeira. Mais adiante viu um homem amarrado a uma cadeira com um aparelho na cabeça. As garras afundaram no crânio do torturado, amassando seu cérebro, fazendo com que ele vazasse pelas orelhas. Fechou os olhos para não ver os outros tipos de aparelho de tortura, ouviu novamente a voz.
“Gostou dos meus brinquedinhos? (gargalhada) eles não estão mortos”
Daniel olhou para os corpos e viu leves espasmos.
“Eles apenas estão descansando um pouco de sua tortura eterna... E também eu não queria que você se assustasse” disse sarcástico.
Daniel tentava controlar o tremor.
- Onde estou? Quem é você? E o que quer comigo? – perguntou.
“Onde você está? (gargalhada) para você está aqui significa que leu o pergaminho dos sonhos... Você entrou em meu reino. Todas essas pessoas que vê, um dia leram o pergaminho, e entraram na porta errada como você fez” Daniel arregalou os olhos.
“Não se preocupe esse é o pesadelo delas. Estão nesse estado porque não conseguiram me dar o que lhes pedi”
- E-e-u n-ã-ã...- não consegui terminar, apertou os olhos.
“Não entende? Eu vou lhe explicar. Ao entrarem aqui para sempre suas almas me pertencem, porém por não conseguirem fazer o que lhes pedi, pude trazer seus corpos, não de todos, algum só ficam com sua mentes aprisionadas, pois cumprem parte do acordo”
- Minha alma está presa aqui? Não, não está eu estou tendo um pesadelo – falou com desespero.
“Sabe que é bem real, assim como os prazeres que desfrutou invadindo os sonhos dos outros”
- O que quer de mim? – disse desejando sair daquele lugar quer lhe causava angustia.
“Sabe Daniel às vezes tenho que esperar muito tempo para que pessoas incautas como você pisem no meu território. Por isso em troca de sua alma traga-me sete. Entre esses sete, três tem que ter o seu próprio sangue. Essa ferida que está no seu braço solta um liquido. As três pessoas de sua família terão que ingeri-lo. Matará derramando sangue três pessoas a sua escolha e a ultima terá que ler o pergaminho. Você tem sete dias”.
Acordou sobressaltado, o relógio marcava 01:25h, lembrou da ferida, foi até o banheiro acendeu a luz.
- Não... Não pode ser, não pode ser – apertou a ferida e viu sair um liquido negro. Vasculhou o armário do banheiro pegou uma atadura e envolveu a pústula, passou as mãos pelos cabelos abriu a bica e lavou o rosto, se olhou no espelho quis chorar entrou dentro do boxe ligou o chuveiro.
Enrolado numa toalha foi até a estante e pegou uma bebida, tomou no gargalo, sentou no sofá e se pôs a pensar.
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