O VELHO DO SACO – A ORIGEM (Parte 1)
***Baseado em fatos reais.
Inglaterra - século XVIII.
A miséria era geral, a fome assolava a população cada vez mais crescente. As ruas eram atulhadas de cães raquíticos e pulguentos, crianças abandonadas e velhos mendigos indigentes.
Os cães foram os primeiros a desaparecer. Com o tempo: as crianças também...
Ele perambulava despercebido no meio da multidão, era velho, muito magro, cabelos desgrenhados e tinha as costas arqueadas. A única distinção ficava a cargo dos seus dentes: os poucos que haviam restado ele próprio havia afiado, tinha dois caninos que pareciam as presas de um grande felino.
Ultimamente seu trabalho estava um pouco prejudicado, já não era mais como no início em que ele não precisava se esforçar muito para encontrar alguma criança atirada na rua à própria sorte, dormindo em algum beco qualquer. Agora os pequenos estavam mais cuidadosos, eram a cada dia em menor número e procuravam lugares para se esconder durante a noite. Era como se as crianças soubessem intuitivamente que algo maligno as estava caçando, sentiam que eram espreitadas na escuridão da noite.
Naquela noite, a viela mal iluminada era mais uma vez sua fiel aliada. O menino estava deitado em posição fetal, dormia encolhido em meio ao lixo acumulado sobre a calçada, não devia ter mais do que cinco anos de idade. As marcas presentes em seu pequeno corpo, as unhas compridas, as roupas esfarrapadas e os pés descalços eram claras evidências que devia viver na rua há algum tempo, apenas mais um como tantos outros: abandonado a própria sorte pelos próprios pais.
O velho se aproximou sorrateiramente, tendo cuidado para que sua dantesca excitação não atrapalhasse seus movimentos silenciosos, sua investida era muito menos cansativa quando ele os pegava adormecidos. Com uma rapidez impressionante agarrou o pescoço do menino com as duas mãos pressionando sua traquéia, o pobre inocente abriu os olhos e se debateu em desespero ao vislumbrar a figura dantesca posicionada sobre ele, tentou gritar, mas todo som que conseguiu emitir foi um ganido mudo. Sentiu uma dor lancinante em seu peito quando seu pulmão suplicou por oxigênio em um apelo derradeiro. Debateu-se novamente numa inútil tentativa de se libertar, a dimensão de sua luta era tão grande quanto a covardia que sofria, mas era uma luta desigual e invencível para ele. Seus vasos sanguíneos romperam e seus olhos se injetaram de uma coloração avermelhada. Com um último e débil espasmo o pequeno guerreiro desmaiou. Sentindo o corpo do menino esmorecer o velho amarrou os pés e as mãos da criança, com suas mãos imundas puxou a língua do garoto para fora e a cortou de um só talho com sua adaga afiada. Agarrou a criança e a colocou dentro de um grande saco. Para completar seu sinistro ritual, retirou uma fita vermelha do bolso e a atirou sobre o local em que o menino estava deitado. Jogou o saco nas costas e partiu calmamente em meio a escuridão da noite.
Pouco depois o velho já estava em seu esconderijo, era um antigo castelo em ruínas, a primeira vista eram só escombros, mas o velho conhecia todos os segredos das passagens subterrâneas que permaneceram intactas, verdadeiros labirintos, mas ele conhecia todas as passagens. Eram grandes galerias que nos tempos de atividade do castelo eram utilizadas como rota de fuga pelos nobres em caso de invasão.
A agitação dentro do saco demonstrava que o menino havia acordado, o velho o retirou com brutalidade e atirou-o em uma cela imunda na qual se encontravam várias outras crianças nas mesmas condições. A língua cortada não era apenas um requinte de crueldade, mas também uma forma eficiente de evitar que o importunassem com inúteis pedidos de socorro.
A maldade do velho não tinha limites, bem em frente da cela das crianças havia uma bancada estrategicamente posicionada para que os pequenos pudessem ver quando o velho pegava algum e após um corte mortal na garganta, os fatiava como gado e preparava sua carne para ser vendida nas ruas da cidade. Era uma sensação de medo e desespero inimaginável, pois ele abatia em média duas crianças por dia. As vezes até mais. A noite ele saia para caçar e durante o dia se dedicava a matar os pobres inocentes, a pouca comida que recebiam eram pedaços de outras crianças mortas, os bebês ele matava assim que chegava e confinava somente as que já tinham idade suficiente para se alimentar sozinhas, era assim que mantinha seu “estoque” de carne fresca.
O nome do velho era Coron, um cigano oriundo da Índia e ultimamente andava preocupado com seu desempenho, não havia muitas crianças pelas ruas e seu mestre não estava satisfeito. Nunca tinha ficado tanto tempo sem capturar um moleque, o último havia sido há mais de um mês e seu “estoque” estava reduzido a apenas doze crianças. Precisava ser mais ousado, era hora de começar a atacar as casas...
