Olhos Horripilantes [21]

Leon olhou em volta, nem sinal de Zoe. Ele se desesperou.

-Calma meu rapaz. Confie. Daqui a pouco poderá ir vê-la. Vou lhe dar o endereço... Mas antes preciso saber se você adquiriu os poderes que pus dentro do envelope que vocês abriram.

-Eu não falarei com você enquanto não me disser pra onde a Zoe foi!

-Isso é uma pena... Eu pensei que você quisesse saber como usar os poderes que eu lhe enviei para poder ajudá-la... Mas vejo que não está interessado não é?

-Meus poderes poderiam ajudar a Zoe?

-Pensei que tivesse dito que não queria mais conversar comigo.

-Pelo amor de Deus! Esquece o que eu disse! –Suplicou Leon.

-Tudo bem. Venha comigo.

-E o Jéfer?

-Ah, ele já aprendeu como utilizar seus poderes, anda até se exibindo. Ele pode ficar aí!

Jéferson ficou sorrindo feito um idiota por ter sido elogiado. Quando percebeu que os dois se afastavam da sala e ele se encontrava sozinho, lembrou-se do gato... Resolveu que iria também, prometeu que ficaria quietinho. O medo realmente faz coisas.

Daniel estava de frente para o homem. Sentia-se espantado, porém levemente relaxado pela aparência semelhante do homem consigo mesmo.

-Daniel Seet... Queria ter lhe conhecido antes, mas sabe como é... É complicado tomar o seu lugar! Seus amigos são bem diferentes do que eu imaginava...

-Como assim? O que está querendo dizer? Quem é você?

-Ah, desculpe, esqueci meus modos... Sou Alber Novashency... –Afirmou sorrindo. -É simples. Você foi raptado há dois dias quando saía da sorveteria. Talvez não se lembre, foi um pouco depois de ter ido fazer o pedido para o seu colega; o Jéferson. Depois você foi trazido pra cá, então resolvi ficar no seu lugar, esse foi o plano ideal... Afinal, não queria que seus pais e seus colegas se desesperassem pensando que você havia sumido no mundo. Enquanto estava aqui, desacordado, eu estava conhecendo seus amigos melhor! E puxa vida! Rapaz insuportável aquele Leon! Agora, Zoe e ele estão namorando...

-Ah... A Zoe e o Leon? A Zoe? O Leon? A Zoe e o Leon estão juntos?!

-Sim. –Confirmou Alber.

-Ah que beleza! Já fazia tempo que estava tentando juntar esses dois! –Gargalhou Dan.

-O que?! Juntar os dois? Juntá-los para quê?

-Como para quê? –zoou Daniel debochando. –Para os dois namorarem. Sempre achei que formariam um belo casal! E olha não é que acertei?

-Isso não pode estar acontecendo! Você não pode estar dizendo isso!

-E por que não?

-Porque Zoe é Megan... Megan é minha! Então Zoe é minha!

-O que? Ô cara! Eu acho que você ta viajando hein? Você por acaso sabe quantos anos a Zoe tem? Catorze ou quinze meu! Não é que eu esteja sendo preconceituoso, mas você é o pirado a bancar o pedófilo?!

-Maldita juventude! –Irritou-se Alber. –Eu me enganei! Pensando que você poderia ser a mim no presente.

-Como é que é? Eu ser você?! Ta legal que a gente é até parecido, mas também não é assim não hein? Eh, eh... Cara estranho! –Comentava Daniel procurando olhar para a porta que indicava a saída.

-Tem razão! Você ser eu! E para quê? Ainda tenho muitos anos de vida! Posso conseguir o que eu quiser... A única coisa que me prende a você é fazer a Zoe morder a isca!

-Ah? Isca?! Que isca?

-A de vir te resgatar...

Daniel arregalou os olhos azuis, agora havia ficado tenso. E se Zoe viesse? O que aconteceria?

...

Já era quase noite, Zoe caminhava pela rua escura.

-Conheço essa rua... Eu acho que... Já estive aqui antes...

E olhando logo mais, no fim da rua, havia um casarão imenso.

-Esse casarão... Parece-me familiar...

Ela se aproximou dos portões. Sentiu medo. Não sabia o que encontraria lá dentro. Melhor, ela sabia, e talvez por isso ela temesse mais ainda. Os portões se abriram. Era como se já esperassem por ela.

Sem pensar duas vezes, ela entrou e o portão fechou-se atrás dela.

...

Carol acabara de escrever num pedaço de papel com uma pena, o endereço que Leon tanto pedira.

-É muito longe daqui?

-Algumas dezenas de quilômetros daqui. Use a super velocidade do Jéferson para chegarem rapidamente. Agora que sabe que pode absorver os poderes de qualquer um de seus amigos. –Afirmava a mulher. –Mas vão logo.

-Sim senhora. Obrigada. –Agradeceu Leon, já saindo.

Jéferson já estava do lado de fora.

-Vamos Leon.

Leon respirou, segurou a mão de Jéferson com firmeza por alguns segundos e depois voltou dizendo:

-Vamos Jéferson!

Leon guardou o pedaço de papel no bolso e os dois sumiram correndo pela rua já escura.

[continua...]

Madelaine Grumam

Meli Francis
Enviado por Meli Francis em 14/01/2011
Código do texto: T2728597
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