Desejos do diabo
Aquela estrada era uma montanha russa incrustada na serra, 4 kilometros de vertiginosa descida em direção a grande planície, poucos que perderam o controle de seus caminhões puderam contar suas aventuras, pois a ladainha da morte os aguardava em cada curva, os poucos que sobreviveram dizem ter ouvido um lamento que os arrepiava como um chamado para a morte.
Jeff Coninghan e seu longo bruto, carregado de combustível liquido, rodando a horas vislumbrou os Olhos do Diabo, como era conhecida a descida, verificou os freios, baixou o som, e enquanto começava a descida sentiu, um leve estalo na parte traseira, ficou gelado e como que não acreditando deu a primeira "bombada" no freio, a segunda, a terceira...E nada, prendeu as mãos no volante preparando-se para o pior, enveredou para o barranco, deu a primeira encostada, sentou um solavanco, olhou pelo retrovisor, e viu a mancha de sangue no asfalto, matara alguém no acostamento.
O tempo parecia congelado, as árvores passavam, mas era apenas aquarelas, o coração disparado de Jeff, dava a dimensão do medo, pensou em saltar, mas cadê coragem nesta velocidade, outra curva, mais um rastro de sangue, agora vislumbrou os chifres do animal, os olhos esbugalhados de pavor, gritavam...
____Porque eu meu Deussssss, eu vou morrer... E as lágrimas vinham com profusão em cada poro, em forma de suor, a morte parecia iminente.
Mais uma vez tentou os freios, a voz embargada gritou pela desdita que se avizinhava já respirava o ar dos mortos, no amargor daquela maldita descida.
Contou mentalmente 11 curvas, faltavam 9 e no final delas a maior, ele bem a conhecia, ali a uns anos atrás, colheu de frente um carro de passeio e ajudou a resgatar 5 mortos dilacerados, lamentava cada minutos que aprendeu a dirigir aquele monstro desgovernado e que estava lhe levando devagar para a morte.
Olhou ao longe a planície, orou num misto de suplica e lamento, passou mais 6 curvas, a sétima, a oitava...
Uma grande reta e lá na frente em meio a um desfiladeiro a grande curva lhe esperava, para o gran finale.
Estava gelado, olhou o velocímetro 165 kilometros por hora, fez o sinal da cruz, empunhou firme o volante e estava decidido...
____Pronto maldito, assistaaaaaa, olha que espetáculo maravilhoso, se este é teu prazer, lá vou eu...
O caminhão bateu numa grande pedra, fez um L da carroceria, e despencou de lado rolando nas pedras do abismo, e lá embaixo num enorme e pavoroso incêndio. Saindo da cabine totalmente separada da carroceria e livre do incêndio, andando, Jeff Coninghan...
O diabo fora vencido desta vez., este desejo ele não realizou...
Malgaxe
Aquela estrada era uma montanha russa incrustada na serra, 4 kilometros de vertiginosa descida em direção a grande planície, poucos que perderam o controle de seus caminhões puderam contar suas aventuras, pois a ladainha da morte os aguardava em cada curva, os poucos que sobreviveram dizem ter ouvido um lamento que os arrepiava como um chamado para a morte.
Jeff Coninghan e seu longo bruto, carregado de combustível liquido, rodando a horas vislumbrou os Olhos do Diabo, como era conhecida a descida, verificou os freios, baixou o som, e enquanto começava a descida sentiu, um leve estalo na parte traseira, ficou gelado e como que não acreditando deu a primeira "bombada" no freio, a segunda, a terceira...E nada, prendeu as mãos no volante preparando-se para o pior, enveredou para o barranco, deu a primeira encostada, sentou um solavanco, olhou pelo retrovisor, e viu a mancha de sangue no asfalto, matara alguém no acostamento.
O tempo parecia congelado, as árvores passavam, mas era apenas aquarelas, o coração disparado de Jeff, dava a dimensão do medo, pensou em saltar, mas cadê coragem nesta velocidade, outra curva, mais um rastro de sangue, agora vislumbrou os chifres do animal, os olhos esbugalhados de pavor, gritavam...
____Porque eu meu Deussssss, eu vou morrer... E as lágrimas vinham com profusão em cada poro, em forma de suor, a morte parecia iminente.
Mais uma vez tentou os freios, a voz embargada gritou pela desdita que se avizinhava já respirava o ar dos mortos, no amargor daquela maldita descida.
Contou mentalmente 11 curvas, faltavam 9 e no final delas a maior, ele bem a conhecia, ali a uns anos atrás, colheu de frente um carro de passeio e ajudou a resgatar 5 mortos dilacerados, lamentava cada minutos que aprendeu a dirigir aquele monstro desgovernado e que estava lhe levando devagar para a morte.
Olhou ao longe a planície, orou num misto de suplica e lamento, passou mais 6 curvas, a sétima, a oitava...
Uma grande reta e lá na frente em meio a um desfiladeiro a grande curva lhe esperava, para o gran finale.
Estava gelado, olhou o velocímetro 165 kilometros por hora, fez o sinal da cruz, empunhou firme o volante e estava decidido...
____Pronto maldito, assistaaaaaa, olha que espetáculo maravilhoso, se este é teu prazer, lá vou eu...
O caminhão bateu numa grande pedra, fez um L da carroceria, e despencou de lado rolando nas pedras do abismo, e lá embaixo num enorme e pavoroso incêndio. Saindo da cabine totalmente separada da carroceria e livre do incêndio, andando, Jeff Coninghan...
O diabo fora vencido desta vez., este desejo ele não realizou...
Malgaxe