Nota sobre meu relato "O dia que fui parar no pronto-socorro"
Geralmente um texto desta extensão me consome de uma semana a dez dias entre concepção, escrita, revisão e publicação (embora este seja minha primeira experiência em "relato verídico".). Este eu precisei escrever na pressa e (como dizem aqui na Bahia) nas coxas. Vou fazer uma viagem no começo da semana que vem e precisava "exorcisar" o que me aconteceu antes que alguns detalhes me fugissem da memória (minhas mãos estavam coçando para escrever). Acabei escrevendo-o e revisando em 4 horas em um furor literário de escrita automática: hoje (15-01) de 7:00 às 11:00 e finalizado, (mal) revisado e publicado de 14:00 às 15:00. O concebi como um relato fiel ao que me aconteceu e procurei no ato da escrita fugir de qualquer artifício, embelezamento e floreio estilístico (o humor tragicômico foi intencional e refletem minha visão).
Alguns leitores atentaram ao fato de eu ter colocado vários risos durante o texto e relendo-o admito que o efeito (para quem esperava uma “crônica” nos moldes clássicos) foi, digamos,“deselegante estilisticamente”, “pouco fluente” ou talvez “informal demais”, mas eu estava preso à falta de tempo e tinha duas opções: escrevê-lo de “uma sentada” (ou quase) e publicá-lo antes da viagem sem revisão, ou escrever no retorno com o risco de perder a pegada e os fatos . Escrevi-o como se escreve um email (ou MSN, daí os risos) e o publiquei com um certo descontentamento no que diz respeito a revisão (ou publicava desse jeito ou nada rsrsrs ); em nenhum momento pensei estar escrevendo um conto ou crônica, encarava-o unicamente como um relato fiel sobre as mazelas hospitalares e decidi publicá-lo neste espaço por falta de outro mais adequado..
Abraço a todos
Ramon Bacelar