O Breviário (Miniconto)
Os sicários invadiram a capelinha durante o breu da madrugada, caminharam até o genuflexório que continha um vetusto breviário amarrado numa corrente junto à parede.
Cortaram a grade e roubaram o breviário de capa preta sem detalhes ou escritas, ao voltarem para a rua, às sirenes dos policiais os assustaram e na louca fuga, deixaram cair o hermético livro e fugiram sem deixar rastro.
O dia amanhece e um grupo de garotos estava indo para a escola e Jorgito granjeou o misterioso livro que tinha uma pecha na ponta inferior da capa, devida a queda da noite anterior.
Não comentou com ninguém o seu presente e uma vez mais o breu ébrio caí na interiorana cidade, o menino foi para o terreiro do fundo de sua casa e abriu o inacessível livro.
Das paginas em branco surgiu um brilho estelar pujante, formado uma fada que adejou a sua volta numa beleza esmera e hipnotizante.
O menino falava pernosticamente, pois lia muitos livros de Harry Potter, mas a fada com o dedo em riste lhe pedia silencio e pediu angelicalmente que a seguisse.
No fundo do terreiro havia uma enorme mangueira. A fada lhe pediu uma manga, e inocentemente o menino se pôs a subir pelo enorme tronco da arvore.
Subitamente a felicidade transformou-se num terror consumidor, pois da arvore surgiram braços de pontas aduncadas que agarraram o menino lanhando-lhe as costas e criando escaras úmidas e doloridas.
O grito fez-se ouvir por toda a adjacência e algumas pessoas correram para acudir, chegando ao local, encontraram apenas o corpo cindido de Jorgito com seu sangue quente tingindo as raízes da mangueira.
Todos começaram a correr para encontrar o responsável e nem deram importância ao breviário que ficou jogado num canto qualquer, nem mesmo o padre responsável pela capela se lembrava do breviário.
A policia investigou o caso, mas não obteve sucesso, cuidavam que havia sido os sicários que haviam assaltado a capela que cometeram tal barbaridade.
E está fatalidade caiu no esquecimento, enquanto isso o breviário está perdido nalguma localidade que pode ser em qualquer parte do mundo, silenciosamente esperando o próximo o curioso.
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