***CONTINUA...
Para ler mais textos como este acesse:
http://www.recantodasletras.com.br/autores/maddox
ou
www.cesarfonseca.recantodasletras.com.br
***Baseado em fatos reais.
Inglaterra - século XVIII.
A miséria era geral, a fome assolava a população cada vez mais crescente. As ruas eram atulhadas de cães raquíticos e pulguentos, crianças abandonadas e velhos mendigos indigentes.
Os cães foram os primeiros a desaparecer. Com o tempo: as crianças também...
Ele perambulava despercebido no meio da multidão, era velho, muito magro, cabelos desgrenhados e tinha as costas arqueadas. A única distinção ficava a cargo dos seus dentes: os poucos que haviam restado ele próprio havia afiado, tinha dois caninos que pareciam as presas de um grande felino.
Ultimamente seu trabalho estava um pouco prejudicado, já não era mais como no início em que ele não precisava se esforçar muito para encontrar alguma criança atirada na rua à própria sorte, dormindo em algum beco qualquer. Agora os pequenos estavam mais cuidadosos, eram a cada dia em menor número e procuravam lugares para se esconder durante a noite. Era como se as crianças soubessem intuitivamente que algo maligno as estava caçando, sentiam que eram espreitadas na escuridão da noite.
Naquela noite, a viela mal iluminada era mais uma vez sua fiel aliada. O menino estava deitado em posição fetal, dormia encolhido em meio ao lixo acumulado sobre a calçada, não devia ter mais do que cinco anos de idade. As marcas presentes em seu pequeno corpo, as unhas compridas, as roupas esfarrapadas e os pés descalços eram claras evidências que devia viver na rua há algum tempo, apenas mais um como tantos outros: abandonado a própria sorte pelos próprios pais.
O velho se aproximou sorrateiramente, tendo cuidado para que sua dantesca excitação não atrapalhasse seus movimentos silenciosos, sua investida era muito menos cansativa quando ele os pegava adormecidos. Com uma rapidez impressionante agarrou o pescoço do menino com as duas mãos pressionando sua traquéia, o pobre inocente abriu os olhos e se debateu em desespero ao vislumbrar a figura dantesca posicionada sobre ele, tentou gritar, mas todo som que conseguiu emitir foi um ganido mudo. Sentiu uma dor lancinante em seu peito quando seu pulmão suplicou por oxigênio em um apelo derradeiro. Debateu-se novamente numa inútil tentativa de se libertar, a dimensão de sua luta era tão grande quanto a covardia que sofria, mas era uma luta desigual e invencível para ele. Seus vasos sanguíneos romperam e seus olhos se injetaram de uma coloração avermelhada. Com um último e débil espasmo o pequeno guerreiro desmaiou. Sentindo o corpo do menino esmorecer o velho amarrou os pés e as mãos da criança, com suas mãos imundas puxou a língua do garoto para fora e a cortou de um só talho com sua adaga afiada. Agarrou a criança e a colocou dentro de um grande saco. Para completar seu sinistro ritual, retirou uma fita vermelha do bolso e a atirou sobre o local em que o menino estava deitado. Jogou o saco nas costas e partiu calmamente em meio a escuridão da noite.
Pouco depois o velho já estava em seu esconderijo, era um antigo castelo em ruínas, a primeira vista eram só escombros, mas o velho conhecia todos os segredos das passagens subterrâneas que permaneceram intactas, verdadeiros labirintos, mas ele conhecia todas as passagens. Eram grandes galerias que nos tempos de atividade do castelo eram utilizadas como rota de fuga pelos nobres em caso de invasão.
A agitação dentro do saco demonstrava que o menino havia acordado, o velho o retirou com brutalidade e atirou-o em uma cela imunda na qual se encontravam várias outras crianças nas mesmas condições. A língua cortada não era apenas um requinte de crueldade, mas também uma forma eficiente de evitar que o importunassem com inúteis pedidos de socorro.
A maldade do velho não tinha limites, bem em frente da cela das crianças havia uma bancada estrategicamente posicionada para que os pequenos pudessem ver quando o velho pegava algum e após um corte mortal na garganta, os fatiava como gado e preparava sua carne para ser vendida nas ruas da cidade. Era uma sensação de medo e desespero inimaginável, pois ele abatia em média duas crianças por dia. As vezes até mais. A noite ele saia para caçar e durante o dia se dedicava a matar os pobres inocentes, a pouca comida que recebiam eram pedaços de outras crianças mortas, os bebês ele matava assim que chegava e confinava somente as que já tinham idade suficiente para se alimentar sozinhas, era assim que mantinha seu “estoque” de carne fresca.
O nome do velho era Coron, um cigano oriundo da Índia e ultimamente andava preocupado com seu desempenho, não havia muitas crianças pelas ruas e seu mestre não estava satisfeito. Nunca tinha ficado tanto tempo sem capturar um moleque, o último havia sido há mais de um mês e seu “estoque” estava reduzido a apenas doze crianças. Precisava ser mais ousado, era hora de começar a atacar as casas...
***CONTINUA...
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