Lúcifer Também Era Um Anjo
O primeiro ano de relacionamento de Roberto e Helena foi bastante conturbado, mas não por eles: os dois se amavam muito e estavam cada vez mais apaixonados.
O problema eram os filhos que Helena tivera no primeiro casamento: Rute, uma adolescente de treze anos, e Paulo, um menino de nove anos de idade.
Tia Augusta, a tia favorita de Helena, bem que tentou dialogar e convencer as crianças que a mãe tinha direito a ter alguém e ser feliz, mas não adiantou; os dois não aceitavam que a mãe estivesse se envolvendo em um novo relacionamento.
Mas, com o tempo, as crianças pararam de reclamar. Pareciam estar se conformado com a situação.
Roberto pode finalmente começar a frequentar a casa de Helena e os dois podiam namorar em paz.
A nota triste foi que a saúde de Roberto começou a se deteriorar. Os médicos não conseguiam descobrir o que estava causando sua doença.
Por fim, após seis meses de sofrimento, Roberto veio a falecer.
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Quando chegaram em casa depois do enterro, Helena estava inconsolável e Tia Augusta precisou lhe dar um calmante para que ela dormisse.
Saindo do quarto, falou para as crianças:
- Crianças, a mãe de você está dormindo. Fiquem quietinhos aí, que eu vou na padaria e já volto, tá?
Paulo ficou olhando pela janela até ver a tia sair pela portaria do prédio. Era a primeira vez que ficavam sozinhos aquele dia.
- Rute?
- Oi?
- Tem certeza que não vão descobrir?
- Só iam saber se os médicos tivessem desconfiado e pedido um exame especial pra isso. Agora, não tem mais jeito.
- A Mamãe está tão triste! Tem certeza que fizemos a coisa certa?
- Ela vai sofrer um pouco, Paulinho, mas isso passa.
E Rute concluiu, falando mais para si mesma do que para o irmão:
- O importante é que mamãe voltou a ser nossa... só nossa!
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