Tempo de horror!?

No tempo em que se amarrava lobisomem com lingüiça..., neste tempo, o mal fluía pela terra indo e vindo pelos mares. Neste tempo em que o vento sussurrava o medo nos ouvidos dos homens de mentes vazias. Tempo de escuridão, aonde a luz vinha da lua ou de alguma lamparina bruxuleando as sombras, quebrando definitivamente, a altivez humana. Bem! Deixamos o passado para escrever no presente...

Sexta- feira, final de trabalho no matadouro. O sangue do chão do abatedouro é lavado e escorre por sobre as pedras tortuosas indo direto para o Poço das Almas, a fim de decantar durante o dia sobre a luz solar. As portas se fecham e os funcionários voltam para casa.

Cansado da labuta, Caetano resolve parar no armazém São Benedito para tomar uma cerveja! Conversa vai, conversa vem, às horas passam e a noite recupera a sua vez de cobrir a terra. O rumo para a casa se faz necessário.

A solidão do caminho o deixa pensativo. O seu cérebro junto com o álcool torna seu algoz. O terror toma conta dos seus momentos!

Longe uma luz tênue se faz presente. Cerra os olhos temerosos. A morte estampa sua esfinge na sua mente atormentada. Tudo parece longe para as suas pernas que mal atendem as ordens explícitas para continuar caminhando!

Um ronco atravessa a luz reflete na escuridão. Medo! Pode ser uma alma penada ao lado do cruzeiro. Será a alma do moço acidentado, ali? Treme todo o seu corpo, involuntariamente é claro! Mas, continua andando naquele rumo. Dez passos!

Nove, oito, sete... três, dois um. Um susto! Um latido aterrador. Uma lamparina alumia o sono de um bêbado, ao seu lado, o seu amigo cão ladra para Caetano.