O tumulo
Vitor se abaixou e olhou fixamente para o tumulo a sua frente, uma lagrima escorreu por seu rosto, a vida era realmente muito injusta, e a morte chegava sem avisar.
Ainda encarando o tumulo ele sentou-se na grama, ela era nova, o que indicava que era recente, e que o corpo ainda estava fresco a alguns palmos abaixo dele.
Vitor sentiu um arrepio na espinha ao imaginar o que estava acontecendo ao corpo enterrado, estava sendo lentamente devorado por vermes, os quais não deixariam que sobrasse nem um pedaço sequer.
Novamente Vitor sentiu outro arrepio. Afastou a imagem do corpo sendo comido por vermes de sua cabeça. Tentou pensar em outra coisa, contudo o que conseguiu pensar foi em seu ultimo encontro com seu grande amor, a mulher que se tornaria sua esposa se a morte não tivesse entrado entre os dois.
Mais algumas lagrimas escorreram pelo rosto do Vitor, enquanto a imagem do rosto sorridente da Priscila povoava a cabeça dele.
Então, nesse momento, começou a chover, Vitor olhou para cima, sua lagrimas se misturaram as gotas de chuva, provocando uma sensação estranha.
Vitor não conseguiu mais se conter, se abaixou e começou a cavar com as mãos nuas, grandes quantidade de terra era jogado para trás, depois de algum tempo duas de suas unhas foram arrancadas no processo, isso era para provocar uma dor imensurável, contudo na sua histeria, Vitor nem percebeu, continuou cavando loucamente.
Depois de algum tempo Vitor chegou ao seu objetivo, chegou ao caixão. Havia feito um enorme buraco com as mãos, com a chuva tinha se formado uma poça.Vitor estava todo sujo enlameado, suas mãos estavam em carne viva.
Vitor deu um passo atrás, agora que chegou ao caixão sua coragem se esgotou, não sabia se conseguiria abri-lo, também não sabia por que estava fazendo isso, ele poderia dar as costas e refazer sua vida.
– Não, eu tenho que saber a verdade! – gritou.
Então no impulso ele abriu o caixão, os olhos do Vitor se arregalaram, sua boca tremeu, e soltou um grito:
– Não! É verdade! É verdade!
Desesperado olhou novamente, não conseguia entender aquele corpo, então virou o rosto para lapide, pela centésima vez leu o que estava escrito:
“EM MEMORIA DE VITOR FERREIRA, AQUELE QUE AMOU DURANTE A VIDA E SERÁ AMADO DEPOIS DA MORTE!”