O Gato Preto.
– Mas que maldito fedor é esse? – Alan perguntou consigo.
Ele estava no escuro sentado numa cadeira de balanço. Deu um impulso para pô-la em movimento, ele adorava ficar nesse pra frente, pra trás, além de isso fazer a catinga diminuir um pouco.
Outra coisa que ele adorava era seu querido gato preto, ele estava deitado calmamente no seu colo, o pelo dele era grande e macio, tinha olhos lindos. Havia ganhado ele de sua mãe, ela já tinha partido para o desconhecido, a única coisa que unia ele a mãe era o gato, por isso não queria perde-lo.
Alan alisou o gato, ele estava muito tenso, rígido, também o coitado tinha motivos para isso, ele escapou por pouco de morrer. Isso foi há dois dias, ele escapou da casa do Alan e foi para a rua.
Nervoso, Alan foi atrás dele, contudo o que viu foi desesperador, um garoto numa bicicleta surgiu do nada e foi na direção do seu querido gato preto. Alan gritou, mas não teve jeito, acertou em cheio seu animal.
Após o impacto, o garoto foi arremessado da bicicleta, caiu se ralando todo no asfalto, mas Alan não ligava para isso, não queria saber se o garoto estava vivo ou morto, a única coisa que importava era o gato.
Pegou o animal no colo, e para sua surpresa não havia acontecido nada, o gato preto estava são e salvo, não saberia o que faria de sua vida se algo tivesse acontecido com ele, mas felizmente não teria que viver com isso.
Então com o gato no colo voltou para casa, e desde então resolveu que não largaria mais seu querido animal, seu querido gato preto, agora passa horas e horas com ele no colo, fazendo-lhe caricias.
Contudo ele está tão quieto, não se mexe mais, talvez ele esteja traumatizado, mas Alan não vai abandona-lo, vai ficar fazendo carinho nele até que ele melhore, não importe quanto tempo passe.
Agora esse maldito fedor que só faz aumentar, está começando a incomodá-lo, Alan não faz a mínima ideia do que pode está provocando-o. Um maldito cheiro de carne estragada, carne podre...
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Este pequeno texto é minha singela homenagem ao conto “o gato preto” de Edgar Allan Poe. Ele era um mestre!